Infelizmente, se nossa lente revela que metade dos brasileiros (48%) não são leitores, segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, temos pouco a comemorar. Se buscarmos quem são leitores de literatura, em livros, o resultado é, ainda, mais desanimador: somente 18% dos brasileiros declararam ter lido algum livro de literatura em um período de três meses. Mas alguns preferem usar “outras lentes” para ver esse “retrato” e dizem que nunca se leu tanto na internet e nas redes sociais. É verdade! Se vamos comemorar qualquer leitura, Ok! Nunca se leu, e se escreveu, tanto. Mas ler não é somente decodificar palavras ou mensagens. Toda leitura desenvolve o hábito de ler e a competência leitora. Leitura de livros, gibis, jornais ou revistas, leitura na internet, não importa o conteúdo, o meio ou o suporte, o simples ato da leitura é uma das oportunidades mais democráticas e acessíveis de acesso à informação, ao conhecimento e à ficção e possibilita o desenvolvimento de habilidades linguísticas e de análise e crítica dos conteúdos lidos. É por meio da leitura que, de forma autônoma, aprendemos e acessamos todo o conhecimento produzido pela humanidade. Mas qual leitura vamos comemorar neste dia? Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Este mês, a pensadora, professora, escritora e artista Denise Ferreira da Silva vem ao Brasil para lançar a obra Homo modernus – Para uma ideia global de raça (Cobogó, 480 pp, R$ 89), que apresenta uma análise da força política do racial na sociedade contemporânea. Escrito originalmente em inglês e publicado em 2007 nos EUA, a obra se tornou fundamental para a compreensão da teoria inovadora de Denise – sobre as questões éticas do presente global. A série de eventos começa nesta sexta (14), às 17h, quando a autora lança o livro no Museu de Arte do Rio de Janeiro (Praça Mauá, 5 - Centro, Rio de Janeiro / RJ). O evento terá ainda uma mesa com a participação de Ailton Krenak, Anielle Franco e Denise, com mediação de Marcelo Campos. No dia 20, às 18h, o lançamento será no Salão Nobre da USP – Unidade Maria Antonia (Rua Maria Antônia, 258/294 - Vila Buarque, São Paulo / SP). O bate-papo contará com Jean Tible, dois integrantes da Coletiva Gira, Alessandra Tavares e Denise. A mediação será de Tessa Lacerda. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

A Balada Literária, evento idealizado por Marcelino Freire que acontece desde 2006, anunciou as datas e cidades para este ano. Homenageando o Samba, o evento cultural começará em São Paulo, no dia 10 de novembro, com um show de abertura. No dia 11, a Balada segue para Teresina, e, no dia seguinte, é a vez de Salvador. Seguindo a agenda, os dias 13, 14 e 15 de novembro estão novamente reservados para São Paulo. No dia 19, é a vez do Rio e, para finalizar, nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, o evento ocorre em Recife. A Balada será presencial em todas as cidades e a programação será divulgada em breve. Para saber mais sobre o evento é só clicar aqui.

Neste sábado (15), às 16h, na Livraria da Tarde (Rua Cônego Eugênio Leite, 956 – São Paulo / SP), será lançado o livro A pipa de Diógenes, peça inédita de Gianfrancesco Guarnieri e Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, dois nomes fundamentais do teatro brasileiro moderno nos últimos 50 anos. Selecionada pelo Rumos Itaú Cultural 2019-2020, a obra foi organizada pelas pesquisadoras Lígia Balista e Juliana Caldas, e publicada pela Edições Jabuticaba. A peça coloca em evidência a relação entre cultura e política e reverbera de maneira poderosa temas e questões que continuam muito vivos na contemporaneidade. No dia do evento, as duas organizadoras, Lígia Balista e Juliana Caldas, participam de bate-papo com o público junto a Maria Silvia Betti, professora do Programa de Pós-graduação em Estudos Linguísticos e Literários em inglês da Universidade de São Paulo (USP). Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Nas vésperas do Dia do Professor, a Tinta-da-China Brasil (Largo do Arouche, 161, sobreloja 2 – São Paulo / SP) vai abrir as suas portas novamente para leitores e livreiros conhecerem o espaço da editora, o seu catálogo, a redação da Quatro Cinco Um e a equipe que realiza os projetos. É uma oportunidade para conseguir comprar exemplares raros, que estão disponíveis apenas para venda direta na sede da editora. O evento ocorre nesta sexta (14), das 11h às 19h, e no sábado (15), Dia do Professor, das 13h às 19h, em parceria com a editora Ubu, localizada no mesmo endereço. O público está convidado a visitar o espaço no Largo do Arouche, conhecer a equipe e os bastidores da operação, comprar livros, revistas e camisetas. A Tinta-da-China é uma editora originalmente portuguesa que veio para o Brasil em 2013. Desde janeiro de 2022, é selo da Associação Quatro Cinco Um, organização sem fins lucrativos voltada para a difusão do livro na sociedade brasileira.

A Biblioteca Pública do Paraná (Rua Cândido Lopes, 133 - Curitiba / PR) recebe neste sábado (15), mais uma edição do projeto Samba do Compositor Paranaense. Criada em 2010 e interrompida durante a pandemia, a roda de samba autoral retomou suas atividades em setembro, com uma temporada de eventos mensais na BPP. O encontro acontece no hall térreo, a partir das 9h30, com entrada gratuita e distribuição de cadernos com as letras das músicas interpretadas. As próximas rodas estão programadas para os dias 19 de novembro e 17 de dezembro. O evento é aberto a poetas, instrumentistas e à comunidade interessada na produção dos compositores do estado. O objetivo do encontro é fomentar o samba local e destacar suas diferentes facetas. Clique no Leia mais para conferir a íntegra desta nota.

Considerada uma das 100 pessoas mais influentes no mundo da Cannabis pela revista High Times, Mila Jansen fez história ao difundir a cultura dos coffee shops em Amsterdã nos anos 1960, durante o movimento hippie. Foi através de uma casa de chá que reunia apreciadores dos haxixes da Turquia, do Líbano e do Afeganistão que ela desenvolveu uma tecnologia revolucionária para a fabricação de haxixe: um equipamento para extração de tricomas que democratizou globalmente a produção. O livro Como me tornei a rainha do haxixe (Vista Chinesa, 580 pp, R$ 99) é uma autobiografia que conta mais de 50 anos de história da mulher pioneira, amante de plantas, mãe e inventora que revolucionou a indústria da Cannabis, desde sua viagem por terras da Europa ao Afeganistão, até sua paixão pela Índia, pelo budismo tibetano e seus empreendimentos na Holanda.

Escrito ao longo do período de isolamento provocado pela pandemia de Covid-19, o livro Livre (Todavia, 304 pp, R$ 79,90 - Trad.: Pedro Maia Soares) conta a experiência da jovem autora Lea Ypi durante o lockdown vivido na Albânia, em 1997, em decorrência da guerra civil que sobreveio ao fim do regime socialista. Lea Ypi fala de seus anos de formação num país isolado pelo totalitarismo com certo humor e leveza, relembrando a infância sob o regime socialista, a adoração aos líderes Enver Hoxha e Ióssif Stálin e a presença constante do Partido em todos os aspectos da vida. A consciência acerca do regime autoritário em que vivia se dá em paralelo ao processo de abertura política do país, que acaba resultando em uma guerra civil. A obra é uma mistura de memórias e teoria política, que causou furor ao ser lançado no mundo de língua inglesa, em 2021. Lea Ypi é escritora e professora de teoria política, e suas pesquisas incluem temas como democracia, justiça, migração e marxismo.

Após as eleições de 2018, o crescimento escalonado e obscurantista das redes de ódio, na internet e nas ruas, obrigaram Marcia Tiburi e Jean Wyllys a deixarem o país, tendo o exílio como a última alternativa para preservar a própria vida. O que não se pode dizer (Civilização Brasileira, 288 pp, R$ 59,90) reúne trocas de cartas entre a filósofa e o ex-deputado federal e ativista dos direitos humanos. Amigos de longa data, eles compartilham cartas angustiadas e muito parecidas. Contudo, diferem na maneira particular de lidar com os contratempos, preocupações e ansiedades. Retirados forçosamente da vida social e da luta política na qual são referência, Marcia e Jean refletem sobre a sanha persecutória que os levaram ao exílio e as estranhezas de se verem repentinamente vivendo em outro país. As cartas apontam uma leitura de mundo aguçada para entendermos o nosso momento político, além de confessarem segredos íntimos e temores que, somados neste livro, revelam um registro emblemático dos riscos à vida que rondam o tempo presente. Especialmente em torno das minorias e de quem discorda do alinhamento moral, político e religioso dos antidemocratas radicais.

Durante meio século, entre as décadas de 1950 e 1990, Renato Gouvêa Magalhães revolucionou a história da arte no Brasil. Apoiou artistas, realizou exposições, organizou leilões e produziu São Paulo: Sociedade Anônima, importante filme do cinema brasileiro, lançado em 1965. Ele liderou o setor de vendas de obras de artes e estabeleceu preço, qualidade e glamour até então nunca alcançados no mercado nacional, tanto no padrão dos eventos quanto nos valores das peças. Os detalhes desta história são contados em Maestro Renato Magalhães Gouvêa e a revolução do mercado de arte (Matrix, 328 pp, R$ 79), escrito pelo biógrafo Rogério Godinho. Com fotos de época e reproduções de importantes obras de artistas citados ao longo do livro, revela os primeiros passos da trajetória de uma das figuras mais importantes no desenvolvimento do setor artístico brasileiro no século XX, que foi diretor do MASP por mais de 50 anos e segue, no alto de seus 93 anos, antenado ao mercado de arte. O título do livro tem origem em um poema de Francisco Luiz de Almeida Salles em homenagem à Renato Gouvêa Magalhães que o define como “maestro da contenção da convulsão de valores das artes plásticas brasileiras”.