Desde maio passado, os assinantes do PublishNews têm acompanhado a grande novela envolvendo a Saraiva e o seu sócio coreano Mu Hak You. Entre os capítulos mais palpitantes dessa história, estão o dia em que o Hak You invadiu a sede da varejista, em Pinheiros, e o dia em que ele, por conta própria, resolveu convocar uma assembleia geral extraordinária para debater uma suposta insolvência da Saraiva. Muitos analistas ouvidos pelo PublishNews, à época, diziam que a intenção do fundador da GWI, gestora de investimentos liderada pelo coreano, era de derrubar os preços das ações da Saraiva e, assim, aumentar a sua participação societária na empresa, que no início da pendenga era de 38,98% das ações preferenciais (PN) ou 25,86% do capital total da Saraiva. Em agosto passado, no entanto, a GWI realizou duas movimentações que visaram a diminuição da sua participação societária na empresa. Na primeira, no dia 5, passou a administrar 6.584.300 ações, o que corresponde a 38,55% das ações preferencias da companhia. Na segunda, no dia 25, vendeu 904.300 ações e passou a ter 33,26% das PN. No fim de setembro, Hak You fez uma nova movimentação e agora detém 26,72% das ações. Mas o que estaria por trás dessas movimentações? Na edição desta terça-feira, o jornal Valor Econômico traz uma matéria dizendo que o coreano jogou a toalha e deve sair da Saraiva.

Está na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado Federal o projeto de lei 49/2016, que quer obrigar os livreiros a darem mais visibilidade a obras literárias brasileiras. De autoria do deputado Veneziano Vital do Rêgo (PMDB / PB), o projeto, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados e agora aguarda definição de um relator no Senado, estipula que as obras escritas por brasileiros devem ocupar pelo menos 30% das vitrines e mesas de exposição de livros em livrarias de todo o território nacional. Se aprovada a lei obrigará que feiras, bienais e até sites de comercialização de livros cumpram a mesma regra. As únicas exceções admitidas pelo projeto de lei são livrarias especializadas em literatura estrangeira, em livros técnicos ou científicos e bancas de revistas. Pela proposta, o livreiro que não respeitar o limite mínimo de 30% será multado em dez salários mínimos. Se aprovada na CE, a matéria segue para aprovação do Plenário do Senado.

Um colega pediu para que eu respondesse a seguinte pergunta: qual a maior dificuldade que você encontra durante a campanha de um livro? Pensei bastante e são tantos os fatores que podem contribuir para que uma campanha ou um livro dê certo ou não: capa, preço, textos de capa, exposição no ponto de venda, conhecimento do produto por parte do público. Basta um passo errado e tudo pode ser perdido. Assim é nossa indústria, assim é o livro. Escolher o que fazer e como fazer de forma assertiva. Esse é o grande desafio. E esse desafio passa também por acompanhar e medir o que se realizou, ajustar rotas e não insistir nos mesmos erros. Esse dever de casa, muitas vezes, não é feito pelos profissionais envolvidos. Clique no Leia Mais e tenha acesso à íntegra desta coluna.

O PublishNews prorrogou até esta terça-feira (4) o prazo para que os nossos assinantes se inscrevam gratuitamente para o CEO Talk da Feira do Livro de Frankfurt (19 a 23/10). Neste ano, o sabatinado será Jacob Dalborg, CEO da Bonnier Books. A discussão será focada nas intenções da Bonnier em ser um dos grupos editoriais líderes na Europa. Durante 60 minutos, ele será entrevistado pelos jornalistas dos principais veículos de comunicação que cobrem a indústria do livro em todo o mundo: Livres Hebdo (França), Bookdao (China), The Bookseller (Reino Unido), buchreport (Alemanha), PublishNews (Brasil) e Publishers Weekly (EUA). Na ocasião, também será lançado o Global Ranking of the Publishing Industry. Realizado anualmente desde 2007 pelos veículos que também participam do CEO Talk, o ranking perfila as companhias que reportaram receitas superiores a 150 milhões de euros no ano anterior. O evento terá a moderação de Rüdiger Wischenbart, consultor austríaco responsável pelo ranking. O CEO Talk acontece no próximo dia 19, das 14h às 15h, na Sala Dimension (Hall 4.2), dentro do Business Club, a área VIP da Feira do Livro de Frankfurt. Assinantes do PublishNews que quiserem participar gratuitamente do evento podem se inscrever por meio de um formulário, que pode ser acessado aqui, e aguardar a confirmação. As vagas são limitadas.

A Universidade do Livro, em parceria com a Casa Guilherme de Almeida - Centro de Estudos de Tradução Literária, realiza o curso A tradução literária no processo editorial. As aulas visam apresentar a atividade do tradutor como parte de um trabalho editorial realizado em equipe e abordam as especificidades literárias que requerem reconhecimento e compreensão por parte do revisor de tradução, editor e preparador de texto e diagramador. O curso que acontece nos dias 13, 20 e 17 de outubro na Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida – São Paulo / SP) e nos dias 3, 10 e 17 de novembro na sede da Universidade do Livro (Praça da Sé, 108, 7º andar – São Paulo / SP) terá um especialista na área para cada dia. Nomes como Marcelo Tápia, Eliane Fittipaldi, Vicente Sampaio, Jiro Takahashi, Jézio Hernani Bomfim Gutierre e Cide Piquet estão confirmados.

O Fórum Editoração, evento realizado pelos alunos de graduação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade São Paulo (ECA-USP) chega à sua 12ª edição. Com o objetivo de abrir espaço para o debate entre profissionais, pesquisadores e estudantes e discutir sobre questões técnicas e mercadológicas que permeiam a produção do livro, o evento gratuito está marcado para o dia 15 de outubro, das 9h às 17h, na Biblioteca Municipal Alceu Amoroso Lima (Rua Henrique Schaumann, 777, Pinheiros – São Paulo / SP). Com o leitor mais presente nas publicações e fortalecendo sua influência no mercado editorial, o XII Fórum de Editoração abordará temas que retratam esse cenário, propondo discutir não só como ocorre essa interação, mas também quais são suas tendências e importâncias. A programação completa você confere na página do evento no Facebook.

O Governo do Estado de Minas Gerais e a Secretaria de Estado de Cultura realizam esta semana o Circuito das Letras, celebração literária que vai reunir mais de 130 convidados em aproximadamente 80 atividades. O evento gratuito que começa amanhã (5) e vai até o dia 9, terá mesas-redondas, painéis, oficinas, contações de histórias, ações educativas de estímulo à leitura, grupos de trabalho, shows, feiras, piquenique literário e saraus poéticos. A programação pretende subsidiar a elaboração do Plano Estadual do Livro, Leitura, Literatura e Bibliotecas do estado de Minas Gerais e propõe a democratização do acesso ao livro, a valorização institucional da leitura, a formação de mediadores para o incentivo à leitura e o desenvolvimento da economia criativa do livro. Escritores, editores, ilustradores, roteiristas, bibliotecários e artistas que trabalham com a palavra como suporte ou inspiração debatem o papel da literatura também em outras expressões artísticas e culturais. Dentre os cinco dias, o Circuito receberá nomes como Humberto Werneck, Gregório Duvivier, Ricardo Aleixo, Schneider Carpeggiani, Angela Lago e Maria Esther Maciel. A iniciativa é coordenada pelo Circuito Liberdade que conta com 14 espaços que integrarão o projeto. A programação completa você confere clicando aqui.

O acadêmico, poeta, ensaísta e crítico literário Antonio Carlos Secchin dará uma conferência na Universidade da Sorbonne, em Paris. O evento que acontece nessa quinta (6), às 18h30, terá como tema Cecília Meireles: as incertezas da liberdade. O convite foi feito por Leonardo Tonus, professor de Literatura Brasileiro na Sorbonne e coordenador do Centro de Estudos Lusófonos da universidade parisiense. Quem estiver por lá e quiser participar só precisa confirmar presença mandando um e-mail para sorbonnepr@outlook.fr.

Em homenagem aos 90 anos da morte do explorador, fotógrafo e pesquisador de línguas, costumes e mitos amazônicos Ermanno Stradelli (1852-1926), a Casa Mário de Andrade (Rua Lopes Chaves, 546, Barra Funda - São Paulo / SP) recebe dois eventos na próxima quinta (6/10). O primeiro é o lançamento do livro A única vida possível: Itinerários de Ermanno Stradelli na Amazônia, promovido pela Editora Unesp e o Istituto Italiano di Cultura de São Paulo e organizado por Livia Raponi. A obra é uma coletânea de ensaios de especialistas brasileiros e italianos, de diferentes áreas disciplinares. O segundo evento é a abertura da exposição fotográfica Nos passos de Ermanno Stradelli. Viagem à Amazônia, que reúne imagens do próprio Stradelli e imagens mais recentes de Graziano Bartolini, realizadas ao longo de uma exploração fluvial seguindo os passos do explorador italiano. O evento começa às 19h.

A Editora Planeta preparou para essa semana mais um Planeta de Leitores. Dessa vez, o projeto, que promove clubes de leitura e encontro com autores da editora, terá como convidado o youtuber Eduardo Cilto, criador do canal Perdido nos Livros e autor do livro Traços. O Planeta de Leitores tem como objetivo expandir a ideia de palestra e busca, por meio de um mediador, propor novas leituras e ampliar o repertório do público por meio da troca de experiências. O evento gratuito acontece amanhã (5), às 19h, na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1731, Jardim Paulista - São Paulo / SP).

A 30ª Edição do Ciclo Mutações (31/08 a 4/11) continua com suas palestras, sediadas no Sesc Vila Mariana (Rua Pelotas, 141, Vila Mariana - São Paulo / SP). As conferências que acontecem sempre às 10h30, terão essa semana a participação de Newton Bignotto, Francisco Bosco (foto), Eugênio Bucci e José Miguel Wisnik para discutir sobre as temáticas tratadas em realizações passadas e se aprofundar na crise do indivíduo contemporâneo. Para começar, nesta quarta (5), o filósofo Newton Bignotto dará a conferência Civilização e Barbárie (Nós, os Bárbaros), no dia seguinte (6), o poeta, compositor e filósofo, Francisco Bosco falará sobre O Homem Máquina (O Amor na Era Digital). No dia 7, é a vez do jornalista Eugênio Bucci dar uma conferência com o tema Muito Além do Espetáculo (Muito Aquém da Superação), e para finalizar, já na semana seguinte, no dia 13, o músico e ensaísta José Miguel Wisnik falará sobre os Poetas que pensaram o mundo (Drummond e a maquinação do mundo). Os ingressos custam de R$ 6 a R$ 20 por palestra e devem ser feitos por meio do Portal Sesc SP ou nas Centrais de Atendimento de todas as Unidades do Sesc SP.

O Espaço de Leitura (Rua Ministro Godói, 180, Perdizes, Parque da Água Branca – São Paulo / SP) preparou uma programação especial para o mês de outubro e para as crianças. Com histórias em forma de teatro, mediação de livros, música, sarau, a programação que acontecerá durante todo o mês, de quarta a domingo, terá ainda a exposição Expresso SP, que acontece de 13 a 31 de outubro e passeia pela história de São Paulo. Neste sábado (8), o Espaço de Leitura terá às 11h uma oficina educativa, e as 15h, mediação de livros com Ana Veliago Costa e Renato Nonato. Todos os eventos são gratuitos.

O feminino no mundo contemporâneo dá o norte para as histórias de A teta racional (Grua, 128 pp, R$ 34,90), livro de estreia de Giovana Madalosso, em que a delicadeza e a dureza buscam uma possibilidade de reconciliação. No conto XX + XY, a narradora passa em revista pelo olho mágico o pai do seu filho que acaba de nascer. É feio mesmo ela pensa, antes de abrir a porta para aquele homem desengonçado com quem topou em uma festa, depois de não conseguir nada melhor. O delicado Sentimento no. 1403, protagonizado por um olhar de encantamento com o mundo, coexiste com o duro Roleta russa, em que a transexual portadora do vírus da AIDS é convidada para uma festa em que o sexo corre livre sem preservativo. E nessa busca pela reconciliação, vive-se o desejo ou o repúdio da maternidade, o reencontrar com a amiga de juventude, uma noite em Istambul, uma viagem com a mãe pela costa da Califórnia. A teta racional foi selecionado na Segunda Temporada de Originais da Grua, em que foram escolhidos dois entre 240 livros. O livro será lançado hoje (4), às 19h, Na Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915 - São Paulo / SP).

A morte e o silêncio são os fios condutores da primeira obra de ficção adulta de Maria Viana, autora conhecida por sua produção de livros didáticos e infantis. O livro Silêncios no escuro (Ateliê, 144 pp, R$ 30) é uma coletânea que traz 16 contos escritos pela autora durante cerca de 15 anos, e apresenta fotografias de Laura Campanér. A presença do pai é recorrente na obra: o tema está estrategicamente posicionado no primeiro e último conto do livro. No primeiro, explica a autora, ela foi movida por um o desejo de retratar a dor de um pai que perdeu muitos filhos antes de ver um deles realmente sobreviver. Já no último, fala também da morte, mas do ponto de vista da criança que presenciou o falecimento do pai.

A autora Sheila Hafez conduz o leitor a um passeio que começa em A e vai até Z. O olhar feminino de Sheila se distribui em 26 contos delicadamente apimentados. Como se sabe, as mulheres levam, junto com o sexo, uma completa e complexa bagagem de sentimentos, emoções, temores e euforias. Uma ruguinha pode pôr a perder uma vida de autoestima, uma palavra mal-entendida torna-se fonte caudalosa de mágoa, outra palavra, chula, ao pé do ouvido, pode ser o primeiro degrau do paraíso. De A a Z, eróticas (Laranja Original, 136 pp, R$ 40) as mulheres dentro de Sheila buscam o filho na escola, fazem compras, bebericam, viajam mentalmente, tudo entremeado por sexo, ora pensado, ora feito, ora ousado. A cada linha, enquanto o universo feminino fala, transpiram aromas e idealizações, sabores e ressentimentos, texturas e alegrias, imagens e esperanças, paladares e expectativas, sentidos e sentimentos.

Uma garota se exibe para uma plateia nada usual. Um jogo de farsantes sinceras se desenrola durante as noites num labirinto de canais. O desejo aproxima a juventude da face que lhe é oposta: alguém que parece nos enxergar de muito longe. E a natureza emerge até provocar o clímax que faz o indivíduo transbordar para além de si. Uma estranha felicidade aflora das tramas: transgressora. Formado por quatro histórias interligadas, A natureza intensa (Terceiro Selo, 144 pp, R$ 35,90), de Nelson Rego, mostra a trajetória de personagens que variam desde meninas vindas de alagados e favelas, que encontram num ambiente de ambígua pulsão erótica a chance de escapar a destinos que se anunciavam opressivos, até uma inquietante industrial e financista, que faz do jogo e da ruptura de limites o seu modo de vida. O leitor participa da jornada como um voyeur, acompanhando cenas que tanto revelam quanto camuflam o quebra-cabeça onde se inserem.

Ilan Brenman reconta em A amizade eterna e outras vozes da África (Moderna, 112 pp, R$ 46) uma série de narrativas encontradas durante suas visitas ao continente. A obra é composta por 14 narrativas que se passam na Uganda, Tanzânia, Egito, Argélia e outros países africanos. Nelas, o leitor terá a oportunidade de conhecer a história de um avestruz que deixa de levantar as asas para que ninguém roube seu fogo; um escravo que encoraja o príncipe mais novo a se passar pelo irmão mais velho autoritário; um garoto generoso que escapa por pouco de ser devorado por um crocodilo; um porco-espinho que consegue ser mais esperto que um chacal, dentre outras aventuras. Por meio de enredos que abordam poder, hierarquia, servidão, entre outros temas, Ilan Brenman chama atenção para elementos bastante semelhantes a outros textos da Bíblia, a um conto dos irmãos Grimm, e até mesmo a narrativa grega da caixa de Pandora, que propõe ao leitor a reflexão sobre como as histórias tradicionais se refletem e se contaminam.