Na última sexta (18), a Companhia anunciou que adquiriu 70% do controle da JBC (Japan Brazil Communication), editora referência em mangás – os quadrinhos japoneses – no mercado editorial brasileiro.
Com a chegada da JBC, o Grupo Companhia das Letras passa a publicar 20 selos editoriais, entre adultos, juvenis e infantis.
Fundada em Tóquio, em 1992, com o objetivo de diminuir a distância cultural entre o Japão e o Brasil, a casa criada pelo imigrante japonês Masakazu Shoji começou suas atividades no Brasil três anos depois, com a supervisão de suas filhas Luzia e Marina. Após a fusão com a Companhia das Letras, as duas continuarão a dirigir a JBC comercial e editorialmente.
Segundo publicação nas redes sociais da JBC, o papel da Companhia “será dar os apoios administrativos, de recursos humanos e tecnológicos, oferecer ganhos de escala nas negociações com clientes e fornecedores, e fortalecer a divulgação, a comercialização e a distribuição das publicações da JBC”.
Na história da JBC, que começou a publicação de mangás no início dos anos 2000, há mais de 200 títulos lançados, entre eles sucessos como Card Captor Sakura, Samurai X, Cavaleiros do Zodíaco, Fullmetal Alchemist, Death Note e a coleção de My Hero Academia, uma das mais populares da editora no momento e que já atingiu a marca de mais de 600 mil exemplares vendidos no mercado brasileiro, com presença constante na Lista dos Mais Vendidos do PN.
Segundo Luiz Schwarcz, fundador e CEO da Companhia das Letras, “os mangás têm uma presença cada vez mais forte na cultura contemporânea e a chegada da JBC, uma referência na categoria, aumenta a nossa diversidade literária”. No comunicado, Schwarcz reforçou ainda que “a gestão da JBC continuará com as irmãs Shoji. Primeiramente, porque a editora vai muito bem; depois, porque são elas que conhecem as aspirações dos leitores de mangá no Brasil”.
Já Marina Shoji, diretora-geral da JBC, lembrou da boa fase que o segmento vive e explicou um dos motivos para a fusão. “Estamos vivendo uma fase muito positiva no mercado brasileiro, tanto no segmento de mangás licenciados quanto no de obras nacionais, e sentimos a necessidade de procurar alternativas que nos permitissem aproveitar essa oportunidade da melhor forma, principalmente por conta dos novos desafios que vêm se apresentando como consequência da pandemia de Covid-19”. “Temos a certeza de que, com esta fusão, tudo o que construímos vai crescer ainda mais, beneficiando leitores, fãs e clientes”, acrescentou sua irmã Luzia Shoji, presidente da editora.
O fundador da JBC, Masakazu Shoji, disse que sua maior preocupação “era garantir que tanto o público quanto as editoras japonesas que confiam em nosso trabalho há mais de duas décadas continuassem a receber a mesma atenção e empenho que dedicamos até hoje. Nesse sentido ficamos muito tranquilos, pois sabemos que com a Companhia das Letras a nossa missão será preservada”.