Em 2022, o varejo de livros vivia no seu oitavo período do ano um bom momento devido às ações promocionais e ao fenômeno dos álbuns de figurinhas da Copa do Mundo. O alto volume de vendas, no entanto, tornou mais difícil a superação para o setor livreiro mesmo período em 2023.
O 9º Painel do Varejo de Livros no Brasil, pesquisa realizada pela Nielsen Book e divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livro (SNEL), e que se refere ao período de 14 de agosto a 10 de setembro, traz uma queda de 16,96% no volume e de 11,41% no faturamento.
Se em 2022 o setor alcançava um volume de 4,53 milhões de livros e um faturamento de R$ 191,93 milhões, em 2023 ainda estamos na marca de 3,76 milhões de obras comercializadas e um faturamento na casa dos R$ 170,04 milhões.
O preço médio apresenta um aumento de 2,61%, saindo de R$ 42,39 no ano passado, para R$ 45,23 em 2023. O desconto médio também apresentou uma variação positiva de 4,48 p.p., chegando à marca de R$ 29,47%.
“Um período atípico com uma variação superlativa, destacando o preço médio consideravelmente mais alto, com descontos maiores que os observados ao longo do ano. Um dos fatores considerados é a realização da Bienal do Rio de Janeiro. Por metodologia as vendas durante a feira não são contabilizadas e consta que as editoras obtiveram sucesso de vendas durante a feira”, analisa Ismael Borges, Territory Manager da Nielsen Book Brasil.
2023 x 2022
No acumulado do ano, 2023 é levemente superior apenas em faturamento. Em 2022, o setor livreiro registrou faturamento de R$ 1,72 bilhão, contra R$ 1,73 bilhão já alcançado em 2023, o que representa um crescimento de apenas 0,39%. Em relação ao volume a queda é de 5,34%. Enquanto em 2022 o setor livreiro registrou o movimento de 39,87 milhões de livros, em 2023 o número chega a 37,74 milhões de exemplares.
No geral, o preço médio apresenta um crescimento de 6,05%, saindo de R$ 43,26 no ano passado para R$ 45,88 em 2023.
“O mercado ainda colhe os reflexos de um período de perda do poder de compra do consumidor, sentido desde o segundo semestre de 2022. Entretanto, tivemos com a Bienal do Livro Rio 2023 a prova de que há caminhos para engajar o leitor e manter viva a paixão pela leitura, o que nos deixa esperançosos para o futuro”, destaca Dante Cid, presidente do SNEL.
Importância dos gêneros
Não Ficção Trade mais uma vez é o único gênero que apresentou uma variação positiva de 3,01 p.p. e representando agora 29,21% do faturamento do setor.
Infantil, Juvenil e Educacional (-1,87 p.p.), Não Ficção Especialista (-10,93% p.p.) e Ficção (-0,22 p.p.) novamente apresentaram queda.
Metodologia
Para a realização do Painel, os dados são coletados diretamente do “caixa” das livrarias, e-commerce e varejistas colaboradores. As informações são recebidas eletronicamente em formato de banco de dados. Após o processamento, os dados são enviados on-line e atualizados semanalmente.
Confira o Painel completo clicando aqui.
