Vamos imaginar uma cena. Um cliente está em uma livraria. Vê um livro que ele quer muito. Passa o livro no totem de leitura de código de barras, vê o preço e frustrado devolve o livro para a prateleira. Dificilmente um livreiro teria a chance de entender por que aquele livro não foi vendido. Foi nessa lacuna que Luiz Vitor Martinez, CEO da Geeksys, se inspirou para criar o software Price Check. O Price Check já está – em diferentes estágios – em operação em cinco grandes varejistas de livros no Brasil: Saraiva, Cultura, Vila, Leitura e Travessa. Luiz estima que para cada R$ 2,5 milhões vendidos em livrarias brasileiras, R$ 2,6 são perdidos por não terem ferramentas eficientes para compreender o comportamento dos consumidores. Luiz acredita que há uma série de razões para que o produto não “performe” a contento. O Price Check joga luz em algumas delas. “O livreiro já levou o cliente até a sua loja, o cliente já está disposto a comprar. Essas oportunidades devem ser aproveitadas”, defende. Além de apontar que o preço do livro pode estar errado, o Price Check lista os produtos de com mais potencial de vendas, antecipa tendências e pode até sugerir mudanças no layout das lojas. O layout, aliás, é o forte de uma segunda solução integrada ao Price Check que a Geeksys desenvolveu e já está em operação em algumas livrarias no Brasil. É o Heatmaper, que aproveita as câmeras de segurança já instaladas nas lojas para fazer um mapa dos pontos mais quentes das livrarias e quais os produtos com os quais os consumidores mais interagem. Para conhecer cada uma destas ferramentas, clique no Leia Mais.

Está se aproximando o prazo final para quem quiser divulgar seu trabalho literário e concorrer a um espaço para publicá-lo no caderno Prosa, d´O Globo. O concurso Brasil em Prosa, uma parceria entre o jornal e a Amazon.com.br, com apoio da Samsung, começou no dia 13 de junho e já conta com mais de três mil contos inscritos. Para participar, os autores deverão publicar seus textos na plataforma KDP da Amazon até a próxima sexta-feira, dia 31 de julho. O serviço de atendimento da empresa, que auxilia os usuários da plataforma de autopublicação, também vai tirar dúvidas de quem quiser participar do concurso.

Uma nova versão inglesa para o romance Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, está prestes a ser produzida. A missão será da tradutora Alison Entrekin, responsável por traduções para o inglês de livros como Cidade de Deus, de Paulo Lins, e Budapeste, de Chico Buarque, entre outros. Australiana radicada no Brasil, Alison quer tratar a nova versão com grandiosidade. Estima em torno de cinco anos de trabalho, tempo necessário para verter para o inglês o complexo experimentalismo de linguagem de Rosa. A tradutora fala das dificuldades que terá em um artigo publicado na revista Pessoa.

Na última segunda-feira (27), foram anunciados os ganhadores do prêmio Iberoamérica ilustra, que comporão o Catálogo Iberoamericano de Ilustração de publicação infantis e juvenis, realizado pela SM, pela Feira Internacional de Livros de Guadalajara e pela El Ilustradero. A ganhadora é a espanhola Miren Asiain, que ilustrará a capa do catálogo e receberá R$ 5 mil em uma cerimônia marcada para o dia 1º de dezembro, em Guadalajara. Além dela, cinco ilustradores receberam menção honrosa e outros 27 profissionais vindos da Argentina, Espanha, Chile, Brasil, Portugal, Colômbia e México terão obras no catálogo. Há três brasileiros na lista: Jana Glatt Rozenbaum, Laerte Silvino, e Luciano Tasso. O catálogo será lançado durante a Feira de Guadalajara (28/11 a 6/12).

Depois de fechar parceria com a Saraiva para oferecer audiolivros via streaming a R$ 18,90, a Ubook anunciou que fechou parceria com a rede de fidelização Multiplus. Agora, a adesão ao Ubook – por R$ 18,90 - dá direito a 200 pontos Multiplus. A cada renovação de assinatura, que acontece mensalmente, o assinante ganha mais 100 pontos. Ao conectar diferentes empresas e programas de fidelização, a Multiplus permite aos seus participantes acumularem e resgatarem pontos em várias empresas de diferentes segmentos. Atualmente a rede é composta por 392 parceiros e reúne 12,9 milhões de participantes. Para saber mais sobre a parceria, clique aqui.

O Oceanos – Prêmio de Literatura em Língua Portuguesa, correalizado pelo Itaú Cultural, registrou 592 obras inscritas. Agora, a premiação inicia sua segunda fase. Até 31 de agosto, o júri inicial [http://www.itaucultural.org.br/oceanos2015/jurados.html], formado por 100 especialistas em literatura, entre jornalistas, escritores, críticos, tradutores, ensaístas e professores de literatura, elegerá os 40 títulos classificados para as fases finais. Além disso, estes especialistas vão eleger entre seus pares aqueles que votarão nas etapas seguintes. As listagens dos livros concorrentes e dos jurados podem ser acessadas aqui.

A Árvore de Livros, plataforma de biblioteca digital voltada para escolas, está com uma vaga aberta na área comercial para atuar no centro do Rio de Janeiro. O candidato deve ser uma pessoa que consiga aprender rápido, se motive por metas e tenha paixão em lidar com pessoas. Experiência prévia na área comercial é um diferencial. A empresa oferece VR + VT + convênio médico após período de experiência. Interessados devem enviar seu currículo para rh@arvoredelivros.com.br.

Está marcado para setembro (entre 19 e 27) o Salão do Livro de Palmas. De acordo com a secretaria de Educação do Estado, serão investidos cerca de R$ 4,7 milhões no evento que acontecerá no Centro de Convenções Parque do Povo, na capital do Tocantins. “Infelizmente, nos últimos dois anos, o Salão do Livro perdeu um pouco do seu sentido inicial e deixou de acontecer em função de dívidas. Agora, retomamos o evento dentro de uma proposta mais econômica”, afirmou Adão Francisco, titular da secretaria de Educação do Estado. O espaço de exposição terá 85 estandes, palco para apresentação, auditórios para palestras e um café literário com capacidade para 220 pessoas, onde acontecerão lançamentos, mesas redondas e shows com artistas locais.

O Memorial Minas Gerais Vale (Praça da Liberdade, 640, Funcionários, Belo Horizonte/MG) recebe o público nesta quinta-feira (30), às 19h, para exibição do documentário Um humanista por acaso escritor, filme-homenagem de Leandro Lopes a José Saramago. Com duração de 51 minutos, a produção busca olhar o mundo pelas lentes desassossegadas do escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português. A entrada é franca.

A Casa Guilherme de Almeida (Rua Cardoso de Almeida, 1943, São Paulo/SP) realiza na próxima sexta-feira (31) o curso Poetas de França: Musset, Mallarmé, Verlaine, Valéry e Éluard na Estética Guilherme de Almeida. Durante o encontro, que acontece das 19h às 21h, a partir do livro Poetas de França, clássico de referência da poesia e da tradução no Brasil, serão apresentados poemas, em francês e português, com comentários sobre épocas, escolas literárias e decisões linguísticas. A ideia é mostrar a visão estética do tradutor-poeta Guilherme de Almeida. A condução da aula será da escritora e doutora em Língua e Literatura Francesas pela Faculdade de Nancy (França), Raquel Naveira. Para se inscrever, clique aqui.

A Fundação Dorina Nowill, em parceria com o Instituto Helena Florisbal, produziu cinco mil dicionários Houaiss com a nova ortografia em formato DAISY. A distribuição se destina a pessoas com deficiência visual: dois mil exemplares são destinados a pessoas físicas; e três mil serão para instituições entre bibliotecas, escolas e organizações que prestam serviço para as pessoas com deficiência visual, gratuitamente. Pessoas e instituições que tiverem interesse em receber seu exemplar, podem solicitá-lo pelo e-mail biblioteca@fundacaodorina.org.br.

Perdido num lugar distante de tudo, um homem se abriga na casa de uma família simpática e diferente. Essa gente tem um hábito esquisito: sair todas as noites para buscar o dia. Quando passa de novo por ali, o homem leva um presente que muda a rotina daquelas pessoas...” Na infância, o fotógrafo Paulo Pampolin adorava esta história de Edy Lima, A gente que ia buscar o dia, contada pela mãe. O livro se perdeu, mas Pampolin guardou a fábula na cabeça e, a seu modo, passou a recontá-la para embalar os sonhos da filha Giovanna, hoje com 9 anos. Tal era a conexão entre pai e filha que Patrícia, atual mulher de Pampolin e madastra de Gigi, decidiu procurar um exemplar da obra nos sebos de São Paulo. Lima repousa atualmente nas estantes da família e é um dos raros livros aos quais a menina se apega. Os demais ela faz questão de compartilhar, depois de lidos, obviamente, com quem quiser. Quase todos os domingos ela e o pai oferecem literatura de graça aos pedestres do Minhocão, região central da capital paulista. A ideia de doar livros começou há pouco mais de seis meses. Dona de uma biblioteca invejável para a idade, Gigi se perguntou: por que não compartilhar com outros leitores?

A ex-jogadora da seleção brasileira de vôlei Ana Paula Henkel vai publicar um livro para jovens sobre "bullying". "Não é autobiográfico, mas tem a ver com a minha história, meus tombos e como me levantei", disse a ex-atleta à coluna da Mônica Bergamo. No livro, ela vai mesclar contos e poesias. "Sofri muito antes de descobrir o esporte: eu era magricela e alta, quase que uma alienígena." Agora, afirma se sentir "quase na obrigação de passar isso para a frente". Ana Paula, que mora nos EUA há seis anos, acompanha a vida no Brasil e dá opiniões para quase 53 mil seguidores no Twitter. "O livro e meu engajamento político [apoiou Aécio Neves na campanha de 2014] são para deixar uma semente aqui. Porque ainda penso em voltar", diz ela, que está no país para negociar a obra com editoras.

Crítico literário e pensador católico, Alceu Amoroso Lima não suportou a crescente onda de cretinice que se espalhava pelo País e desabafou: “A maior inflação nacional é de estupidez”. Isso foi em 1966, mas muito antes e certamente bem depois o cenário brasileiro jamais ficou livre (nem ficará) da quantidade de frases e gestos infelizes. Mas foi justamente esse farto material que inspirou um dos maiores cronistas brasileiros, Sérgio Porto (1923-1968) a exercitar seu fino humor. Foi sob o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta que ele começou a publicar o Febeapá - Festival de besteiras que assola o país, que a Companhia das Letras, em feliz iniciativa, edita em volume único, lançado agora (488 pp, R$ 54,90).

Aos 85 anos, Jouralbo Sieber agora termina o segundo livro de quadrinhos. O primeiro, Ninguém me convidou, foi lançado em 2010 pela Conrad, mas saiu de circulação por um erro de impressão que deixou duas páginas de fora. Ganhou nova vida em junho, em reedição estendida, pela Mórula (116 pp, R$ 35). "Escrevo uma história de sete em sete dias", explica. "Fui desenhista de tudo, mas é uma coisa até que nova para mim, o quadrinho. Quer dizer, eu achava esquisito o Allan fazer aqueles desenhos, meio caricaturas, mas hoje eu estou fazendo umas coisas assim, que nem ele." Allan, no caso, é seu filho, o quadrinista Allan Sieber, que incentivou o pai a se reencontrar com o lápis e o nanquim. "Talvez seja um recorde mundial a estreia de um cartunista com mais de 80 anos", comenta o filho, aos risos.

O escritor paranaense Marcos Peres – vencedor dos prêmios São Paulo e SESC por O Evangelho segundo Hitler -- acaba de lançar seu segundo romance, Que fim levou Juliana Klein? (Record, 352 pp; R$ 40). O livro é um thriller com idas e vindas no tempo, que esmiúça a guerra entre duas famílias alemãs que dividem o meio acadêmico curitibano e avança por embates filosóficos, romances, traições, suicídios, assassinatos e os conflitos de um delegado. Ambientado em Curitiba, o romance se desenrola em três momentos temporais diferentes: 2005, 2008 e 2011, o presente da história. Em cada um deles, um assassinato ou desaparecimento invoca a presença do delegado Irineu de Freitas, que conduz a história tentando se entender em meio aos pensadores e filósofos das famílias antagonistas Koch e Klein.

As dez vidas do Sr. Cardamo (Octavo; 256 pp; : R$ 49,90) reflete sobre o quanto o destino de uma pessoa é marcado desde sua nascença. O romance, assinado pelo professor e pesquisador José Carlos de Mello, descreve a trajetória sobre a crise psicológica do personagem que nasce indesejado no seio de uma família tradicional de Porto Alegre e mantem alguns segredos até próxima a sua morte. Na trama, para esconder o seu indecoroso delito e perversão, o Sr. Cardamo é enviado de Porto Alegre para o Rio de Janeiro, onde vive pela primeira vez a liberdade tolhida por sua família para esconder as vergonhas do pecado capital. Na cidade maravilhosa descobre o seu primeiro amor, conhece a força do poder da mentira e cria uma realidade burlesca acompanhando sua vida.

Há exatos 100 anos, o sertão brasileiro sofria uma de suas maiores secas. A estiagem trouxe fome e aumentou a miséria, traçando um destino trágico para os nordestinos. Foi nesse cenário que Rachel de Queiroz inseriu os personagens de seu romance de estreia, O quinze, lançado originalmente em 1930. O quinze – Edição comemorativa (José Olympio; 168 pp.; R$ 42) alcança agora sua centésima edição e chega às livrarias em um projeto especial, com capa dura e prefácio inédito de Nélida Piñon. O livro descreve um embate entre o homem e a natureza e joga luz sobre a cruel realidade de um povo assolado pela seca. A trama gira em torno da professora Conceição. Jovem e culta, ela vive uma inconclusa história de amor com Vicente, moço rude que se dedica, de forma insistente e solitária, a salvar seu gado.

Ele tem 30 e poucos, perdeu o pai há cerca de um ano, trabalha a contragosto como coolhunter numa agência, namora Renata e vive num pequeno apartamento na Zona Sul do Rio. Ela é Paloma, veterinária recém-solteira, após o rompimento doloroso de um relacionamento de sete anos. Vive com Afrânio, seu gato, está deprimida e ainda sofre um assalto. É um jogo duplo, como dupla é a existência pretendida por Animal de estimação (Editora 5W ; 170 pp.; R$ 32), livro de Terêncio Porto, que será lançado hoje (28), às 19h, na Livraria da Travessa Botafogo (Rua Voluntários da Pátria, 97, Botafogo, Rio de Janeiro/RJ). Na trama, capítulo a capítulo, o casal protagonista tenta se decifrar num jogo envolvente, sempre refém das rasteiras do acaso.

Dirceu Ferreira relança o livro Édipo é a mãe (SESI-SP Editora; 84 pp.; R$ 29,90), 30 anos após a publicação da primeira edição e com ilustração de capa do cartunista Ziraldo. Publicado pela primeira vez em 1985, o livro é um conjunto de crônicas escritas pelo jornalista e cronista mineiro. Com críticas -- às vezes veladas e em outras escrachadas -- a um período em que os costumes, hábitos, condições sociais e estéticas floresciam como a grande opção de vida dos brasileiros, Dirceu direciona o leitor para a concepção do que está mais em evidência e cada vez mais escancarado na sociedade do país. As crônicas nos remetem a tempos anteriores, mas parece tão atual como se tivessem sido escritas na semana passada.