Entre os dias 18 e 20 de novembro, será realizado em São Miguel Paulista o Festival do Livro e da Literatura. Para começar a esquentar os ânimos, a Fundação Tide Setubal está incentivando a doação de livros usados ou novos pela população de toda a cidade (só não vale livro didático). A coleta acontece no dia 29 de outubro, em três pontos: prédio do Itaú Cultural (Av. Paulista, 143 – São Paulo/SP), na sede da instituição (Rua Jerônimo da Veiga, 164 - 13° andar - Itaim Bibi.- São Paulo/SP) e no CDC Tide Setubal (Rua Mário Dallari, 170 – São Miguel Paulista – São Paulo/SP). Todos os exemplares serão distribuídos durante o Festival. A iniciativa também pretende integrar a cidade ao bairro, estimulando o fluxo cultural nos dois sentidos.

Pelo quinto ano consecutivo, a Fundação Tide Setubal realizará esse movimento de estímulo à leitura em São Miguel. Na edição de 2009, cerca de quatro mil pessoas participaram de encontros com escritores, contadores de histórias, poetas, além de debates temáticos, produção de textos coletivos, compra e troca de livros, ao longo dos três dias do evento no CDC Tide Setubal.

A novidade em 2010 é que o Festival não se restringirá ao CDC, mas também estará nas ruas, praças, paradas de ônibus, biblioteca, mercado municipal e estação de trem do bairro. “A idéia é formar corredores de livros, onde as pessoas possam ter contato com o universo da leitura. Vamos nos apropriar dos espaços públicos para promover a cultura do encontro”, comenta Tião Soares, idealizador do evento e coordenador de cultura da Fundação Tide Setubal.

Cerca de 20 locais diferentes abrigarão intervenções artísticas, contação de histórias e debates.

Para convidar os moradores à leitura, exemplares também serão pendurados em árvores. “Queremos que as pessoas experimentem esse fruto, levem-no para casa e multipliquem a experiência de ler”, ressalta Tião.

O evento pretende contribuir para a democratização do acesso ao livro, uma vez que o acervo público da região é reduzido. São Miguel tem um dos piores índices de livros disponíveis para o público adulto da cidade de São Paulo: 0,12 por habitante, na faixa etária acima de 15 anos, quando o recomendado pela Unesco fica em no mínimo dois por habitante. A estatística foi levantada pelo Observatório Cidadão, do Nossa São Paulo, a partir de dados de 2008 da Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Seade.