Setor cresce 7,36% ajudado pelo governo
PublishNews, Redação, 11/07/2012
Vendas governamentais subiram 21%, mas vendas ao mercado aumentaram apenas 3%, abaixo da inflação

A principal pesquisa do mercado editorial revela que este cresceu 7,36% em faturamento em 2011, na comparação com 2010, para R$ 4,84 bilhões. Sem o efeito da inflação (6,5% pelo IPCA), contudo, o aumento real foi bem mais modesto: 0,81%.

Os dados do levantamento "Produção e vendas do setor editorial brasileiro", realizado pela Fipe por encomenda da CBL e do Snel, mostra também que o número de títulos editados no ano passado subiu 6,28% ante 2010, alcançando 58.192, e o total de exemplares vendidos cresceu 7,2%, para 469,47 milhões. Já o número de exemplares produzidos aumentou 1,47%, para 499,79 milhões.

O governo teve papel fundamental nos números positivos do faturamento do setor, uma vez que as vendas de livros para programas e órgãos governamentais tiveram crescimento de nada menos do que 21,2% (valor não deflacionado). A alta é resultado da combinação entre mais exemplares vendidos (13,7%) e preços em ascensão (6,55%).

Quando são considerados os dados de mercado (que engloba todas as vendas com exceção daquelas para governo), o cenário é diferente. O segmento cresceu em faturamento 3%, mas, levando-se em conta a inflação, houve queda real de 3,27%. As vendas de mercado chegaram a R$ 3,45 bilhões, ou 71,3% do setor editorial. Em 2010, a participação do segmento era de 74,3%.

O preço médio dos livros comercializados no país caiu 6,11% em 2011, nas vendas de mercado. Desde 2004, o preço médio desse segmento teve queda acumulada de 21,8%, sendo que o declínio real foi de 44,9% no período. No entanto, como os preços de venda para o governo subiram, a média entre mercado e governo foi um aumento de 0,1% em 2011.

Sônia Jardim, presidente do Snel, avalia que o crescimento abaixo da inflação, com queda real, é preocupante. Entre os fatores para a retração citados por ela estão a pressão por descontos na venda para varejistas, a queda do dólar (que influencia o custo da aquisição de direitos de livros estrangeiros e o custo do papel) e o esforço para a publicação de livros de bolso e edições mais baratas. “Mas essa redução tem um limite, porque vários outros custos aumentaram”, disse.

Nesta edição da pesquisa, 178 editoras participaram, sendo que 128 haviam participado também do levantamento de 2010, que contou com 141 empresas. Segundo Leda Paulani, coordenadora do estudo, a amostra deste ano responde por cerca de 20% do número total de editoras do país e por quase 60% do faturamento do setor.

A pesquisa deverá ser disponibilizada no site da CBL ainda hoje, para associados da entidade.

[11/07/2012 00:00:00]