“Era uma vez, Exu…”. Poderia começar assim este livro que, ao contar quem são as princesas e os príncipes que povoam o imaginário das Áfricas ancestrais, apresenta uma verdadeira biografia ilustrada da origem do mundo. Isso porque os orixás – como são conhecidas as divindades cultuadas em múltiplas crenças afro-brasileiras – acabam de ganhar uma coletânea de contos voltada ao público infantil. Em Omo-oba: Histórias de princesas e príncipes (Companhia das Letrinhas, 64 pp, R$ 54,90), a premiada escritora e pedagoga paulista Kiusam de Oliveira apresenta às crianças as histórias de vida de 12 entidades da mitologia iorubá. Inspirado nos “itan”, os mitos da cultura africana, o livro mostra como contar e ouvir sobre nossas ancestrais negras e negros é um escudo simbólico contra o racismo e a intolerância. A obra é ilustrada pelo artista pernambucano Ayodê França, que constrói, a partir das imagens, um retrato poético de cada um dos orixás, oferecendo aos leitores uma cosmogonia visual para identificação dos espíritos ancestrais: Oiá, Oxum, Iemanjá, Olocum, Ajê Xalugá, Oduduá, Exu, Oxóssi, Otim, Ossaim, Omulu e Orunmilá.