Uma distopia em que família e mundo natural são repensados
PublishNews, Redação, 18/09/2023
Em 'As últimas crianças de Tóquio' Yoko Tawada traz uma narrativa em que o amor familiar pode vencer a devastação da humanidade
Em um futuro próximo, quando os idosos vivem quase para sempre e o resto das pessoas morre ainda jovem, um homem luta para manter vivo seu querido bisneto. Os únicos seres vivos selvagens que restam são aranhas e corvos. A linguagem também começou lentamente a desaparecer. A vida útil das palavras parece ter diminuído: elas saem de moda depressa e não são substituídas. Os homens agora passam pela menopausa. As crianças ficam tão debilitadas que os pediatras, tomados de desalento e exaustão, começam a se matar. É esse cenário que Yoko Tawada traça na obra As últimas crianças de Tóquio (Todavia, 144 pp, R$ 72,90 – Trad.: Satomi Takano Kitahara), uma narrativa em que o amor familiar pode vencer a devastação da humanidade. Tawada escreve em japonês e alemão e já publicou diversos livros — romances, poemas, peças teatrais e ensaios – entre eles, Memórias de um urso-polar.