Sem conseguir vender parte de sua operação, a Livraria Saraiva apresentou, em setembro, uma nova versão do seu plano de recuperação judicial. Pela proposta, varejista quer pagar parte de suas dívidas com ações da companhia. O plano deverá ser submetido aos credores em assembleia marcada para o próximo dia 17, às 14h, com segunda chamada no dia 23, no mesmo horário. Os credores têm que enviar, até o dia 16, e-mail para rv3consultores@gmail.com informando endereço eletrônico e telefone para os quais serão enviadas informações para acessar a assembleia virtual.

O Booker Prize, um dos prêmios literários mais tradicionais do mundo, escolheu o sul-africano Damon Galgut, autor da obra The promise, como o vencedor de 2021. Ele leva para casa £ 50 mil. Segundo os jurados, a obra escolhida é “uma demonstração espetacular de como o romance pode nos fazer ver e pensar de maneira nova”. The promise conta a história da família Swart, que perde o contato após a morte de sua matriarca. Pelas paisagens da África do Sul durante sua transição para fora do Apartheid, o leitor acompanha três irmãos: Anton, é o menino de ouro que se ressente do potencial não realizado de sua vida; Astrid, tem na beleza o seu poder; e o mais jovem, Amor, tem a vida moldada por um nebuloso sentimento de culpa. Assim, reunida por quatro funerais ao longo de três décadas, a família cada vez menor reflete a atmosfera de seu país. Ainda segundo o júri, o livro surpreendeu os juízes desde o início "com um relato penetrante e incrivelmente bem construído de uma família sul-africana branca”. “Com uma economia narrativa quase enganosa, ele oferece ideias comoventes sobre as divisões geracionais, medita sobre o que torna uma vida plena e como processar a morte e ainda explora as amplas implicações metafóricas da 'promessa' em relação à África do Sul moderna”, resumiu Maya Jasanoff, presidente do júri. Galgut é o terceiro sul-africano a ganhar o prêmio e já havia sido selecionado outras duas vezes com as obras O bom médico (2003) e Em um quarto estranho (2010), ambos publicados por aqui pela Companhia das Letras.

O senegalês Mohamed Mbougar Sarr venceu o Prêmio Goncourt, um dos mais importantes da língua francesa, com o seu livro La plus secrète mémoire des hommes, publicado pela Philippe Rey. É o primeiro senegalês a vencer o prêmio e é também a primeira vez que um livro da Phillipe Rey vence o Goncourt. Antes mesmo de vencer o prestigiado Goncourt, houve uma corrida pela compra dos direitos do livro, que já foram vendidos para 16 diferentes territórios. No Brasil, A mais secreta memória dos homens sairá pela Fósforo. A editora prepara o lançamento para 2022 e o negócio foi intermediado pela Villas-Boas & Moss.

O PublishNews+, área exclusiva para assinantes do PN, tem adiantado, semanalmente, os livros que só chegarão às livrarias daí a 45 dias. O serviço, chamado de Próximo Capítulo, é realizado graças a uma parceria com a MVB / Metabooks e tem por objetivo municiar livreiros de informações do que está no prelo das editoras. Nessa semana, o Próximo Capítulo traz as novidades que chegarão às livrarias entre os dias 19 e 25 de dezembro. Entre elas, estão Da pediatria à psicanálise - Escritos reunidos (Ubu), de Donald Winnicott, e Riminhas para crianças grandes (Âyiné), de Wislawa Szymborska. Clique aqui para conferir todas elas. Por enquanto, o Próximo Capítulo está aberto para todos os que se cadastrarem na plataforma, mas em breve, o serviço ficará exclusivo para os assinantes do PN+. A nova seção se soma a outros serviços oferecidos aos assinantes do PN+, como o Radar de Licitações e o Apanhadão Diário. Clique aqui para saber como ser um assinante do PN+.

Como cheguei atrasado, o almoço terminou depressa. Havia um serviço organizado, no qual simpáticas atendentes iam apanhando grandes travessas e servindo com atenção cada um dos editores. Como já estavam na sobremesa, passei meu prato por cima de todos e a Talita Facchini, do PublishNews, me serviu uma colherada de arroz com carneiro, a Fernanda Dantas, do Brazilian Publishers, uma colherada de homus, a Laura di Pietro, da Tabla, uma colherada de algo verde cujo nome não sabíamos. Estava tudo ótimo, e ainda tive tempo de devorar a sobremesa. Viva! Voltei para a tenda de reuniões, fui escovar os dentes. Na fila do banheiro, conheci um editor indiano e começamos a negociar. Fila andava, eu falava do meu catálogo nacional, defendendo o Marco Lucchesi como um futuro candidato ao Nobel e que deveria ter mais atenção dos editores mundo afora. Fila parava, o editor indiano tentava me convencer a comprar uns livros sobre o futuro do BitCoin, alguma nova literatura, um pouco de infantis. Estávamos só nos aquecendo para as reuniões da tarde. Algo incrível em Sharjah é justamente a presença massiva de editores. Como são centenas, nos encontramos toda hora, e os negócios são inevitáveis. As mesas, com as reuniões agendadas, catálogos organizados e acrílico para proteger da transmissão de covid são ótimas. Porém, os negócios podem tanto acontecer ali quanto na fila do café, do banheiro, ou do ônibus. Clique no Leia Mais para conferir a íntegra do relato de Leonardo em Sharjah.

Cento e vinte e cinco editoras independentes, coletivos e artistas de 18 estados brasileiros participam da edição de 2021 da Feira Miolo(s), que acontecerá no sábado (06) e domingo (07). A feira acontece no formato virtual. A cada hora, um grupo de participantes fica responsável por apresentar seus trabalhos em transmissões ao vivo no Instagram. A página oficial expõe a lista completa, com horários e divisão temática dos participantes. No sábado, às 19h, ocorre o Giro Miolo(s), um inédito festival de trailers e novidades dos participantes. O programa será transmitido ao vivo, direto da Biblioteca Mário de Andrade, no YouTube. Além disso, desde segunda-feira, uma programação cultural faz o papel de esquenta para a feira. Logo mais, às 14h, o designer gráfico Gustavo Piqueira conduz a mesa Trilogia desestrutural do livro, no Instagram da Lote 42. Ainda hoje, às 16h, o editor Gustavo Faraon divide os acertos e tropeços da profissionalização da Dublinense. A mesa será transmitida pelo YouTube. Para conferir a programação completa, clique aqui.

O Grupo Editorial Bambolê – que reúne as editoras Bambolê, Opala e Elipse, além de uma livraria – acaba de lançar um clube de assinatura de livros, o Círculo Literário. Os assinantes terão acesso a livros publicados pelo grupo e por editoras parceiras e poderão escolher entre receber dois ou três livros mensalmente, além de modular conforme a faixa etária (infantil, juvenil, jovem adulto ou adulto). Todos os planos incluem pelo menos um livro surpresa e o assinante pode escolher o segundo ou terceiro item (entre livros, jogos e brinquedos pedagógicos) dentro do catálogo do clube. O Primeira Leitura, por exemplo, oferece um livro escolhido pela curadoria e um segundo livro a escolha do assinante, por R$ 79,90/mês. O Mega Leitura sai por R$ 129,90 mensais e inclui um livro surpresa eleito pela curadoria e dois outros escolhidos pelo assinante. Já o assinante do Ler & Brincar paga R$ 199,90 e recebe dois títulos escolhidos pela curadoria e um brinquedo pedagógico ou jogo. Todos os planos incluem brindes e têm frete fixo.

Uma mulher sem ambição (DBA, 160 pp, R$ 49,90), livro de Sabina Anzuategui, narra com humor depressivo um mês na vida de Mercedes. Após um período vivendo o estereótipo da mulher casada e bem-sucedida, a ela parece ter perdido o norte e abandona a profissão de roteirista de TV, "uma carreira criativa que muita gente sonha ter", por achar que é uma grande enganação, cheia de projetos ruins e chefes ignorantes. Enquanto esquiva-se de boletos e lida com a geladeira vazia, Mercedes passa seus dias vagando entre os centros culturais da cidade, em sessões de filmes gratuitos e botecos de cinéfilos. Cercada de intelectuais de happy hour que gostam de futebol, bebem Itaipava e riem de trocadilhos bestas, ela se angustia com a falta de dinheiro e se consola em noitadas ocasionais. Ambientado em 2010, um mês antes da Copa do Mundo, o livro mostra uma época de ilusões coletivas de felicidade, em que as personagens procuram seus caminhos, meio perdidas pelo excesso de liberdade. Narrado em forma de diário, a obra oferece, em tom cômico e espirituoso, a perspectiva agridoce de uma geração à qual foi prometida um futuro brilhante, e que foi forçada a reajustar suas expectativas.

Todos os habitantes da pequena Westerwald, uma cidadezinha no interior da Alemanha, sabem que Selma tem um dom muito especial: quando ela sonha com um ocapi, é sinal de que alguém está prestes a morrer. A questão é que ninguém sabe de quem será a vez, e, nas 24 horas seguintes ao sonho de Selma, as verdades mais secretas são reveladas, as cartas iniciadas com “sempre” e “nunca” são, enfim, enviadas e todos, cada um a sua maneira, refletem a respeito de sua mortalidade. E naquele dia, depois daquele sonho, as vidas de Louise, de Martin, do oculista apaixonado, da triste Marlies, de um monge budista bem peculiar e da própria Selma mudarão para sempre. O dia em que Selma sonhou com um ocapi (Planeta, 320 pp, R$ 49,90 - Trad.: Claudia Abeling) é um livro escrito com engenho e ternura. Com linguagem delicada e toques de realismo fantástico, o romance da alemã Mariana Leky fala de amor em tempos difíceis e da beleza nos detalhes da vida, mostrando o valor que se esconde nas diferenças.