Um pequeno país regido por mulheres
PublishNews, Redação, 08/03/2024
Gioconda Belli, vencedora do Prêmio Casa de Las Américas, expõe, de forma satírica, as diferenças entre homens e mulheres no poder

Os anos dominados pela incompetência e opressão masculinas seguiam inabaláveis em Fáguas, um pequeno e fictício país latino-americano, até que o vulcão Mitre entra em erupção – e logo durante as eleições presidenciais. Após inalarem, por três dias, a fumaça expirada pelo imponente vigia, os homens ficam sonolentos e seus níveis de testosterona caem drasticamente, abençoando Fáguas com uma quietude jamais vista. Curiosamente, ao mesmo tempo, a impopular candidata Viviana Sansón, do Partido da Esquerda Erótica, vence a corrida eleitoral. Porém, no segundo ano de mandato, Viviana Sansón entra em coma após sofrer um atentado. Uma onda de incertezas abate o povo e todos se perguntam quem atirou na presidenta. Essa pessoa teria agido sozinha? Quando Sansón acordará? Se é que acordará. Quem governa na ausência da presidenta, já que o país não tem uma vice? Com essa crise virá o retrocesso? Em O país das mulheres (Rosa dos Tempos, 384 pp, R$ 59,90 – Trad.: Ana Resende), uma utopia feminista que recebeu o Prêmio La Otra Orilla, a escritora e ativista nicaraguense Gioconda Belli, vencedora do Prêmio Casa de Las Américas, expõe, de forma satírica, as diferenças entre homens e mulheres no poder. Em um momento de extremismo político e descrença na democracia, Gioconda Belli provoca a compreensão de que a superação dos problemas sociais exige mudanças urgentes.

[08/03/2024 07:00:00]