Apanhadão da semana: Yuval Harari quer falar às crianças
PublishNews, Redação, 23/09/2022
Historiador best-seller que lança livro para leitores a partir dos nove anos é entrevistado pelo Estadão, que também traz uma conversa com o cubano Leonardo Padura sobre seu novo romance

Yuval Harari | © Divulgação
Yuval Harari | © Divulgação
O destaque na semana no noticiário dos grandes jornais sobre literatura e mercado editorial foi a entrevista no Estadão com Yuval Harari [foto], autor do best-seller Sapiens: uma breve história da humanidade. O historiador israelense, que já vendeu 40 milhões de exemplares em 65 idiomas, quer se aproximar dos jovens. Depois de uma adaptação de Sapiens para HQ, ele lança agora um livro para falar com as crianças. Implacáveis: como nós dominamos o mundo (Companhia das Letrinhas) é o primeiro volume de uma tetralogia voltada para leitores a partir de nove anos, que são, segundo Harari, “os futuros líderes do mundo”.

Outro escritor entrevistado pelo Estadão foi o cubano Leonardo Padura, que lança Gente decente, seu novo romance, ainda inédito no Brasil, que mostra efeitos danosos da pandemia e da política externa de Donald Trump. O escritor define o livro que acaba de sair das impressoras como seu romance “com mais cara de Havana”. Para ele, a capital da ilha é quase mais um personagem. Padura acredita que a cidade deixa de ser uma entidade passiva para se tornar ativa. Para isso, utiliza um olhar crítico e desencantado.

Na coluna do escritor Mario Vargas Llosa que o Estadão publica regularmente, o Nobel peruano falou sobre o espanhol Javier Marias, autor de livros consagrados como Assim começa o mal e Os enamoramentos (Companhia das Letras), que morreu no último dia 11. Um trecho de Llosa sobre o colega: “Desde que li Coração tão branco, um de seus melhores romances, pensei que suas longas frases, que cresciam de romance romance, até chegar, sem a utilização de pontos, a mais de uma página, tinham algo a ver com William Faulkner”.

O Valor analisou Mário de Andrade, epicentro (Edições Sesc), de Maurício Trindade da Silva, que destaca a participação do escritor no chamado Grupo dos Vinco, que gerou a Semana de Arte Moderna de 1922. Esse quinteto era formado por Mário, Oswald de Andrade, Menotti del Picchia, Anita Malfatti e Tarsila de Amaral. O desenvolvimento do Modernismo no Brasil passa pela frenética troca de cartas entre eles. O protagonismo de Mário nessas conversas por cartas é revelado no livro, no qual o autor usou o material conservado e organizado no Instituto dos Estudos Brasileiros.

Folha e Globo falaram de Michelle Zauner, cantora e escritora sul coreana que, depois de fazer sucesso no circuito de música independente americana com a banda Japanese Breakfast, virou best-seller ao mostrar personagem dividida entre as culturas da Coreia do Sul e dos Estados Unidos em Aos prantos no mercado. O livro ficou 56 semanas entre os mais vendidos do New no York Times. A autora chega ao Brasil em dose dupla: o livro está sendo publicado aqui pela Fósforo e a Japanese Breakfast vai se apresentar na edição brasileira do festival Primavera Sound, nos dias 05 e 06 de novembro.

A Folha entrevistou Antônio Prata, colunista do jornal, que lança Por quem as panelas batem (Conpanhia das Letras), que reúne 60 crônicas publicadas a partir das manifestações de 2013. “Me causa uma indignação perpétua a realidade Brasileira é que se acentua de 2013 em diante”, diz o autor. “Eu não costumava escrever sobre política, era muito raro mas ficou muito difícil não tocar no assunto.” Ele conta que escolheu para a coletânea as crônicas mais evidentemente políticas, aquelas que se referem a uma política institucional, e que fizessem sentido lidas hoje.

O Globo entrevistou à escritora e artista visual Bruna Maia, altura do perfil @estarmorta nas redes sociais e a apresentadora do podcast Nu frontal ao lado da escritora Clara Averbuck. Obcecada por romances e séries policiais, ela sempre imaginava como cometer um crime sem ser pega. Ela escreveu então Com todo o meu rancor (Rocco), no qual a protagonista Ana se disfarça e invade a casa do ex para dopá-lo e torturá-lo psicologicamente. A autora defende um espaço maior para mulheres “difíceis” na ficção. Bruna também é autora da HQ Parece que piorou (Quadrinhos na Cia).

[23/09/2022 09:00:00]