A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) ganhou força nos últimos anos também graças às casas parceiras, que têm crescido e se espalhado pela cidade a cada edição. Em 2015, o PublishNews foi uma das primeiras empresas a ter uma Casa colaborativa com programação própria na festa literária – ainda sem ser, oficialmente, parceiro do evento – assim como CBL e a Libre. Em 2017, a Flip contou com sete casas parceiras, número que subiu para 21 em 2018 e chegou a 23 em 2019. Agora, em 2023, a Flip conta com 34 casas parceiras espalhadas pelo Centro Histórico de Paraty, além de outros espaços parceiros e editoras independentes. Casas como Gueto, Paratodos, 7 Selos, Pagã e o espaço da Flipei, por exemplo, reúnem diversas editoras em programações diversas que envolvem oficinas, apresentações artísticas, mesas, saraus e happy hours. A Casa PublishNews, pelo segundo ano consecutivo, está na Rua do Comércio, 300. Clique no Leia mais para conferir a lista e a localização das casas parceiras da Flip 2023.

Com recorde de parceiros e 30 painéis, a Casa PublishNews na Flip inicia sua programação nesta quarta-feira (22). Às 14h, a Casa localizada na Rua Tenente Francisco Antônio, 300 (também conhecida como Rua do Comércio, 300) inicia a mesa Como fazer autores e livros se destacarem na multidão, com Lilian Cardoso (diretora da LC – Agência de Comunicação), Daniel Lameira (criador do curso Vida do livro), Vanessa Passos (pós-doutora em Escrita Criativa e autora de A filha primitiva, José Olympio), com mediação de Tatiany Leite (criadora do projeto Vá ler um livro e colunista do PublishNews). “Queremos iniciar a programação com um bate-papo de peso. Até porque apesar de estarmos em um lugar interessante no mercado editorial, a maioria dos autores vê uma necessidade de compreender melhor os processos e etapas na publicação dos seus livros. E essa mesa é interessante porque reúne diferentes profissionais do mercado do livro”, comenta Taty. Ao longo do dia, a programação ainda abordará a gestão no mercado do livro, ESG no setor editorial, performance e acessibilidade dos audiolivros, a importância dos metadados setorizados, e termina com um happy oferecido pela MVB e Nielsen BookData. A manhã de quinta ainda terá um bate-papo sobre o Brasil nos contos de Luis Henrique Pellanda e Maurício de Almeida, e uma discussão sobre os entraves e horizontes para o mercado do livro no Brasil, com participação de Fabiano Piúba, Secretário de Formação, Livro e Leitura do Ministério da Cultura. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A história é conhecida. Julho de 2019. De um lado da foz do Rio Perequê-Açu, na Praia do Pontal em Paraty, Glenn Greenwald era levado numa pequena embarcação em direção ao barco da Flipei, que servia de palco e sediava uma audiência de milhares de pessoas que o aguardavam para ouvi-lo sobre a "Vaza Jato". Na outra margem, um grupo de siderados trajados com a camisa da seleção brasileira disparava rojões em direção ao barco, tocava músicas em volume alto, a ponto de prejudicar o debate, e o Brasil atravessava a mais grave crise política desde a redemocratização. Tudo isso rolou no contexto da Festa Literária Pirata das Editoras Independentes (Flipei), que completa cinco anos em 2023 e se consolida como um dos espaços centrais do contexto da Flip, em Paraty. Neste ano, a Flipei chega a seu maior tamanho, com diversas mesas e discussões – nomes que vão da filósofa italiana Silvia Federici (autora de Calibã e a bruxa, publicado aqui pela Elefante) ao pesquisador Sidarta Ribeiro – e que tem na festa e na música elementos essenciais, com a presença neste ano dos músicos KL Jay, o DJ do Racionais, e Don L, um dos principais rappers dessa geração. A Flipei 2023 tem programação de quarta a domingo (22 a 26/11), na Praia do Pontal. O movimento de trazer grandes nomes da música popular contemporânea para apresentações abertas é novidade na programação paralela da Flip – que neste ano também conta, em outros espaços, com uma robusta mostra de cinema brasileiro no Cinema da Praça e apresentações de teatro, além dos mais tradicionais debates e performances de slam. Clique no Leia mais para ler a matéria na íntegra.

Pelo terceiro ano consecutivo, o Educativo da Flip prepara suas atividades para a edição da Flip a partir de um percurso formativo, que inclui educadores de Paraty, com coordenação pedagógica de Denise Col, de conteúdo, de Luís Filipe Pôrto, e direção de Belita Cermelli, para selecionar obras e autores que estarão nas rodas de conversa. O Percurso Formativo Sementes é pensado para formar os educadores e aproximá-los da literatura feita para crianças e adolescentes e que chega como sugestão a partir de um chamamento para editoras de todo o país. De 23 a 26 de novembro, a Flipinha e a FlipZona recebem rodas de conversa, apresentações artísticas e atividades para crianças, jovens, suas famílias e educadores em Paraty, com novo auditório montado no Largo de Santa Rita, em parceria com o SESC. Na programação estão confirmados os autores Sidnei Nogueira, Cíntia Barreto, Nina Rizzi, Rodrigo Andrade, Esteban Rodrigues, Alê Santos, Isabel Malzoni, Caio Zero, Carol Fernandes, Lúcia Hiratsuka, Roberta Malta, Marcelo Maluf, Patrick Torres, Pedro Vinicio, Márcia Kambeba, Auritha Tabajara, Míriam Espósito, André Gravatá, Hanna Limulja, Anna Cunha, Rai Soares, João Carrascoza, Marcelo D'Salete, Mestre Nilton Aguiar e Mestra Benedita Martins, Fernanda Takai, Vana Campos e Daniel Kondo. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Pelo segundo ano consecutivo, a Alta Books marca presença na Flip com o objetivo de fortalecer sua presença no mercado literário. A casa na Rua Comendador José Luiz, 278, recepcionará autores renomados e parceiros comerciais do grupo. Com curadoria de Leonardo Neto, a programação durante o evento, nas mais diversas casas parceiras e tendas, pretende mostrar a diversidade e a evolução do catálogo da editora no último ano. Com a entrada de novos selos, a Alta Books, referência em títulos de negócios, agora recebe escritores plurais. Exemplo disso é a vinda do autor nigeriano, Akwaeke Emezi, que integra a programação oficial da Flip. Na mesa 11 da Tenda Principal, o artista multifacetado e autor best-seller aborda como inclui em suas produções literárias perspectivas sobre ancestralidade, tradições e pertencimento. Outro destaque será a participação do Le Cordon Bleu, que lançará o livro de receitas Gastronomia Brasileira da tradição à cozinha de fusão com a participação dos chefs do instituto e mediação do chef Renato Caleffi. A obra, que será lançada na Livraria das Marés, é uma releitura de receitas típicas brasileiras como a feijoada, a coxinha e o acarajé. No mesmo local, a editora prevê uma atividade especial para as crianças: o semifinalista do Prêmio Jabuti 2023, Tino Freitas promove uma contação de história da obra De quem é esta coroa?, com muita diversão e brindes. Clique no Leia mais para conferir a programação completa da Alta Books na Flip.

A Casa da Música de Paraty (Rua Dona Geralda, Centro Histórico), dirigida pela Casa da Cultura, principal equipamento cultural público da cidade, receberá uma programação especial com curadoria da revista Quatro Cinco Um durante a Festa Literária Internacional de Paraty 2023. De 23 a 25 de novembro, o evento Casa da Música (e da Literatura) apresenta 12 debates com entrada gratuita e participação de destaques da literatura brasileira. Após as conversas, os autores irão autografar livros no espaço. Entre os nomes, estão Tati Bernardi, Vera Iaconelli, Joice Berth, Alexandre Vidal Porto, Paloma Vidal, Cidinha da Silva, Felipe Charbel, Amara Moira e Eliane Robert Moraes. “É uma honra poder realizar esses debates num espaço tão importante para a cidade e para a literatura brasileira”, afirma o editor Paulo Werneck, diretor de redação da Quatro Cinco Um. Para a superintendente executiva da Casa da Cultura, Cristina Maseda, a programação “amplia a atuação da instituição no diálogo entre suas formas de expressão tradicionais e a contemporaneidade de onde vem toda a diversidade cultural de Paraty”. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

De hoje a domingo (22 a 26/11), as Edições Sesc, segmento editorial do Sesc São Paulo, está presente na Flip com a Casa Edições Sesc (Rua Marechal Santos Dias, antiga rua da Matriz. A programação conta com mesas com autores e participantes dos livros da editora, assim como lançamentos e a Loja Sesc com vendas de livros com descontos de 40%. Na abertura da programação, no dia 23 de novembro, quinta-feira, às 11h, a mesa Parlapatões: no ato traz esquetes e intervenções artísticas com a presença de Raul Barretto e Claudinei Brandão. Na sequência, Cuca Nakasone vai autografar o livro homônimo organizado por ele. A obra reúne fotografias de diversos espetáculos dos Parlapatões, Patifes e Paspalhões, além de textos sobre a arte e trajetória desse grupo teatral fundado há mais de 30 anos, uma referência do teatro de palco e de rua em São Paulo e no Brasil. Às 15h, a mesa A independência do Brasil na perspectiva indígena apresenta Edson Kayapó e Télio Cravo, com mediação de Marcos Rufino, para refletir sobre a Independência do Brasil na perspectiva dos povos originários. E às 17h, Marcelo Maluf, Aline Bei e Lucélia Borges e Tainan Rocha conversam, com mediação de Adriana Reis, sobre o tema Literatura fora dos livros. Como é publicar um texto literário fora do suporte livro? Qual a importância das publicações jornalísticas na disseminação da literatura brasileira? E quais as contribuições do Jornalismo Cultural na produção e difusão literária? Essas e outras questões pretendem ser discutidas pelos participantes, que também vão contar sobre a experiência de criar uma obra original e inédita para a Revista E, publicação do Sesc São Paulo. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Pelo terceiro ano, a Casa Gueto (Rua Benedito Telmo Coupê, nº 277 - Antiga Rua Fresca – Centro Histórico – Paraty / RJ) estará na Flip. Em 2018, em parceria com 20 editoras, a Casa participou da festa literária com o nome de Casa do Desejo, escolhido em homenagem à poeta Hilda Hilst. Em 2022, já com o nome Gueto – homenagem ao escritor e editor Rodrigo Novaes de Almeida, criador da Revista Gueto – a casa reuniu 12 editoras. E este ano, a Casa vai homenagear Tula Pilar, poeta, negra, mineira, mãe de duas filhas e um filho e que participava e organizava vários saraus na cidade de São Paulo. Com 25 editoras, o espaço terá até domingo oficinas (para se inscrever, clique aqui), feira de livros, mesas, saraus, atividades infantis e apresentações teatrais. A abertura da Casa ocorre nesta quarta (22), às 16h. Na quinta (23), às 10h, a mesa Protagonismo feminino na produção e difusão da literatura abre a programação com participação de Yara Fers (Arpillera), Andreia Gavita (Donizela); Sandra Regina (Feminas); Aline Macedo (Borboleta Azul); Michele Goulart (Depois da Chuva); Marília Cafe (Pedregulho); Júlia Vita (Laboriosa Produções Poéticas) e mediação de Débora Porto (Polifonia). Clique no Leia mais para conferir a programação completa da casa.

(...) O ponto que defendo é que a produção da arte – em rigor, disruptiva – não pode ser contida ou restrita a um tipo de instrumento. Da pena à tecnologia, a produção artística evolui, espelhando a ferramenta disponível para criar. Óbvio que temos que pensar na criação de mecanismos para proteção dos direitos autorais, mas não acredito que o caminho seja proibir ou ignorar um movimento tecnológico em prol da inovação de vários mercados, incluindo o editorial. Os limites éticos e jurídicos precisam estar à altura de um debate mais profundo e contemporâneo. Citando, especificamente, o receio que o mercado editorial tem acerca do impacto da tecnologia, podemos citar a edição de 2023 da Frankfurt Book Fair. Nela, o tema dos corredores era o quanto a inteligência artificial vai tirar empregos de autores, tradutores, ilustradores… Na visão de especialistas, os postos de trabalho que serão possivelmente perdidos pelo ser humano estão em áreas nas quais a tecnologia não entra, ou seja, sempre que houver soluções tecnológicas será possível integrar a força de trabalho humana e tecnológica. Clique no Leia Mais para ler o artigo na íntegra.

A Editora DCL - Difusão Cultural do Livro Ltda. abriu três vagas para sua área comercial. A empresa procura um gerente de vendas, assistente administrativo e auxiliar administrativo. As pessoas contratadas cuidarão da administração e vendas da editora e é necessário ter ensino médio ou superior completo. Currículos com pretensão salarial devem ser enviados para rhdcl@editoradcl.com.br até 1º de dezembro, sinalizando no assunto o nome do cargo de interesse.

O tema da 4ª Jornada da Leitura no Cárcere em 2023 é Porque a leitura abre portas. O evento tem início nesta quarta (22) e segue até o dia 24 de novembro, exclusivamente pela internet, e vai reunir uma mostra dos principais projetos de fomento à leitura e redução das penas dos detentos do sistema prisional brasileiro em função do número de livros lidos. Serão dez sessões com conferências, palestras e depoimentos. Um dos destaques do evento é a abordagem do censo nacional inédito com análise detalhada do contexto da leitura em prisões. A iniciativa da Jornada da Leitura no Cárcere, que tem início às 14h (horário de Brasília), e vai até às 16h30, é do Observatório do Livro e conta com a parceria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Em algumas capitais, a transmissão - que terá chat ao vivo - será exibida nos auditórios da Justiça Estadual. A apresentação da jornada será de Galeno Amorim, presidente do Observatório, e as inscrições são gratuitas e podem ser feitas, até o início do evento, pelo link. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

Thais Aguiar começou suas pesquisas para materializar a musa modernista no espetáculo Pagu – Do Outro Lado do Muro, com o texto de Tereza Freire. O espetáculo terá duas apresentações em Paraty durante a FLIP 2023, no dia 22, na Casa Pagã, e no dia 24, na Casa Gueto, pouco antes de sua morte completar 61 anos. O texto é baseado no livro Dos Escombros de Pagu, resultado de uma tese de mestrado de Tereza Freire. A pesquisa, que durou quatro anos, resgata a vida e a obra dessa importante precursora de comportamentos político-sociocultural brasileiros de uma feminista, militante política, ilustradora, comunista e crítica literária e teatral. Clique no Leia mais para ler a nota na íntegra.

A Cinemateca Brasileira está percorrendo o país com a mostra e a exposição A Cinemateca é brasileira, com o objetivo de apresentar parte da rica produção audiovisual, levando uma seleção de títulos importantes para a história do cinema no Brasil. Em Paraty, a mostra ocorre de 23 a 26 de novembro no Cinema da Praça (R. Mal. Deodoro, 3 – Centro Histórico, Paraty / RJ), em parceria com a Festa Literária Internacional de Paraty. Para Paraty, além da programação de clássicos do cinema nacional, está prevista também a exibição do curta-metragem Eh, Pagu, Eh. Trata-se do primeiro filme sobre a jornalista, escritora, feminista e militante de esquerda Patrícia Galvão, escrito e dirigido por Ivo Branco, vencedor do prêmio de melhor filme e melhor roteiro no Festival de Brasília. Pagu é a escritora homenageada desta edição da Flip. O evento faz parte do Projeto Viva Cinemateca, lançado em junho, que reúne os grandes projetos da Cinemateca voltados à recuperação de importantes acervos, além da modernização de sua sede e infraestrutura técnica. Clique no Leia Mais para ler a nota na íntegra.

Fernanda, uma insolente estudante do Ensino Médio apaixonada por literatura e filmes de terror, acorda com os pés e as mãos amarrados em uma cabana no meio da floresta. Sua sequestradora, entretanto, não é uma estranha. Trata-se de Miss Clara, a professora de Literatura, uma mulher assombrada pela memória da própria mãe e assediada durante meses por suas alunas do Colégio Bilíngue Delta, uma escola católica de elite. Rapidamente, os motivos do sequestro se revelarão muito mais complexos e sombrios do que a vingança pelos traumas sofridos pela professora. Com um texto imaginativo, a equatoriana Mónica Ojeda cria em Mandíbula (Autêntica, 304 pp, R$ 69,80 – Trad.: Silvia Massimini Felix) não apenas personagens desconcertantes, mas também uma ambientação perturbadora para uma narrativa de nuances e contornos tênues entre o horror, o desejo e a perversidade, investindo nas relações de professoras e alunas, mães e filhas, irmãs e amigas do coração.

Quando a jovem norte-americana Sylvia Beach abre a Shakespeare and Company em uma rua tranquila de Paris em 1919, não tem ideia de que ela e sua nova livraria mudarão o curso da história da literatura. A livreira de Paris (Intrínseca, 368 pp, R$ 69,90 – Trad.: Paula Diniz) fala sobre a Shakespeare and Company, que é mais do que uma livraria e uma biblioteca: ali se reúnem muitos escritores proeminentes dos anos 1920 e 1930, como Ernest Hemingway e F. Scott Fitzgerald. É também onde nascem algumas das amizades literárias mais importantes da época ― em especial, aquela entre o escritor irlandês James Joyce e a própria Sylvia. E quando o controverso novo romance de Joyce, Ulysses, é censurado nos Estados Unidos, Beach decide assumir um risco enorme e publicá-lo na França. Mas o sucesso e a notoriedade da publicação de um dos livros mais infames e influentes do século vêm com altos custos. O futuro de sua amada loja é ameaçado quando o reconhecimento de Ulysses faz com que outros editores passem a cortejar Joyce. E, à medida que Paris mergulha cada vez mais na Grande Depressão e diversos amigos expatriados voltam para os Estados Unidos, muitos de seus relacionamentos são colocados à prova. Diante de crises pessoais e financeiras, Sylvia precisa decidir o que a Shakespeare and Company realmente significa para ela. Mistura de romance e biografia, A livreira de Paris é uma ode a uma mulher que assumiu como missão honrar o poder transformador dos livros, além de uma narrativa emocionante sobre as amizades, os amores e os atritos da cena literária europeia da primeira metade do século XX.

Duas mulheres, separadas por gerações, fazem uma viagem a um lugar do passado... E o que encontram é transformador. Quatro anos após se casar, Jenna é pega de surpresa quando o marido pede o divórcio. Com tempo livre e sua vida em transformação, ela concorda em acompanhar sua excêntrica avó, Evelyn, em uma viagem de carro até a cidade litorânea onde grande parte da família cresceu. Durante a viagem, Evelyn conta a história do romance adolescente cheio de obstáculos que conquistou seu coração há mais de setenta anos e mudou o rumo de sua vida. Ela insiste que o retorno à cidade natal não tem nada a ver com isso, apesar de falar muito sobre Tony, seu primeiro amor – inesquecível e proibido. Ao chegar lá, Jenna conhece Joe, o atencioso sobrinho-neto de Tony. A nova amizade e a brisa do oceano lhe dão a confiança e distância necessárias para começar a superar a dor de um casamento desfeito. À medida em que os segredos e verdades do passado de Evelyn se desdobram em Coisas que aprendemos pelo caminho (Faro Editorial, 288 pp, R$ 59,90 – Trad.: Willians Glauber), Jenna se depara com um novo lado da avó e, principalmente, de si mesma, que ela nunca soube que existia. Uma história comovente sobre família, segredos, corações partidos e sobre o que podemos aprender nos momentos mais inesperados da vida.

A disputa por protagonismo de uma narrativa não é coisa dos dias atuais. O livro de Rodrigo Tavares se passa no ano de 1893 estourou no Sul do Brasil a revolução que ficou conhecida como Guerra das Degolas. Enquanto os caudilhos moviam as peças nos campos de batalha, Tarcísio lutou junto às tropas de Gumercindo Saraiva em busca de vingança: tinha contas a acertar com o soldado castilhista Hermano López. Conduzido por Brida, sua esposa morta, o protagonista de Carancho (Diadorim, 236 pp, R$ 76) se envolve em uma jornada de confrontos cheios de sangue e carentes de sentido, em que a loucura estava sempre à espreita. Mais do que isso: A narradora conta uma história sob o ponto de vista que foi apagado pela historiografia oficial. Ao mesmo tempo em que dá luz aos motivos dos maragatos, Brida expõe aos leitores faces nem um pouco glamurosas de uma revolução conduzida por homens que, em última instância, defendiam seus próprios interesses. Nessa defesa, as pessoas comuns dos campos eram apenas peças de um jogo que sequer compreendiam.