Vamos pensar num mundo ideal. Nele, as pessoas se amam, perdoam e não julgam umas às outras. Bem diferente do mundo real, né? O coach gospel Tiago Brunet procurou tratar disso no seu livro Especialista em pessoas (Academia / Planeta), que acaba de estrear na Lista dos Mais Vendidos do PublishNews. Por uma coincidência, o livro ocupa a posição de número três tanto na Lista Geral quanto na de Autoajuda. Foram 3.278 exemplares vendidos na semana de estreia. No livro, o sexto de Tiago na lista, ele defende que o mundo real mostra que o verdadeiro desafio está em administrar o outro. Se o mundo ideal é utópico, muitas vezes a realidade se torna distópica. E é disso que se trata outro estreante de peso que aparece na lista pela primeira vez. Fahrenheit 451 (Biblioteca Azul / Globo), de Ray Bradbury, fez a sua estreia ocupando a posição de número 14 da Lista de Ficção, com 407 cópias vendidas. Mostrando-se bem atual, o livro descreve um governo totalitário, que proíbe qualquer livro ou tipo de leitura. Tudo e todos são controlados e as informações só chegam por uma única via oficial: aparelhos de TV instalados nas casas ou praças públicas. Clique no Leia Mais para conferir as outras novidades da semana.

O International Booker Prize, prêmio que homenageia autores e tradutores igualmente por uma obra de ficção traduzida para o inglês e publicada no Reino Unido ou Irlanda, anunciou os 13 semifinalistas da sua edição de 2020. O Booker Prize tem como objetivo incentivar mais publicações e leituras de ficção de qualidade de todo o mundo e promover o trabalho de tradutores. Dentre os finalistas estão os livros Serotonina (Alfaguara), de Michel Houellebecq, traduzido do francês por Shaun Whiteside, e Mac e seu contratempo (Companhia das Letras), do espanhol Enrique Vila-Matas e traduzido por Margaret Jull Costa e Sophie Hughes. As duas obras são as únicas da lista publicadas no Brasil. Isso por enquanto, porque a Mundaréu prepara a versão em português de Hurricane season, da mexicana Fernanda Melchor, que também aparece na lista de finalistas. O livro foi traduzido para o inglês também por Sophie Hughes. Quem também está entre os finalistas é o autor alemão Daniel Kehlmann com o livro Tyll, traduzido por Ross Benjamin. Durante a última Feira do Livro de Frankfurt, Kelly Luegenbiehl, vice-presidente para conteúdos originais da Netflix, anunciou que o livro virará uma série na plataforma. O autor e tradutor vencedores dividirão o prêmio de 50 mil libras. Clique no Leia Mais para conferir a lista completa dos selecionados.

A Editora Coerência, que tem como foco a divulgação de autores nacionais, está à procura de um assistente editorial com vasto conhecimento em gramática e ortografia e na atividade de preparação de originais. O contratado será responsável por avaliar textos previamente preparados e executar novas edições de acordo com sua complexidade. Irá colaborar com as demais etapas editorias quando necessário, criando e acompanhando cronogramas, atendendo a escritores e profissionais do livro, preparando e revisando textos, cotejando PDFs, entre outros. Os interessados devem enviar currículos com pretensão salarial e link das redes sociais para o e-mail bianca.gulim@gmail.com e com o assunto “Assistente Editorial” até 10 de março.

A Martins Fontes Selo Martins está à procura de um vendedor que tenha experiência prévia no cargo. O contratado será responsável pelo atendimento aos clientes, caixa e organização do espaço. Os benefícios incluem seguro saúde, vale transporte e vale refeição. Os interessados devem enviar currículos para marcio@emartinsfontes.com.br.

O Grupo Editorial Novo Século abriu vagas para estágio em duas frentes: na editoria de interesse geral e no selo Ágape, que tem foco no público evangélico. A sede fica em Barueri, na Grande São Paulo, e as atividades, nos dois cargos, abrangem o acompanhamento dos processos de produção editorial, desde recebimento de originais até a liberação para impressão, passando por tratamento de textos, documentação, elaboração de sinopses, contatos com colaboradores etc. É necessário domínio da língua portuguesa, inglês avançado na leitura e escrita e estar cursar Produção Editorial ou Letras, a partir do 5º período (terceiro ano), preferencialmente no período noturno. O estágio inclui auxílio-transporte e auxílio-alimentação. Os interessados devem enviar currículos para o e-mail rh@gruponovoséculo.com.br indicando a editoria de preferência.

Rua do Escritor (Malê, 192 pp, R$ 40) aborda os diversos aspectos que compõem a vida literária de um escritor na atualidade, revelando e valorizando detalhes que costumam passar despercebidos ao longo das leituras. Por meio da alegoria da rua, o livro se insere na tradição da crônica carioca, buscando também uma poética do efêmero escondida nas diferentes camadas sociais urbanas. Em seu 15º livro, o segundo publicado pela Editora Malê, Henrique Rodrigues selecionou crônicas produzidas nos últimos anos que tratam de experiências envolvendo a literatura. “Mais que um passeio na rua homônima onde morei, ele traz uma variedade de encontros com livros e leitores que são uma bagagem das mais preciosas”, descreve o colunista do PublishNews. O resultado é uma obra que, longe de ser um conjunto de relatos didáticos ou de receitas edificantes, estimula o envolvimento efetivo com os livros. O lançamento da obra acontece na próxima quinta (05), às 19h, na Livraria da Travessa de Botafogo (Rua Voluntários da Pátria, 97 – Rio de Janeiro / RJ).

Você morre quando esquecem seu nome (Bissau, 112 pp, R$ 50), livro de contos de Flávio VM Costa, revela as engrenagens racistas da sociedade brasileira, pelas quais se desnudam a violência e o massacre de pessoas pretas. Explorando a geografia da Salvador contemporânea e a história para longe de folclores, o autor tem a capital baiana como cenário predominante dos seus contos. Já o futebol é outro tema recorrente que Flávio explora. Nos contos Jota deseja levitar e Uma história de goleiro, por exemplo, ele força o leitor a analisar contrapontos sobre o contexto social dos personagens. Como diz a apresentação do livro, redigida por Tom Correia, o escritor traz “um olhar que ao mesmo tempo nos tira do chão e nos faz um alerta: se é na rua que a vida pulsa, também é na rua que a vida se esvai”.

A ocupação de um prédio no centro de São Paulo, um pai fragilizado pela doença e a perspectiva da própria paternidade estão no cerne de A ocupação (Companhia das Letras, 136 pp, R$ 44,90), novo romance de Julián Fuks. Nesse livro, que trata de perda e resiliência, Fuks retorna o seu personagem alter ego Sebastián. Construída em capítulos breves, a narrativa se alterna entre os encontros do escritor com alguns moradores de um edifício ocupado no centro de São Paulo — e as histórias que lhe contam — e seus temores envolvendo seu pai e o seu futuro filho. Assim, o escritor enreda o leitor nessas diversas formas de ocupação, que revelam a fragilidade da vida, o risco da solidão e as muitas brutalidades em que o presente nos imerge.

Quando uma guerra ou uma inundação chega a um lugar, as pessoas saem. Trina, uma professora de alemão, não. Com Mussolini de um lado e Hitler do outro, ela se vê proibida de lecionar a língua oficial da sua região e toda a população está obrigada a aprender italiano para a revolta dos locais. A insatisfação se intensificaria mais tarde com a decisão da criação de um lago artificial que inundaria suas vilas e casas. De acordo com Marco Balzano, autor de Daqui não saio (Bertrand, 210 pp, R$ 39,90 – Trad.: Ivone Benedetti), a professora teria existido e resistido à inundação da aldeia, subindo ao telhado de sua casa e gritando que ali ficaria. Trina era casada com Erich, um dos manifestantes que liderava o “movimento dos descontentes” com o avanço fascista e as mudanças impostas na região. Com ele, teve um filho e uma filha. Um passeio histórico pelo nazifascismo, a narrativa de Daqui não saio avança pela trajetória de Trina na forma de uma carta escrita à filha, que desapareceu aos 10 anos, levada por tios para Berlim.