Visões do laboratorio brasileiro da mundialização
PublishNews, Redação, 23/02/2023
Editora 34 lança edição própria de texto de Paulo Arantes no qual ele revê a ideia de que o Brasil criaria uma civilização moderna com características próprias

Publicado em coletâneas no início do século XXI, A fratura brasileira do mundo (Editora 34, 144 pp, R$ 52) ganha agora uma edição própria — com um posfácio inédito de Marildo Menegat. No livro, Paulo Arantes revê a ideia multiforme segundo a qual o Brasil criaria uma civilização moderna com características próprias. E, como se não bastasse, serviria de modelo para o mundo. Para o autor, o outrora “país do futuro”, naquela conotação positiva, foi uma enorme ilusão. Num contexto mundial em que a ideia de nação integrada passou a não fazer mais sentido, Arantes sonda um conjunto de estudos que, nos EUA e na Europa, passaram a se referir à brasilianização dos países centrais — países que antes já nos serviram de modelo. Assim, no processo de globalização, o Brasil se tornou, involuntariamente, um “país do futuro” em chave negativa, um laboratório do que pode acontecer a todas as sociedades em que, dia após dia, cresce o abismo entre os ricos e a massa sem perspectiva de emprego.

[23/02/2023 07:00:00]