Faleceram nesta sexta (14) o poeta amazonense Thiago de Mello, aos 95 anos, e a paulista Neide Archanjo, aos 82. Segundo seus familiares, Thiago faleceu durante o sono. Nascido no interior do Amazonas, era também ensaísta e tradutor. Um de seus poemas mais famosos, Os estatutos do homem, foi escrito logo após o golpe militar de 1964. Mello foi adido cultural na Bolívia e no Chile, tendo a carreira interrompida pelo golpe militar. O poeta enfrentou a ditadura – chegou a ser preso e passou anos no exílio em países como Argentina, Chile e Portugal – e publicou diversas coletâneas poéticas, entre elas Poesia comprometida com a minha e a tua vida, Mormaço na floresta, Num campo de margaridas e Acerto de contas. Já Neide tinha 82 anos e dentre os destaques da sua produção está o trabalho Pequeno oratório do poeta para o anjo, de 1970. A obra, sob direção artística de Denise Millan, virou um espetáculo no Rio interpretado por Maria Bethânia. É autora também de Os primeiros ofícios da memória, Epifanias e As marinhas.

A coluna Painel das Letras, da Folha informou que a Bazar do Tempo comprou os direitos de publicação de duas obras de Maryse Condé. A editora brasileira lançará o livro de memórias de Condé, Coração a rir e a chorar, que rendeu à escritora de 84 anos o prêmio Marguerite Yourcenar; e o romance A migração dos corações. Já no fim deste mês deve chegar às livrarias O riso da medusa, clássico da feminista francesa Hélène Cixous, e para o segundo semestre estão previstos dois novos livros da canadense Anne Carson, A beleza do marido e Eros, o agridoce. Outro livro de Carson, Short talks deve sair antes pela Relicário. A coluna adiantou também que Elogio do amor, de Jean-Luc Godard, reverenciado diretor francês que ganhará nova edição, será publicado no segundo semestre pela editora Nós, e que a Rocco se prepara para lançar dois inéditos de Margaret Atwood: O coração é o último a morrer e Stone mattress. Novidades também na Tabla: Ode à errância, do poeta sírio Adonis, A queda do imã, da egípcia Nawal Saadawi, e dois grandes nomes da literatura turca, Ahmet Hamdi Tanpınar, com O instituto de regulação das horas, e Leyla Erbil, com Uma mulher estranha. Matéria da ANSA reproduzida pelo Estadão informou que, em livro, o editor detalha a publicação de A amiga genial, de Elena Ferrante. Com lançamento no dia 19, na Itália, L’Editore Presuntuoso revela como as primeiras páginas impactaram o leitor e determinaram o futuro da escritora. Clique no Leia Mais e confira outras notícias que foram destaque nos jornais e revistas no fim de semana.

A editora Gente está à procura de um promotor de vendas para fazer visitação às lojas, atuar com atendimento nos pontos de venda (PDVs) para apresentação de produtos, controle de vendas, organização e exposição dos livros. As funções do cargo também incluem fotografar livros/vitrines e envias as fotos para os autores; atender feiras e eventos; abordar clientes e esclarece dúvidas; realizar reuniões presenciais para apresentar os lançamentos, ações e sugestão de reposição; manter contato com autores e futuros autores via grupos de WhatsApp; prestação de contas para atualizar o Gestor em relação as visitas feitas aos clientes, exposição, fotos, dentre outros; e acompanhamento do autor em eventos de lançamentos. A editora pede que os candidatos tenham experiência mínima de um ano; formação em Administração de Empresas, Marketing ou Publicidade; visão analítica, disponibilidade para viagens nacionais para reuniões e eventos; conhecimentos do Pacote Office e da língua inglesa. Os interessados devem enviar currículos para o e-mail valeria.trindade@editoragente.com.br.

Em uma manhã perfeita das férias de verão, na propriedade construída em Cape Cod por seu avô, e com certo saudosismo que Elle Bishop absorve cada detalhe ao seu redor. A mesa de jantar da véspera — noite em que ela transou com o amigo de infância na escuridão do jardim enquanto os respectivos cônjuges conversavam na sala — ainda está posta. Em 24 horas, Elle terá de escolher entre esse homem e o marido. Mas, até o leitor chegar a esse momento crucial, é preciso acompanhar outras fases de sua vida, desde a infância – sempre ao lado da irmã, Anna: o divórcio dos pais e seus novos relacionamentos disfuncionais e abusivos; a chegada de Jonas, o menino curioso e mais novo que se transforma em seu melhor amigo e cúmplice; os tormentos da relação com o meio-irmão, Conrad; e o encontro dramático com Peter, o inglês charmoso e sarcástico que se tornará seu marido. Ao longo de um único dia, lembranças de acontecimentos da vida dos pais e avós de Elle expandem o mosaico dos segredos de família com episódios marcantes, trágicos e violentos. Os personagens de O palácio de papel (Intrínseca, 400 pp, R$ 79,90 - Trad.: Camila Von Heldefer), livro escrito por Miranda Cowley Heller, são confrontados por sentimentos absolutamente humanos e, diante do desejo, do amor, do medo e da luxúria, demonstrarão toda a sua complexidade.

A história deste romance começa em 2001, na noite da cerimônia de maioridade de Melody, então com 16 anos, na casa de seus avós no Brooklyn, em Nova York. Assistida com amor por seus parentes e amigos, e entrando ao som da música vibrante de Prince, ela usa um vestido especial feito sob medida. Mas o evento não é despido de pungência. Dezesseis anos antes, esse mesmo vestido foi medido e costurado para um corpo diferente: o de Iris, a mãe de Melody, para uma celebração que, no fim das contas, nunca aconteceu. Em carne viva (Todavia, 144 pp, R$ 59,90 - Trad.: Jaya Miceli) centra-se em duas famílias negras que se uniram quando Iris e Aubrey, um casal de adolescentes ainda no colégio, descobriram que seriam pais. Ao revelar a história da família de Melody – e remontar ao massacre racial de Tulsa em 1921 – Jacqueline Woodson mostra como todos os personagens chegaram neste momento, e direciona o foco não apenas para suas ambições e seus sucessos, mas também para o preço das escolhas que fizeram a fim de superar as expectativas e escapar das armadilhas da história afro-americana.

Existe uma harmonia no universo? Tudo estará organizado do melhor modo possível? É o que sugere o mestre Pangloss aos moradores do castelo do barão de Thunder-ten-Tronckh. Nos limites da bela propriedade, Cândido, um jovem, recebe instrução moral e filosófica e vive uma vida encantadora. Ao apaixonar-se pela bela Cunegunda e ser flagrado beijando-a entre os bosques da Vestfália, o nobre bastardo é expulso de seu paraíso terrestre e forçado a dar início a uma odisseia na esperança de reencontrar sua amada. Cândido, ao passar por Lisboa, Avicena, Cádiz, Eldorado, Buenos Aires, Paris, Veneza e Constantinopla, é submetido a todo tipo de peripécia e se familiariza com os cantos mais obscuros da alma humana. Publicado em 1759, Cândido ou O otimismo (Antofágica, 296 pp, R$ 79,90 – Trad.: Carolina Selvatici) foi um best-seller na Europa do século 18. Com ritmo rápido e humor mordaz, Voltaire fez uma sátira das questões que angustiavam o ser humano da época, e que ecoam até hoje. Divertido e sarcástico, o conto picasresco de Voltaire faz o leitor refletir sobre a vaidade e a selvageria humanas, a importância de cultivar um espírito crítico e a busca pela felicidade. Esta edição da Antofágica conta com mais de 80 ilustrações de Pedro Meyer e apresentação de Chico Felitti.

Em Porco de raça (DarkSide, 192 pp, R$ 49,90), romance de Bruno Ribeiro, ganhador na categoria Romance/Conto da primeira edição do Prêmio Machado DarkSide, o leitor acompanha um professor negro, falido, preso a uma cadeia de acontecimentos inescapáveis que acabam por levar a uma jornada rumo a própria degradação física e psicológica. Um personagem kafkiano, com suas motivações, conflitos e traumas, vivendo em um país em transe. Ao ser capturado e confinado, ele se vê obrigado a fazer parte de um ringue de lutadores formado por párias sociais, lutando com uma máscara de porco para deleite de espectadores da alta sociedade. Como define o autor, o romance é “um Esaú e Jacó da deep web”, em referência ao clássico de Machado de Assis em que irmãos com ideologias diferentes e visões de mundo contrárias encontram-se em eterno conflito. Porco de Raça chega em uma edição com capa dura, acabamento especial e ilustrações de Wagner Willian.