Ainda em março, a Rocco vai publicar o livro Diário de um filme, que apresenta o percurso criativo do diretor e de Maria Fernanda Candido na transposição do romance para o cinema. Escrito por Melina Dalboni, roteirista do filme, a publicação trará também 64 páginas de imagens, com fotos de cena e reproduções de cadernos com anotações do diretor, além da visão de grandes especialistas na obra da escritora, como a biógrafa Nádia Battella Gotlib, a professora de literatura Yudith Rosenbaum e o ensaísta José Miguel Wisnik. Eles participaram das Oficinas Teóricas realizadas pelo cineasta durante a preparação para o filme, que foi exibido em Portugal e na Holanda.
O cartaz divulgado é o primeiro de uma série de cinco cartazes desenvolvidos pelo próprio cineasta em parceria com a designer Patricia Menezes, da Grão. Um dos pôsteres foi criado especialmente a partir da técnica de colagem pela artista plástica Mariana Valente, neta de Clarice Lispector, e seu coletivo de colagistas.
O filme já percorreu festivais brasileiros e estrangeiros, como os de Rotterdam, do Rio e Mostra de São Paulo. Um dos romances mais prestigiados da trajetória da autora, A paixão segundo G.H., publicado em 1964, em plena ditadura militar, está completando 60 anos de sua primeira edição.
Sinopse
Rio de Janeiro, 1964. Após o fim de uma paixão, G.H., escultora da elite de Copacabana, decide arrumar seu apartamento, começando pelo quarto de serviço. No dia anterior, a empregada pediu demissão. No quarto, G.H. se depara com uma enorme barata que revela seu próprio horror diante do mundo, reflexo de uma sociedade repleta de preconceitos contra os seres que elege como subalternos. Diante do inseto, G.H. vive sua via-crúcis existencial. A experiência narra a perda de sua identidade e a faz questionar todas as convenções sociais que aprisionam o feminino até hoje. Baseado no romance de Clarice Lispector.
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