Imagine um mundo onde as pessoas usam computador, dirigem seus carros e se comunicam entre si através do pensamento. Um mundo em que os paraplégicos podem voltar a andar e em que os males de Parkinson e Alzheimer são controlados. No momento, tudo isso parece ficção científica, mas esse cenário pode estar mais próximo do que nunca de se tornar realidade. Pelo menos é isso que diz o neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis.
Em suas pesquisas, Nicoleli foi capaz de expandir a capacidade neurológica de macacos, que conseguiram movimentar artefatos artificiais, localizados próximo ou longe deles, usando apenas com a atividade elétrica de seus cérebros de primatas. Este paradigma neurofisiológico revolucionário foi batizado de interfaces cérebro-máquina (ICM) e é o tema do livro Muito além do nosso eu - A nova neurociência que une cérebro e máquinas e como ela pode mudar nossas vidas.
Na obra, Nicolelis revela suas ideias revolucionárias sobre essa nova tecnologia cujos avanços, segundo ele, irão transformar a sociedade humana e moldar uma nova “indústria do cérebro” - um empreendimento global com potencial de geração de trilhões de dólares. Essas interfaces, quando aplicadas na área da saúde, poderão devolver a mobilidade a pacientes com paralisia grave e oferecer um caminho para a cura de distúrbios neurológicos como a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer. Isso sem contar as fascinantes perspectivas de comunicação tátil a longa distância e de exploração do fundo do mar e do espaço.