Todos os anos, desde 1967, a Feira do Livro Infantil de Bolonha (03 a 06/04) realiza uma exposição de ilustradores de diversos países que forma um verdadeiro painel da produção mundial neste segmento. Do pop aos estilos mais alternativos, os trabalhos reunidos nessas exposições exibem a vasta seleção de artistas, formando uma vitrine que se expõe a editores, agentes e produtores de conteúdos de todo o mundo em reunião durante as edições da feira. A feira acaba de divulgar a lista dos artistas selecionados para a exposição deste ano. Dentre os selecionados pela originalidade da ilustração, qualidade estética, variedade de gêneros e adequação do tema à faixa etária do leitor, estão duas brasileiras: Talita Nozomi, que já ilustrou os livros Se eu fosse uma árvore (Gaivota), A calorosa aventura (JBC), A floresta íris (Mov Palavras), Do mundo ao fundo (JBC), Rimas fáceis (Gaivota) e Os óculos do leão (LCTE); e Bruna Ximenes, responsável pela ilustração de livros como Vitor e o Invisível (Sesi) e O menino e o cipó (Espiral). Elas fazem parte de um time de 75 ilustradores que terão seus trabalhos reunidos também em catálogos publicados na Itália, no Japão e nos EUA.

“Sabemos fazer, agora precisamos de sorte. Boa sorte a todos”. As reuniões corporativas anuais de editores europeus e latino-americanos terminavam sempre com essa frase. Dita pelo CEO de um dos maiores grupos editoriais do mundo, pode soar estranha ou até supersticiosa. O efeito era um só: ela nos angustiava. Depois de dias fechados em um escritório discutindo títulos, autores, números e tendências de mercado, o “boa sorte” nos abandonava de cara na sarjeta da realidade: o editor é um jogador. Editar é apostar. O cotidiano da equipe de edição de livros comerciais para o varejo, os chamados “livros trade”, combina conhecimento técnico / racional (de fabricação do produto) com uma dose de intuição. Talvez mais intuição que conhecimento técnico. Intuição, que fique claro, mercadológica. A busca pelos títulos que possuem potencial para se tornarem best-sellers é tortuosa, cheia de blefes, atalhos e ferramentas. Não existe fórmula, apesar das várias publicações que prometem revelar os segredos do hit. O jogo começa pela informação. Funcionando como uma espécie de antena, a cabeça do editor-jogador acompanha as tendências mundiais nas feiras e nas conversas com colegas, devora os relatórios dos scouts espalhados ao redor do mundo, consome artigos da imprensa, assiste televisão, cinema, YouTube, participa de redes sociais, viaja e ouve, ouve muito a equipe comercial, as pessoas na rua, a família… Absorvendo tudo, aprende a deixar o gosto pessoal de lado para publicar o que as pessoas querem ler. Ou, pelo menos, o que parece que as pessoas desejam. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra deste artigo.

A Arqueiro prepara para 2017 uma nova série da autora best-seller Nora Roberts, que já vendeu mais de 300 mil exemplares no Brasil e 400 milhões no mundo. A nova trilogia, A sina dos sete, narra misteriosos acontecimentos envolvendo três amigos nascidos no mesmo dia. O primeiro título, Irmãos de sangue, conta como a cidade de Hawkins Hollow foi amaldiçoada e relata a busca de Call Hawkins, seus amigos e a jornalista Quinn Black para salvar desvendar esse mistério e salvar os habitantes da cidade. O primeiro livro chega às livrarias em março.

A Ciranda Cultural está com mais duas vagas abertas, dessa vez para Editor Assistente e Assistente de Produção Editorial. Os candidatos para a primeira vaga devem ter formação superior em letras ou produção editorial, inglês fluente, experiência mínima de três anos no mercado e conhecimento literário, com foco em literatura infantojuvenil. Dentre as responsabilidades do cargo estão a participação de toda a construção do conteúdo do produto, tomando decisões em relação ao conteúdo de acordo com a linha de produto. Já para a vaga de Assistente de Produção é necessário ter experiência mínima de um ano, conhecimento literário em livros infantojuvenis, inglês intermediário ou avançado e estar cursando letras ou produção editorial. Os interessados devem mandar currículo para o e-mail rh@cirandacultural.com.br.

A Estação das Letras (Rua Marquês de Abrantes, 177 – Lojas 107/108 - Rio de Janeiro / RJ) oferece o curso Formação de Editores II – Conteúdo editorial. Ministrado pela jornalista, tradutora, editora e gestora cultural Michele Strzoda, o workshop tem como objetivo capacitar o aluno ensinando todos os processos de um livro, desde a confecção até a concepção do público-alvo. Ensina a entender o mercado editorial, os parceiros adequados para cada projeto, os diferentes tipos de livros, editoras autores e suas especificações. O curso começa no dia 18 de fevereiro, das 10h às 17h e o investimento é de R$ 400 mais a taxa de inscrição de R$ 50.

O mural no Mirante 9 de julho (Rua Carlos Comenale, s/n, Bela Vista - São Paulo / SP), vai ganhar a partir de hoje (17), às 18h, um mosaico coletivo. Um mural com páginas de livros, uma mistura de arte visual, literatura e intervenção urbana. Autores como Carola Saavedra, Marília Garcia, Leonardo Gandolfi, Verônica Stigger, Reuben da Rocha, Ronaldo Bressane, Juliana Gomes, Mirna Queiroz, Laura Guimarães e Gustavo Piqueira, além dos membros do Paginário: Rodrigo Lopes e Leonardo Villa-Forte, idealizador do projeto, foram convidados a pensar sobre a literatura e a cidade de São Paulo e escrever sobre o tema. No mesmo horário de abertura do Paginário, os presentes serão convidados a criarem uma nova camada de leitura no mural destacando seus trechos favoritos. O projeto continua no mirante até o dia 5 de março.

A primeira edição do ano do jornal Cândido, editado pela Biblioteca Pública do Paraná, traz um especial sobre o escritor norte-americano Jerome David Salinger (1919-2010), autor que se notabilizou com o romance O apanhador no campo de centeio (1951). O protagonista da longa narrativa, Holden Caulfield, se tornou um espelho para leitores de diversos países pelo fato de expor o desconforto que todos sentem ao serem expulsos da infância rumo às incertezas da vida adulta. A linguagem fluente e coloquial é outro destaque da obra, um clássico literário que se firmou praticamente desde a sua publicação. O jornalista Roberto Muggiati assina um ensaio em que comenta o que pode acontecer com o legado de Salinger e também traz à tona especulações sobre possíveis novos lançamentos com a assinatura de J.D. Salinger, como um volume com cinco novas histórias sobre os sete irmãos da família Glass e um manual de histórias sobre o ramo religioso hinduísta Vedanta, incluindo contos e parábolas. O Cândido é distribuído gratuitamente na Biblioteca Pública do Paraná e em diversos pontos de cultura de Curitiba e também é enviado, via correio, para assinantes a diversas partes do Brasil.

O psicanalista, gestor de pessoas e palestrante Paulo Paiva lança nesta quinta-feira (19), seu terceiro livro, Construindo conhecimento: Estratégias de gestão e de desenvolvimento humano e organizacional (Literare Books International, 103 pp, R$ 24,90). O evento, aberto ao público, acontece na Livraria Saraiva do Shopping Iguatemi (Av. Gisele Constantino, 1850, Votorantim / SP), às 18:30h. A obra, primeira de sua total autoria, tem como objetivo ajudar profissionais de Recursos Humanos e amantes da área a compreenderem o treinamento como um investimento no capital intelectual, fator determinante para o sucesso das organizações. Outro ponto forte do livro é permitir que esses profissionais conheçam as estratégias da área.

O período que teve início em 1914 e se estendeu até 1949 foi conturbado e sem precedentes na história da humanidade. Foram 36 anos dramáticos, marcados por uma violência inédita, mas também por fascinantes sublevações e transformações políticas. O premiado historiador britânico Ian Kershaw, biógrafo de Hitler, conta no livro De volta do inferno (Companhia das Letras, 568 pp, 79,90 – Trad.: Donaldson M. Garschagen e Renata Guerra) um relato abrangente dessa era tumultuada. A eclosão da Primeira Guerra Mundial, a ascensão de Hitler, os desdobramentos da Segunda Guerra Mundial são alguns dos momentos analisados na obra de Kershaw. Capaz de unir pesquisa original e prosa envolvente, este livro indispensável narra os fatos que alteraram radicalmente o curso da história europeia no século XX e afetam o mundo até hoje. De volta do inferno é o primeiro de dois volumes. O segundo analisará a metade do século marcada pela Guerra Fria e tem publicação prevista para 2018.

Ao longo do século passado, prevaleceu a visão de que os descendentes dos africanos se encontravam, no Brasil, numa condição muito mais favorável do que a vivida pelos negros no sul dos EUA ou na África do Sul do apartheid. Mais do que estabelecida, essa era uma visão oficial: o Brasil seria uma “democracia racial”, um lugar em que o grande problema do negro era a pobreza e não o preconceito de cor. Foi contra essa falácia que Abdias Nascimento se insurgiu ao apresentar, no Segundo Festival de Artes e Culturas Negras, em Lados (Nigéria, 1977), um texto combativo, demonstrando que a condição dos negros no brasil não era realmente como aquela nos EUA ou na África, era pior. Assim, a reedição de O genocídio do negro no Brasil (Perspectiva, 232 pp, R$ 45) não é apenas uma homenagem histórica, mas a constatação de um fato: a despeito do trabalho dos ativistas e da mudança da mentalidade na academia, a situação continua inalterada.

Complexos, históricos e violentos, os conflitos que permeiam a chamada “Terra Santa” já atravessam mais de um século. E para trazer luz a essa história, a Edipro, lança a obra Israel x Palestina – 100 anos de guerra (352 pp, R$ 69), de James L. Gelvin, professor especializado em história do Oriente Médio. Neste livro, o autor narra a disputa que produz uma constante tensão entre israelenses e palestinos, divididos por diferentes visões políticas e religiosas, e que movimentam grandes lideranças e organizações mundiais. O relato de Gelvin aborda a criação, a evolução, a interação e a definição mútua dessas duas comunidades-nação. Ele trata da lógica interna que levou a esse conflito e das condições históricas que delimitaram o seu curso. E explica porque a questão Israel x Palestina ganhou características únicas, e pode ser compreendida como uma das mais relevantes questões da era moderna. Um livro indicado para estudiosos e todos aqueles interessados na ampla relevância do conflito israelense-palestino, na sua condição no contexto global e nos rumos da sociedade mundial

A história do vinho (CMS, 256 pp, R$ 169) é considerada a obra-prima de Hugh Johnson e um clássico internacional da literatura sobre a bebida. Esta é uma das mais abrangentes obras sobre vinho em todos os idiomas. O sucesso internacional desta obra é atribuído à prosa eloquente de Hugh Johnson, que, combinada ao seu conhecimento excepcional, resultou na mais acessível e esclarecedora história do vinho jamais escrita. Esta edição ilustrada do clássico foi renovada e atualizada para trazer os mais recentes acontecimentos no mundo do vinho. A leitura traça a história da civilização sob a ótica do vinho, desde os seus primórdios, passando pelo esplendor do bacanal do mundo antigo até os dias atuais. Totalmente impressa a cores, em papel nobre e em capa dura, repleta de ilustrações, mapas e com uma seleção grandiosa de fotografias de arquivo, esta edição suntuosa é obrigatória para os amantes do vinho, historiadores, seguidores literários e afins.

Serenidade, presença e poesia (Relicário, 180 pp, R$ 40 – Trad.: Mariana Lage) contém uma seleção de textos disponibiliza em língua portuguesa parte da produção acadêmica de Hans Ulrich Gumbrecht, pouco conhecida ou referenciada no Brasil. Os cinco textos que compõem o livro lançam luz sobre os começos intuitivos de sua 'produção de presença', sobre sua relação com o medievalista Paul Zumthor e com as origens da Estética da Recepção, além de apontar para novos direcionamentos de suas elaborações intelectuais. No último texto da série, publicado em 2007, Gumbrecht oferece uma revisão de seus percursos acadêmicos numa espécie de genealogia filosófica, desde sua participação como professor assistente na Escola de Constança à elaboração de seu livro Produção de presença. Além dos textos, a publicação traz uma entrevista com o autor, cedida em abril de 2015 e atualizada em março de 2016, em que o professor, historiador e crítico literário fala dos livros no prelo, das disciplinas recentes na Stanford University, da aposentadoria futura (planejada para 2018), além de perpassar temas abordados nesta seleção.