A 24ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo já tem data marcada. O evento acontece entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro, no Pavilhão de Exposições do Parque Anhembi. Na edição passada do evento, 720 mil pessoas visitaram a Bienal de SP e puderam conferir as 1.500 horas de programação. Ao todo, foram 300 expositores que reuniram 750 selos, além da representação de Alemanha, Angola, Canadá, China, França, Índia, Japão e Suíça.

Para divulgar os autores holandeses pelo mundo afora, o governo da Holanda, através da Nederlands Letterenfonds criou um evento itinerante no qual escritores do país são levados para diferentes lugares com o objetivo de falar sobre sua obra, ministrar oficinas e discutir literatura junto a escritores locais. Depois de ter acontecido na China, Itália, Espanha, Alemanha, Argentina, República Checa e França, o evento chega ao Brasil. De 26 a 30 de agosto em São Paulo, e de 31 de agosto a 5 de setembro no Rio de Janeiro. Estarão no Brasil os escritores Arnon Grunberg, Toine Heijmans, o poeta Arjen Duinker, a artista gráfica Barbara Stok e os escritores Marjolijn Hof, Ton Meijer, Janny van der Molen e Tommy Wieringa. A programação completa do eventoa visita pode ser acessada aqui.

Está marcado para o dia 1º de setembro, o RightsExpress Seminar, evento que a Feira do Livro de Frankfurt fará no Brasil. Com o tema Negociações e contratos internacionais, o seminário vai tratar de questões comerciais de compra e venda de direitos dando enfoque às bases para negociar, às práticas de royalties e ao cálculo de advances. Na programação, a agente argentina Monica Herrero e advogado e colunista no PublishNews Gustavo Martins vão apresentar as bases para as negociações internacionais, tanto no aspecto comercial quanto no aspecto jurídico. O evento acontece no auditório do SNEL (Rua da Ajuda, 35 – 18º andar – Rio de Janeiro/RJ), das 10h às 13h30. Mais informações e inscrições, clique aqui.

Morrissey anunciou que vai lançar, no fim de setembro, o seu primeiro romance, intitulado List of the lost. O livro será publicado pela editora Penguin Books. Segundo um comunicado oficial, a obra estará à venda nas lojas do Reino Unido, da Irlanda, Austrália, Índia, Nova Zelândia e África do Sul. Em janeiro, o ex-vocalista dos Smiths havia dito que estava no processo de escrever um livro de ficção, mas não especificou a data de lançamento.

Pela primeira vez em 62 anos, o Prêmio Hugo de Melhor Romance, o mais importante da literatura de ficção científica, foi concedido a um trabalho escrito em uma língua diferente do inglês pela Sociedade Mundial de Ficção Científica. O ganhador, anunciado em cerimônia realizada no último sábado, em Washington, é o escritor chinês Liu Cixin, com The three-body problem, uma ficção sobre a preparação da Terra para uma invasão alienígena. O livro ganhador, que ainda não foi publicado no Brasil, é a primeira parte de uma trilogia de grande sucesso editorial na China. Sua primeira edição, de 2007, teve que ser traduzida e publicada em inglês para concorrer ao Hugo, como manda o regulamento.

A PerSe, plataforma digital de autopublicação e comercialização de livros impressos e e-books, levará um grupo de autores para a Bienal do Rio (03 a 13/09). A editora fará o lançamento de 15 novos escritores durante os dias do evento. Além disso, a plataforma levará as obras de 80 autores, apresentando uma variedade de títulos de diversos gêneros para o público. O estande da editora ficará no Pavilhão Verde na Rua L Estande 12, principal via de acesso para os visitantes.

Está marcada para esta quinta-feira (27) o lançamento oficial da Dorinateca - Biblioteca digital Dorina Nowill. A plataforma é acessível às pessoas com deficiência visual e garantirá ainda mais mobilidade, independência e autonomia no acesso à informação. Cerca de 4.400 títulos estarão disponíveis no acervo de livros em formatos acessíveis e poderão ser baixados no site da Dorinateca pelas pessoas cegas ou com baixa visão cadastradas e também por bibliotecas, escolas e organizações que atendam a este público. O projeto foi viabilizado pelo Ministério da Cultura.

A crise na educação, na ecologia e na política a partir do pensamento de Roland Barthes, Jean-Paul Sartre, Gilles Deleuze e Hannah Arendt serão tema de uma série de sete encontros que o Centro Cultural Banco do Brasil (Rua Primeiro de Março, 66, Centro, Rio de Janeiro/RJ) promove entre os dias 9 e 28 de setembro. Virão ao Brasil para o seminário intitulado Três franceses e uma alemã os franceses Tiphaine Samoyault (autora de Roland Barthes, mais nova e badalada biografia de Barthes); Christian Prigent (foi aluno de Barthes e é poeta); o filósofo e crítico de arte Jacques Leenhardt; e o alemão Wolfgang Heuer (mentor e responsável pela Rede de Comunicação Internacional de Pesquisa em Hannah Arendt). A entrada é franca. As inscrições serão feitas exclusivamente pelo site do CCE-PUC. Clique aqui para conferir a programação.

Fernanda Torres e Cristovão Tezza irão representar o Brasil na versão britânica da Festa Literária Internacional de Paraty, a FlipSide. O evento será realizado entre 2 e 4 de outubro em Snape Maltings, cidadezinha do sudoeste da costa britânica. Fernanda lançou em 2013 seu primeiro romance, Fim (Companhia das Letra). Tezza é autor de alguns dos mais elogiados romances brasileiros contemporâneos, como O filho eterno (Record). Escritores renomados do Reino Unido também estarão no encontro literário. O dramaturgo David Hare, convidado da última edição da Flip, vai apresentar seu novo livro de memórias, The blue touch paper. Também foram convidados os romancistas Louis de Bernières, Joanna Trollope e Julia Blackburn. Da América Latina há também o mexicano Juan Pablo Villalobos (Festa no covil, Companhia das Letras). O angolano José Eduardo Agualusa irá lançar em solo britânico o romance Teoria geral do esquecimento.

A Casa das Rosas - Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura (Avenida Paulista, 37, São Paulo/SP) promove hoje (25) encontro com Milton Hatoum. Ele foi o autor estudado no mês durante o curso Jardim Alheio - Ciclo de Crítica com Escritores. A atividade começa às 19h30. O convidado é autor de sete romances premiados. Além de contos e ensaios, sua obra foi traduzida em mais de dez línguas.

Mário de Andrade (1893-1945) correspondeu-se, ao longo de toda a vida, com os maiores nomes das artes, da cultura e da inteligência do Brasil, em um tempo em que o país e, sobretudo, São Paulo, viveram seu primeiro grande momento de transformação e modernização. As suas cartas são uma das melhores maneiras de conhecer não apenas a figura de Andrade como, a partir do plano íntimo, as ideias que revolucionaram o Brasil e São Paulo da primeira metade do século 20. A correspondência do autor estará reunida no Centro Cultural Correios de São Paulo (Avenida São João, s/nº, Vale do Anhangabaú, São Paulo/SP), de 19 de setembro a 11 de novembro, na exposição Mário de Andrade – Cartas do Modernismo, com curadoria de Denise Mattar e cenografia de Guilherme Isnard. A exposição, apresentada anteriormente no Rio de Janeiro e em Brasília, traça o desenvolvimento do Modernismo através das cartas de Andrade, um dos gêneros de destaque na produção do escritor.

O Senac, com publicações do Departamento Nacional e das Editoras do Senac Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo, estará presente na 17ª Bienal do Rio de Janeiro (03 a 13/09). Com um estande de 250 m², localizado no Pavilhão Azul J08/K05, a instituição abrigará o projeto, idealizado pelo arquiteto Marco Tirelli, com o tema Inovação na Educação. A estrutura modular vai representar a ideia da construção do conhecimento e a educação como meio para a inovação, apresentando o Senac como instituição de excelência na Educação Profissional. Cerca de 40 lançamentos e reedições de diversas áreas serão apresentados nesta Bienal nas áreas de gastronomia, meio ambiente, cultura, artes, ciências sociais, educação, gestão e negócios, saúde, infraestrutura e comunicação.

A região sudeste ganha mais um festival literário. Depois de Paraty, São Francisco Xavier e Santos, é a vez de Campos de Jordão receber convidados para discutir literatura. Organizador por André Boccato, a Flipcampos – marcada para novembro – deverá contar com a presença de cerca de 30 escritores nacionais. Homenageados? Monteiro Lobato, Pedro Paulo Filho e Mauricio de Sousa.

Raphael Montes sedimenta, a cada novo livro, sua posição de grande figura do romance policial e de suspense na literatura brasileira. Se em sua estreia com Suicidas o fio da meada são as terríveis descobertas feitas por mães de jovens que se mataram, ele mudou o rumo no romance seguinte, Dias perfeitos, que se assemelha a uma soturna sonata, sobre Téo, rapaz que se revela um psicopata ao sequestrar Clarice, garota por quem se apaixona, obrigando-a a viajar para diversas cidades. Agora, Raphael muda a chave e lança O vilarejo (Suma; 96 pp; R$ 29,90), suspense que se revela um quebra-cabeça para o leitor. O livro será lançado hoje à noite, na loja da Companhia das Letras da Livraria Cultura (Avenida Paulista, 2.073 , no Conjunto Nacional – São Paulo/SP).

Certa vez, o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro deparou-se com uma plateia dividida entre cientistas e índios. Enquanto apresentava suas teses sobre o perspectivismo ameríndio, conceito desenvolvido a partir da cosmologia dos povos com que estudou na Amazônia, notou que a metade branca da plateia ia perdendo o interesse. No fim da palestra, diante do silêncio dos cientistas, uma índia pediu a palavra para alertá-los: “Vocês precisam prestar atenção ao que o professor aí está dizendo. Ele está dizendo o que a gente sempre disse”. A cena remete a uma das teses centrais de seu novo livro, Metafísicas canibais (Cosac Naify e n-1 Edições). O autor descreve-o como a “resenha” ou “sinopse” de uma obra que nunca conseguirá concluir e que se chamaria “O Anti-Narciso”. Nela, aproximaria filosofia e antropologia, Deleuze e Lévi-Strauss, para investigar a pergunta: “o que deve conceitualmente a antropologia aos povos que estuda?”. As culturas e sociedades pesquisadas pelos antropólogos, escreve, “influenciam, ou, para dizer de modo mais claro, coproduzem” as teses formuladas a partir dessas pesquisas.

Os primeiros contatos do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro com povos amazônicos, que deram origem às teses expostas em livros como A inconstância da alma selvagem e Metafísicas canibais, estão registrados nas fotografias que fez durante o trabalho de campo com os índios Araweté, Yanomami, Yawalapiti e Kulina, entre meados dos anos 1970 e início dos 1990. Parte dessas imagens será exibida pela primeira vez na exposição Variações do corpo selvagem, no Sesc Ipiranga (Rua Bom Pastor, 822 – São Paulo/SP), entre 29 de agosto e 29 de novembro. A mostra reúne ainda registros de sua colaboração, nos anos 1970, com o cineasta Ivan Cardoso, mestre do gênero “terrir” e diretor de filmes como O segredo da múmia (1982) e As sete vampiras (1986). A exposição também debaterá as relações entre as teorias do antropólogo e as artes e o pensamento contemporâneos, em um seminário internacional nos dias 27 e 28 de outubro. Ao longo de toda a mostra, haverá uma programação paralela com shows, performances, espetáculos teatrais e contação de histórias para crianças, reunindo artistas como Arto Lindsay, Jards Macalé e Tom Zé. A programação completa está no site do Sesc.

A parceria entre Davi Kopenawa, um xamã versado no mundo dos brancos, e Bruce Albert, um etnógrafo com longa familiaridade com seus anfitriões, começou com um completo mal-entendido. O francês conheceu o futuro líder yanomami quando este ainda trabalhava como intérprete da Funai, em 1978. Ambos tinham 20 e poucos anos e uma ideia distorcida um do outro: Albert ouvira falar de Kopenawa como um índio aculturado a serviço dos militares, enquanto Kopenawa ouvira rumores de que Albert seria um perigoso estrangeiro infiltrado nas terras de seu povo. As caricaturas cruzadas, porém, não demoraram para se desmanchar. Dez anos depois, Kopenawa convidou Albert para um ambicioso projeto. O xamã decidiu confiar-lhe algumas palavras em sua língua natal. Foram 100 horas de depoimento, gravados entre 1989 e 2001, que serviram de base para as mais de 700 páginas de A queda do céu — Palavras de um xamã yanomami (Companhia das Letras, tradução de Beatriz Perrone-Moisés e prefácio de Eduardo Viveiros de Castro), obra de enorme impacto na história da etnografia. Lançado em 2010 na França e só agora traduzido para o português, o livro é uma rara interlocução entre dois universos culturais, em que um índio assume a (co)autoria do discurso para introduzir os seus sistemas cosmopolíticos e intelectuais aos brancos.

Para comemorar suas bodas de ouro, a Nova Fronteira selecionou clássicos que marcaram a trajetória da editora para compor a Coleção 50 Anos. Os 20 títulos escolhidos serão lançados em quatro lotes – o primeiro já está disponível nas livrarias de todo o País. Agora, acaba de sair do forno, a segunda leva, que reúne: A náusea (200 pp.,, R$ 29,90), de Jean-Paul Sartre; O primeiro homem (264 pp., R$ 34,90), de Albert Camus; 50 sonetos (160 pp., R$ 24,90), de William Shakespeare; A consciência de Zeno (400 pp., R$ 39,90), de Italo Svevo, e A câmara clara (112 pp., R$ 21,90), de Roland Barthes. Na primeira leva, estão Sagarana, de Guimarães Rosa; Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf; O albatroz azul, de João Ubaldo Ribeiro; Contos novos, de Mário de Andrade; e Poemas escolhidos, de Ferreira Gullar.

A coleção Travessias (Moderna, R$ 27 – cada), acaba de ganhar mais seis títulos voltados para os alunos do Ensino Fundamental, Ensino Médio e vestibulandos. São eles: Senhora (288 pp.) e Iracema (120 pp.), de José de Alencar; A Moreninha (184 pp.), de Joaquim Manuel de Macedo; O Cortiço (280 pp.), de Aluísio Azevedo; e A cartomante e outros contos (136 pp.) e Memórias póstumas de Brás Cubas (240 pp.), de Machado de Assis. As obras apresentam o texto integral acompanhado de notas de vocabulário e comentários que ajudam os leitores a interpretarem e compreenderem a trama. Ao final de cada livro, há também uma série de questões para reforçar o conhecimento do aluno. O trabalho foi elaborado pelo professor Douglas Tufano, autor de vários livros didáticos e paradidáticos.

Pedro Mico é um malandro carioca procurado pela polícia. Não sabe ler, não tem emprego, mas é esperto e destemido. Vive em uma favela do Rio e, quando chega o dia em que se vê encurralado, decide encenar um suicídio – inspirado pela história da vida de Zumbi dos Palmares. Pedro Mico é o personagem-título de uma das peças mais famosas de Antonio Callado. Embora tenha sido escrita em 1957, essa peça, que deu origem a um filme com Pelé nos anos 1980, permanece atual em sua abordagem da desigualdade social e racial. Título inaugural do chamado “teatro negro” de Callado, Pedro Mico (José Olympio/ Record; 112 pp., R$ 30) ganha agora sua primeira edição literária. Nos últimos meses, a editora vem relançando, com novos projetos gráficos, os romances do autor e, em breve, publicará também outras de suas peças.

Os seis ensaios reunidos no livro Um sábado que não existiu (Summus Editorial, 144 p., R$ 32,90), do jornalista e professor Renato Modernell, exploram o universo da cultura, das comunicações sociais e do aprendizado. Explorando temas transversais na fronteira entre o jornalismo e a literatura, o autor apresenta textos com breves visitas a pensadores como Jung, Bakhtin, Benjamin, Prigogine, entre outros. Ao mesmo tempo, traz uma visão bem fundamentada sobre grandes criadores literários, como Saramago, Dante e Guimarães Rosa. Tudo isso sem discurso intelectual: apenas retratando o mundo com os olhos do repórter.

Livro individual de estreia da gaúcha Renata Wolff, Fim de festa (Terceiro Selo/Dublinense; 160 pp., R$ 35) traz contos mais antigos com uma leva recente trabalhada ao longo do último ano. No livro, Renata ambienta suas histórias na contemporaneidade, cruzando as vivências e trajetórias de vários personagens. Na próxima quinta-feira (27), o título será lançado, a partir das 18h, na Palavraria (Rua Vasco da Gama, 165, Bom Fim, Porto Alegre/RS). No local, a autora autografará o título.