Seguindo o ritmo de desaceleração visto no mês anterior, o 8º Painel do Varejo de Livros no Brasil – pesquisa realizada pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL) – apresenta o segundo pior desempenho do ano nas vendas e em volume.
Mesmo com as diversas ações promocionais de varejistas realizadas entre 17 de julho e 13 de agosto, o desempenho do período ficou significativamente abaixo dos números registrados no ano anterior. Os 3,91 milhões de exemplares comercializados em 2023 ficaram distantes dos 4,36 milhões de livros vendidos em 2022, o que representa uma variação negativa de 10,13%. No faturamento não foi diferente, os R$ 181,56 milhões não foram suficientes para passar a marca de R$ 184,07 milhões deixadas no ano anterior, registrando uma variação negativa de 1,36%.
O único resultado positivo no 8º período é referente ao preço médio que apresentou crescimento de 9,76% saindo de R$ 42,24 em 2022 para R$ 46,36 em 2023. Já o desconto médio teve uma leve queda de 1,06 p.p., passando de 24,06% no ano anterior para 23% em 2023.
Dante Cid, presidente do SNEL, destaca: “o período equivalente do ano passado foi um ponto fora da curva, com crescimento de 10% em volume em meio a meses seguidos de queda. Assim, esta brusca queda de 10% neste período de 2023 pode ser vista como uma continuidade da tendência geral deste ano, que é de relativa queda em volume, enquanto o faturamento cresce muito próximo à taxa de inflação”.
2023 x 2022
A performance negativa do setor afetou também o desempenho acumulado do ano. Do início do ano até 13 de agosto de 2023, o setor livreiro registrou o movimento de 33,98 milhões de livros, quando em 2022 o setor marcava a venda de 35,34 milhões de exemplares, uma queda de 3,85%.
“Os resultados de faturamento só não foram tão ruins quanto as vendas em volume porque o preço médio do livro subiu consideravelmente. Entre os 5 mil títulos mais vendidos, o preço médio aumentou significativos 6,52%. O número impressiona até mesmo quando olhamos que a inflação acumulada de 12 meses foi de 3,99%. Parte desse aumento tem a ver com o ajuste de preço de capa, mas também deve se considerar que entre esses mais vendidos o desconto deste período foi 2,12 p.p. menor que o período anterior”, comenta Ismael Borges, Territory Manager da Nielsen Book do Brasil.
Importância dos gêneros
Novamente, Não Ficção Trade foi o único gênero a apresentar crescimento (3,44 p.p), passando a representar 29,09% do faturamento do setor.
Infantil, Juvenil e Educacional (-1,65 p.p.), Não Ficção Especialista (-1,17 p.p.) e Ficção (-0,62 p.p.) seguem em queda.
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