O jornal Financial Times, mais importante periódico de economia no mundo, anunciou os seis finalistas do prêmio Business Book of the Year 2022. Segundo Roula Khalaf, editorado FT, "nossos finalistas abordaram algumas das questões mais difíceis e importantes que o capitalismo global enfrenta, desde a crise de energia até o fornecimento de semicondutores e o investimento em tecnologia. Eles fizeram isso em uma prosa atraente e agradável, baseada em profundo conhecimento e extensa investigação”.
A lista tem uma importância fundamental para editoras ao redor do mundo, inclusive no Brasil, porque aponta os livros mais prestigiados de análise econômica publicados nos EUA e no Reino Unido durante a temporada. Assim, eles ganham uma chancela fundamental para se tornarem disputados por editores que queiram trazer a literatura econômica mais contundente na atualidade.
A seguir, os finalistas de 2022 e suas editoras nos EUA:
(em tradução livre, “Morte na água: assassinato e fraudes na mais secreta das indústrias”)
Autores: Matthew Campbell e Kit Chellel. Editora: Portfolio.
Um notório sequestro marítimo no centro de uma enorme conspiração, e o assassinato não resolvido que ameaçava desvendar tudo. Em julho de 2011, o petroleiro Brillante Virtuoso estava à deriva pelo traiçoeiro Golfo de Aden quando uma tripulação de piratas o atacou e o incendiou em uma explosão devastadora. David Mockett, agrimensor marítimo que trabalha para o Lloyd's de Londres, inspecionou o navio danificado, ele ficou com mais perguntas do que respostas. Como os piratas conseguiram embarcar tão facilmente? E se eles queriam roubar o navio e negociar seu retorno, então por que eles o destruíram? Logo após sua inspeção, David Mockett foi assassinado. Dead in the water é uma exposição chocante do funcionamento interno criminoso do transporte marítimo internacional, contado através das lentes do sequestro de Brillante e suas consequências, exibindo uma das fraudes financeiras mais descaradas da história.
Os autores: Matthew Campbell é um premiado repórter e editor da revista Bloomberg Businessweek, cobrindo políticas e negócios na região da Ásia e do Pacífico. Ele relatou de mais de 20 países sobre assuntos como crime, terrorismo, mudança climática e saúde pública. Kit Chellel é repórter da Bloomberg e redator da revista Bloomberg Businessweek. Ganhou vários prêmios internacionais por seu trabalho, cobrindo desde hackers estatais chineses até negócios de petróleo nigerianos obscuros.
(em tradução livre, “Império de influência - a história da Tencent e a ambição tecnológica da China”)
Autora: Lulu Chen. Editora: Hodder & Stoughyon.
O jornal britânico Guardian considera o livro um estudo fascinante da gigante da tecnologia Tencent e sua relação simbiótica com o governo chinês. As páginas de Influence empire trazem muito mais do que a tão esperada história da Tencent e seu aplicativo vital, WeChat, a ferramenta de mensagens usada por 1,3 bilhão de pessoas. É também o relato sóbrio de toda uma geração de empreendedores de tecnologia chineses que voam alto, cujas asas foram cortadas pela mão onipotente de seu próprio governo.
A autora: Lulu Chen cobre a China e seu cenário tecnológico há mais de uma década, para Bloomberg News e Bloomberg Businessweek. Ela é vencedora várias vezes do prêmio The Society of Publishers in Asia.
(em tradução livre, “A ascensão e queda da ordem neoliberal: a América e o mundo na era do livre mercado”)
Autor: Gary Gerstie. Editora: Oxford Universitry Press.
O relato mais abrangente de como o neoliberalismo veio a dominar a política americana por quase meio século antes de colidir contra as forças do trumpismo à direita e um novo progressismo à esquerda. A mudança em direção ao neoliberalismo – uma teia de políticas relacionadas que, em termos gerais, reduziu a pegada do governo na sociedade e retribuiu o poder econômico às forças do mercado privado – que começou nos EUA e na Grã-Bretanha no final da década de 1970 mudou fundamentalmente o mundo. Hoje, a palavra "neoliberal" é frequentemente usada para condenar uma ampla gama de políticas, desde a valorização dos princípios do livre mercado sobre as pessoas até o avanço dos programas de privatização em países em desenvolvimento ao redor do mundo. Uma reinterpretação abrangente dos últimos cinquenta anos, este livro ilumina como a ideologia do neoliberalismo se tornou tão infundida na vida cotidiana de uma época, enquanto investiga o que resta dessa ideologia e seus programas políticos enquanto a América entra em um futuro incerto.
O autor: Gary Gerstle é diretor de pesquisa da Universidade de Cambridge. É autor e editor de mais de dez livros, incluindo dois premiados, American Crucible (2017) e Liberty and Coercion (2015). Ele também é colunista do Guardian.
(em tradução livre, “A lei da potência: capital de risco e arte da disrupção”)
Autor: Sebastian Mallaby. Editora: Penguin Press.
O livro, já lançado no Brasil pela Intrínseca com o título A lei de potência: capital de risco e a criação do novo futuro, traz a história franca e íntima das empresas de capital de risco dominantes do Vale do Silício, e como suas estratégias e destinos moldaram o caminho da inovação e da economia global. O autor aproveita o acesso sem precedentes aos capitalistas de risco mais célebres de todos os tempos – as figuras-chave da Sequoia, Kleiner Perkins, Accel, Benchmark e Andreessen Horowitz, bem como parcerias chinesas como Qiming e Capital Today – em uma mistura fascinante de narrativa e análise que revela a história da incubação de tecnologia, no Vale e, finalmente, em todo o mundo. Com a obra é possível conhecer, muitas vezes pela primeira vez, alguns dos triunfos mais emblemáticos e dos desastres infames da história do Vale, desde a comédia de erros no nascimento da Apple até a avalanche de dinheiro de risco que promoveu arrogância na WeWork e Uber.
O autor: Sebastian Mallaby é um jornalista britânico duas vezes finalista do Prêmio Pulitzer. Ele trabalhou na revista The Esconomist por 13 anos, é autor de vários livros entre os mais vendidos do New York Times e é colunista do Washington Post.
(em tradução livre, "A guerra dos chips: a luta pela tecnologia mais crítica do mundo")
Autor: Chris Miller. Editora: Scribner.
Um relato da batalha de décadas para controlar o que emergiu como o recurso mais crítico do mundo - a tecnologia de microchips - com os EUA e a China cada vez mais em conflito. Os microchips são o novo petróleo - o recurso escasso do qual o mundo moderno depende. Hoje, o poder militar, econômico e geopolítico é construído sobre uma base de chips de computador. Praticamente tudo - de mísseis a microondas - funciona com chips, incluindo carros, smartphones, mercado de ações e até a rede elétrica. Até recentemente, os EUA projetavam e construíam os chips mais rápidos e mantinham sua liderança como a superpotência nº 1, mas a vantagem dos Estados Unidos corre o risco de cair, prejudicada por players em Taiwan, Coréia e Europa assumindo o controle da fabricação. Agora, como Chip War revela, a China, que gasta mais em chips do que qualquer outro produto, está investindo bilhões em uma iniciativa de construção de chips para alcançar os EUA. Em jogo está a superioridade militar e a prosperidade econômica dos Estados Unidos.
O autor: Chris Miller é historiador econômico com doutorado na Universidade de Yale. É autor de três livros anteriores - Putinomics, The Struggle to Save the Soviet Economy e We Shall Be Masters - e escreve frequentemente para The New York Times e The Wall Street Journal, entre oputros veículos.
(em tradução livre, "Desordem; tempos difíceis no século XXI")
Autora: Helen Thompson. Editora: Oxford University Press).
O século 21 trouxe uma poderosa onda de choques geopolíticos, econômicos e democráticos. Suas consequências levaram os bancos centrais a criar mais de US$ 25 trilhões em dinheiro novo, trouxe uma nova era de competição geopolítica, desestabilizou o Oriente Médio, rompeu a União Europeia e expôs antigas falhas políticas nos Estados Unidos. O livro é uma longa história deste momento político atual. Ele conta três histórias - uma sobre geopolítica, uma sobre a economia mundial e outra sobre democracias ocidentais - e explica como nos anos de desordem política anteriores à pandemia a ruptura em cada uma delas se tornou uma grande história. Ele mostra o quanto dessa turbulência se originou em problemas gerados por energias de combustíveis fósseis e explica por que, à medida que a transição verde ocorre, as formas de energia de longa data invariavelmente permanecerão no lugar.
A autora: Helen Thompson é professora de Economia Política na Universidade de Cambridge. Escreveu livros premiado, é colaboradora regular do podcast Talking Politics e escreveu artigos para London Review of Books, The New York Times e The Washington Post.
