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PublishNews 24/10/2016
Estamos há 50 anos, distribuindo as melhores editoras, do mercado para as livrarias de todo o Brasil
Presente no mercado há mais de 35 anos, a Vitrola dedica-se à missão de propagar a cultura e o conhecimento através da edição e comercialização de livros.
A Catavento atua no mercado de distribuição de livros para todo o país.
PublishNews, Leonardo Neto, 24/10/2016

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Emirates Publishers Association (EPA) aproveitaram a Feira do Livro de Frankfurt, que acabou no último domingo, para assinar um acordo que colocará Sharjah como o país homenageado da 25ª edição da Bienal Internacional de São Paulo, em 2018. A aproximação entre os mercados editoriais dos Emirados Árabes Unidos (EAU) e do Brasil começou na Feira do Livro de Londres de 2015, quando os EAU estabeleceram o Brasil como um mercado estratégico para a sua indústria editorial. Na última edição da Bienal, que aconteceu entre agosto e setembro passados, a EPA mandou ao Brasil uma delegação de editores capitaneada pela sheikha Bodour Bint Sultan Al Qasimi, que esteve, ao lado do sheikh Sultan Bin Muhammad Al Qasimi, membro do conselho supremo dos EAU e governante de Sharja, na assinatura do convênio no fim da semana passada, em Frankfurt. Clique no Leia Mais e veja a íntegra desta matéria.

PublishNews, Leonardo Neto, 24/10/2016

Roger Mello poderá ser o segundo brasileiro a ganhar o Astrid Lindgren Memorial Awards | © Albin Olsson / WikicommonsA organização do Astrid Lindgren Memorial Awards (Alma) anunciou, em Frankfurt, no fim da semana passada, os 226 candidatos ao prêmio que é considerado o Nobel da Literatura infantojuvenil. Entre eles, um único brasileiro: Roger Mello, que já foi o ganhador do Hans Christian Andersen. Roger concorre com escritores, ilustradores, bibliotecas e organizações de incentivo e promoção da leitura de outros 59 países. Entre eles estão os autores e ilustradores Marika Maijala, da Finlândia; Niki Daly, da África do Sul, Judy Blume, dos EUA, e David Almond, do Reino Unido; as organizações Lubuto Library Partners, de Zâmbia, Friends of African Village Libraries, dos EUA, e Abuelas Cuentacuentos, da Argentina. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta nota.

PublishNews, Redação, 24/10/2016

Vencedores do Global Illustration Awards foram conhecidos na Feira do Livro de Frankfurt | © Alexander Heimann / FBFO Global Illustration Awards anunciou na última quinta-feira (20), na Feira do Livro de Frankfurt, os vencedores da sua primeira edição. O prêmio que visa promover ilustrações, além de criar uma plataforma para essa indústria de conteúdo reconheceu ilustradores em cinco categorias: Ilustração de capa, Ilustração de livro infantil, Ilustração editorial, Ilustração científica e Ilustração temática. A competição foi comandada pela plataforma internacional dedicada às ilustrações, illuSalon e teve entre os ganhadores, ilustradores de países como Alemanha, França, Bélgica, China, Índia e EUA. Jacques Maes e Lise Braekers, vencedores da categoria Ilustração de capa, veem o prêmio como uma oportunidade para os ilustradores. “Não é uma profissão fácil. Existe uma grande quantidade de trabalho envolvido e é difícil encontrar uma audiência, um agente ou um editor. O Global Illustration Awards e o illuSalon oferecem a oportunidade de encontrar futuros clientes - ou apenas para ser notado”. Clique no Leia Mais para conferir a lista com os vencedores.

PublishNews, Marcela Prada Neublum, 24/10/2016

Eu acredito que um bom editor é aquele que já esteve em todas as áreas que envolvam a elaboração do livro, desde a prospecção, desenvolvimento, design, até o fechamento da obra. Apenas quando se conhece todas as etapas sob a perspectiva daquele que as realiza é que o processo deixa de ser fordista e passa a fazer sentido em sua totalidade. Não penso que a Feira de Frankfurt é elemento essencial nessa cadeia. No entanto, o editor que tem a oportunidade de ver de perto o que acontece ali, sem dúvida, passa a entender pontos importantes e, como consequência, tende a questioná-los. A primeira impressão é surpresa. Quando você chega na Feira e vê a quantidade de pessoas envolvidas e dedicadas a fazer esse objeto ganhar forma, dá orgulho. A segunda eu já não chamaria de impressão, mas talvez seja, de fato, uma constatação. É possível fazer uma analogia com a própria sociedade: as editoras com mais reconhecimento – e dinheiro – têm estandes maiores, não um pouco maiores, e sim verdadeiros quarteirões, e o fluxo naquelas pequenas cidades é intenso, em um vai e vem de outras grandes editoras em busca de fazer negócio. Enquanto isso, as pequenas editoras estão em suas quitinetes, geralmente apenas observando o movimento, cheias de conhecimentos maravilhosos para passar, mas sem ninguém para dividir. Passei a semana toda falando sobre as curiosidades e o lado bom da Feira, mas gostaria de terminar levantando alguns questionamentos: e se, em 2017, você incluísse em sua agenda reuniões com editoras menores, não tão conhecidas pelo mercado? E se, em 2017, de cinco projetos com possibilidade de lucro, você aprovasse um pensando apenas em divulgar um ótimo novo escritor ou imaginando as consequências reais que aquele conteúdo poderá gerar no seu leitor? Clique no Leia Mais e veja a íntegra do último capítulo do Diário de Frankfurt 2016.

PublishNews, Talita Facchini, 22/10/2016

A Câmara Brasileira do Livro (CBL) anunciou na noite da última sexta-feira (21) os finalistas da 58ª edição do Prêmio Jabuti. Nesta primeira fase foram escolhidos os finalistas das 27 categorias do prêmio, que este ano recebeu 2.402 inscrições, ainda assim, menos do que a edição anterior, que teve 2.575. Na categoria Romance, Marcelo Rubens Paiva concorre com o livro Ainda estou aqui (Alfaguara), Lourenço Mutarelli com O grifo de Abdera (Companhia das Letras) e Julián Fuks com A resistência (Companhia das Letras). Marcelo Maluf e Rafael Gallo, que ganharam recentemente o Prêmio São Paulo de Literatura também estão entre os finalistas com os livros A imensidão íntima dos carneiros (Reformatório) e Rebentar (Editora Record). Na categoria Contos e crônicas, o veterano Luis Fernando Verissimo concorre com o livro As mentiras que as mulheres contam (Objetiva), e na categoria Reportagem e Documentário, Ruy Castro é um dos finalistas com a obra A noite do meu bem (Companhia das Letras). A lista completa já pode ser acessada pelo site do Jabuti. Clique no Leia Mais para conferir mais detalhes sobre o prêmio.

O Globo, Redação, 22/10/2016

Musicados por Márcio de Camillo e ilustrados e animados pelas iluminuras de Martha Barros, os versos de Manoel de Barros viraram “poesias brincantes” em um novo aplicativo para tablets e celulares iOS e Android, lançado na semana passada. Intitulado Crianceiras, reúne dez clipes animados e quatro poesias interativas, além de um “caderno” no qual os leitores podem tocar nas palavras e ver animações, sons e definições. O aplicativo, que pode ser baixado gratuitamente, é um desdobramento do projeto de mesmo nome, concebido por Camillo e lançado em 2012, como disco e espetáculo. Responsável pela direção e produção do app, Bruna Pligher diz acreditar que a interação da tecnologia com a poesia tem “um enorme potencial”. “Nada vai substituir a poesia em seu estado mais puro. Mas o app serve como um convite à poesia e a apresenta em uma nova forma. Colocar a obra do poeta numa tecnologia de que as crianças gostam pode provocar nelas uma nova percepção da arte e aumentar o interesse pelos livros do Manoel”. O app oferece quatro recursos: Clipes, Poesias, Desenhar e Foto. Poemas musicados por Camillo, como Boa sombra e O menino e o rio, ganham clipes com animações de Martha Barros, filha de Manoel. Já no tópico Poesias, as palavras se transformam em brinquedos, num formato interativo em que o usuário vai aprendendo mais sobre o poema a partir de sons e desenhos. Outro recurso permite desenhar com as cores, as texturas e os personagens das iluminuras.

O Estado de S. Paulo, Ubiratan Brasil e Guilherme Sobota, coluna Babel, 22/10/2016

Depois de um leilão concorrido na véspera da Feira de Frankfurt, a Planeta adquiriu os direitos de um romance do escritor israelense Yoav Blum: The coincidence makers (Os criadores de coincidências). Com 40 mil cópias vendidas em Israel e publicado apenas em hebraico pela editora Keter (a mesma de Amós Oz), o livro parte do princípio de que o destino é apenas uma missão bem executada: os fazedores de coincidências agem para que coisas aconteçam “sem querer” e mudem os destinos das pessoas – possíveis casais, cientistas prestes a realizar uma grande descoberta, artistas sem inspiração, etc. Com a promessa de ser um destaque de Frankfurt este ano, o livro também foi comprado pela MacMillan, que deve publicá-lo em 2017 nos EUA. A informação é da coluna da Babel.

O Estado de S. Paulo, Redação, 22/10/2016

A novela envolvendo Bob Dylan e a Academia Sueca, quem concedeu ao músico o Nobel de Literatura, avança. A mais nova atualização é a de que Dylan, que havia reconhecido, ao menos, a existência do prêmio em um anúncio no site oficial, retirou a menção Nobel da página. De acordo com as informações publicadas pelo The Guardian, site do jornal britânico que acompanha o caso de perto, o Nobel anunciado para Dylan em 13 de outubro se tornou um drama. E o motivo disso é silêncio do próprio laureado. A Academia Sueca, que concede os prêmios Nobel, não conseguiu entrar em contato com Dylan. De acordo com a agência de notícias France Presse, 24 horas depois de anunciar o prêmio para Dylan, a instituição foi incapaz de conversar com o premiado em si. “A Academia entrou em contato com o agente de Dylan e com o diretor de sua turnê”, explicou Odd Zschiedrich, chanceler da instituição. Tudo mudou quando a página que anuncia a venda do livro The Lyrics: 1961-2012, que, como o nome já entrega, reúne as letras escritas por Dylan entre 1961 a 2012, anunciava se tratar da obra do “vencedor do Nobel de Literatura”. Foi o caminho aberto para a comemoração do fato de Dylan, ao menos, ter reconhecido que venceu o prêmio. No dia seguinte, na sexta-feira (21), a ducha de água fria: a citação foi retirada. A Academia sueca busca por Dylan para convidá-lo a ir a Estocolmo no dia 10 de dezembro para receber o prêmio do próprio rei da Suécia e participar de um jantar de gala – e discursar para os presentes. Ainda não há informações sobre a intenção de Dylan em comparecer ao evento. A informação é do Estadão.

“Ler civiliza...”
Martha Medeiros
Escritora brasileira
1.
O diário de Larissa Manoela
2.
Orfanato da Srta. Peregrine para crianças peculiares
3.
Tá gravando. E agora?
4.
AuthenticGames - A batalha da torre
5.
Por que fazemos o que fazemos?
6.
Todo mundo tem um anjo da guarda
7.
Fator de enriquecimento
8.
Sinceramente Maisa
9.
Ruah
10.
A garota no trem
 
O Globo, Redação, 18/10/2016

O livro The Lyrics 1961-2012, que reúne todas as letras de Bob Dylan, vai ganhar uma versão brasileira. A editora Companhia das Letras, responsável pela publicação, comemora os direitos sobre a compilação do mais novo vencedor do Nobel, mas explica que a edição já vinha sendo gestada há tempos: "As negociações para a compra dos direitos da obra começaram há dois anos, quando nem se imaginava que Bob Dylan poderia ser agraciado pelo prêmio Nobel", disse Luiz Schwarcz, fundador e CEO da editora, por meio de uma nota. Ele está em Frankfurt, participando da Feira do Livro. The Lyrics 1961-2012 foi publicado em 2012 nos Estados Unidos, e traz todas as letras escritas para os 33 álbuns de Dylan, além de incluir variações que as canções ganharam em diferentes versões. A edição brasileira, bilíngue, será composta por dois volumes, com lançamento previsto para 2017.

O Globo, BOLÍVAR TORRES, 23/10/2016

Da Asgard mítica de Thor às lendas da selva amazônica, foi um passo para Benedito José Nascimento, conhecido nos Estados Unidos como Joe Bennett. Um dos principais quadrinistas brasileiros, o paraense já emprestou seu traço a alguns dos mais famosos super-heróis da DC Comics e da Marvel. Mas, ao mesmo tempo em que colabora com publicações internacionais, dedica um carinho especial a um velho projeto, nascido e desenvolvido no Brasil. No início dos anos 2000, Bennett criou uma série de personagens inspirados no folclore da Amazônia, como Açu, um indígena que ganhou poderes especiais de uma pedra; Aruã, uma ex-bióloga com pele cibernética; ou ainda a jovem Iara, treinada por uma onça para usar seu poder vocal. Batizado de Esquadrão Amazônia, o grupo surgiu inicialmente em uma cartilha educacional encomendada por uma extinta operadora de telefonia do norte do país (os heróis ensinavam os consumidores a usar celulares). Ficou na memória dos fãs que, desde então, continuaram pedindo para que Bennett desse continuidade à sua criação. Clamor atendido: o Esquadrão ganha agora sua primeira grande publicação, uma graphic novel de 40 páginas, capa cartonada e impressão em cores, que será lançada no início de dezembro no próximo Comic Con Experience, em São Paulo. Com um orçamento de R$ 16 mil — levantados via financiamento coletivo — esta é mais uma entre várias tentativas recentes de emplacar super-heróis usando elementos nacionais. Na mesma Comic Con, o britânico radicado no Brasil Sam Hart lançará o seu Mega-Ultra Super Secreto, com um personagem que protege a Amazônia de um vilão atômico. Outros quadrinistas também vêm buscando temas autoctones para desenvolver personagens, como Flávio Luiz (Aú, o capoeirista), Mr. Guache (Zé Pilintra), Brandon Lee (Titãs da Amazônia), Rom Freire e Jamerson Tiossi (Diego Boa Morte), Lancelott Martins (Shaman) e Hugo Canuto, que incorpora religiões afro-brasileiras em seus trabalhos. Nasce um novo filão na HQ brasileira? Confira a matéria completa clicando aqui.

O Estado de S. Paulo, Ubiratan Brasil e Guilherme Sobota, coluna Babel, 22/10/2016

Segundo noticiou a coluna da Babel, no encontro que teve, em Frankfurt, com os agentes que controlam os direitos da saga de Harry Potter, Paulo Rocco foi informado de que o Brasil é o segundo país no mundo que mais envia mensagens para J. K. Rowling, atrás apenas da Grã Bretanha. O editor, aliás, não pode jurar, mas suspeita que as traduções brasileiras passam pelo crivo da autora. “Rowling morou em Portugal e nossas traduções, quando chegam, sempre trazem sugestões de trocas de algumas palavras que só alguém com conhecimento da língua poderia fazer”, disse.

O Globo, Redação, 21/10/2016

Boas novas para os fãs Bilbo Bolseiro, Gandalf e outros habitantes do universo fantástico criado por J.R.R. Tolkien. Christopher Tolkien, filho do escritor, editou mais um texto deixado pelo pai. Beren e Lúthien será lançado nos Estados Unidos e Grã-Bretanha em maio de 2017, 10 anos depois de Os filhos de Húrin, último romance publicado com ambientação na Terra Média. A personagem Lúthien, uma elfa que se apaixona pelo mortal Beren, apareceu pela primeira vez em O Silmarillion. Ela era inspirada na mulher de Tolkien, Edith, que morreu dois anos antes do escritor. O "apelido" inclusive está esculpido no túmulo dela. A história de amor foi escrita pela primeira vez em 1917. Para a edição do livro, Christopher reuniu outras versões do conto, incluindo uma em forma poética. A nova publicação abre com o texto original, incluindo depois as modificações posteriores, de forma a revelar aspectos da história que haviam sido descartados. As ilustrações ficaram por conta do premiado Alan Lee, muito conhecido por suas capas de livros de fantasia. Morto em 1973, boa parte dos títulos de Tolkien foram publicados postumamente, incluindo O Silmarillion, Contos inacabados e The history of Middle Earth (não publicado no Brasil), uma série em 12 volumes editada por Christopher. Suas obras mais conhecidas, entretanto, O hobbit (Martins Fontes) e a trilogia O senhor dos anéis (Martins Fontes), renderam grande fama ao autor ainda em vida. Infelizmente para os fãs brasileiros, ainda não há notícias sobre uma eventual versão em português. Em novembro, chega às livrarias uma nova edição de O retorno do rei. A informação é do jornal O Globo.

O Estado de S. Paulo, Guilherme Sobota, 22/10/2016

Um artista plástico de certa reputação desce a Rua Sá Ferreira até a praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, completamente pelado e fazendo um gingado particular: dezenas de curiosos filmam a “performance” e sobem os vídeos no YouTube. Ele vira uma estrela na web, conhece o chefe do tráfico no morro Pavão-Pavãozinho e inicia sua obra-prima: uma intervenção na comunidade, uma espécie de metonímia, sinédoque, que acaba tomando dimensões inesperadas. Essa é a premissa um tanto quanto maluca do novo livro de Ricardo Lísias, A vista particular, publicado pela Alfaguara. No meio desse aparente surrealismo, o autor aborda de perto vários temas do Brasil contemporâneo, como a Olimpíada, a violência policial, a espetacularização de tudo via redes sociais e uma permanente injustiça social. Entre as obras que o personagem monta na sua instalação, estão, por exemplo, “Família com um filho no tráfico e outro na escola” e “Local em que a polícia pega a parte dela”. Tudo isso com uma estrutura narrativa particular e irônica. Desde 2009, com O livro dos mandarins, o escritor se firmou como uma das vozes mais criativas da literatura brasileira contemporânea (cinco livros vieram antes). No Mandarins, o notável era a engenhosidade da narrativa; com O céu dos suicidas (2012) e Divórcio (2013), ele explorou com força os limites da autoficção; com a série Delegado Tobias (e-galáxia) e com o Inquérito policial: Família Tobias (Lote 42), experimentou formatos e plataformas, sem nunca perder de vista a trama.

O Globo, Mariana Filgueiras, 22/10/2016

É um desejo de qualquer escritor: esbarrar, nas esquinas ou na imaginação, com um personagem que pareça tão pronto que provoque de imediato a ideia de um romance. Foi o que aconteceu há um par de anos com o premiado escritor pernambucano José Luiz Passos. Em 2014, seu editor brasileiro, Marcelo Ferroni, havia lhe encomendado um conto para uma coletânea temática sobre traição. José Luiz, que dá aulas de Literatura Brasileira na UCLA, nos Estados Unidos, estava mergulhado em pesquisas sobre a Revolta da Armada, rebelião de marinheiros contra o governo de Floriano Peixoto em 1893, e perguntou a Ferroni se podia escrever sobre traição política, focando na figura de Floriano. “Pode”, respondeu o editor. Quando Passos entregou o texto, o editor animou-se com as muitas possibilidades narrativas que brotavam de Floriano: o “marechal de ferro” era um sujeito de silêncios desconcertantes, casado com a meia-irmã, obcecado por Napoleão Bonaparte, que lia muito, desenhava bem (nas suas cadernetas, ensaiava diferentes tipos de vagina), e ao mesmo tempo era capaz de comandar matanças desumanas, como na campanha do Paraguai. Ferroni sugeriu que o autor investisse mais tempo naquele personagem tão cheio de minúcias e contradições, quem sabe para um romance. Foi a vez de ele querer saber se o autor topava a proposta. Assim surgiu O marechal de costas (200 pp, R$ 44,90), romance histórico que Passos acaba de lançar pela Alfaguara, em que o protagonista da trama, Floriano Peixoto, tem sua biografia contada ora por eventos do passado, ora do presente. Que é narrado mais especificamente em 2013, quando uma cozinheira, depois de preparar um jantar na casa de um advogado, entra em uma longa conversa com um dos convidados, um professor falastrão. No diálogo, ele ouve a história da vida dela (a trama apresenta indícios de que ela é aparentada do marechal Floriano Peixoto) enquanto fala sobre a política atual. E é assim que a personagem — criada em homenagem à mãe do autor, cozinheira de mão cheia e hoje dona de um bufê em Pernambuco — percebe os desdobramentos das manifestações que tomaram o país naquele ano.

O Estado de S. Paulo, Alberto Bombig, 22/10/2016

Num amanhecer em julho de 2014, Júpiter Maçã, estirado no sofá, observava uma moça dançando só de calcinha, se esgueirando entre cortinas e escombros de uma balada paulistana. “Eu quero que a minha biografia comece com este momento, esta cena”, disse ele a seu biógrafo, que estava sentado ao lado. O livro sobre a vida, os excessos e os delírios do cantor, compositor e cineasta começa de um jeito diferente, porém mantém o lirismo e a pegada rocker daquele momento. A Odisseia – memórias e devaneios de Júpiter Apple (Azougue Editorial), em coautoria com o jornalista, escritor e músico Juli Manzi, tem início justamente no nascimento de Flávio Basso, em 1968, em Porto Alegre, e termina na morte de Júpiter Maçã Apple, em dezembro do ano passado. Apesar de tão óbvio, o início está longe de ser convencional. Logo de cara, o leitor é apresentado aos delírios ficcionais do narrador-depoente, que relata ter recebido a visita dos Rolling Stones ainda na maternidade. “É um livro de memórias ficcionais, digamos assim. Abrange toda a vida dele e todas as fases da obra, da psicodelia ao final beatnik”, afirma Manzi.

 
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