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Censo Escolar aponta que 627 mil alunos deixaram a escola
PublishNews, Leonardo Neto, 1º/02/2022
Matrículas na rede privada registraram queda de 10%; EJA (-9,5%), creche (-9%) e pré-escola (-6%) foram os que mais perderam alunos; números podem impactar diretamente o setor de livros didáticos

Números do Censo Escolar podem impactar diretamente o setor de livros didáticos | © Agência Brasil
Números do Censo Escolar podem impactar diretamente o setor de livros didáticos | © Agência Brasil
Nesta segunda-feira (31), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os resultados da primeira etapa do Censo Escolar 2021. Em geral, o Brasil perdeu cerca de 627 mil alunos em 2021, o que representa queda de 1,3% quando comparados com o ano anterior.

A rede privada foi a que mais sofreu: entre os anos de 2019 e 2021, o número de alunos matriculados nestas escolas caiu 10%. No mesmo período, a rede pública teve redução de 0,5%.

As maiores quedas foram registradas entre os alunos da Educação de Jovens Adultos (EJA), que registrou variação negativa de 9,51%, creche (-9%) e Pré-Escola (-6%). O número de matrículas no Ensino Médio (+2,9%) e nos anos finais do Ensino Fundamental (+0,64%) apresentou crescimento.

O Censo Escolar serve de base para determinar os volumes dos programas governamentais de compras de livros, em especial para o PNLD, que, em 2021, investiu R$ 1,17 bilhão na compra de 137 milhões de exemplares.

Além disso, o Censo pode predizer impactos nas vendas de livros a mercado. De acordo com a Pesquisa Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro (PeV), realizada pela Nielsen a pedido da Câmara Brasileira do Livro (CBL) e Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), o subsetor de Didáticos vendeu 221,9 milhões de exemplares em 2020, sendo 43,2 milhões deles fora dos programas governamentais. Na comparação com o ano anterior, o faturamento do subsetor foi 15% menor, considerando apenas as vendas a mercado.

O resultado, de certa forma, preocupa a Associação Brasileira de Editores e Produtores de Conteúdo e Tecnologia Educacional (Abrelivros). Para Ângelo Xavier, presidente da entidade, esses alunos fora da escola provocam uma redução do volume de vendas de livros didáticos no país. “Claramente, vamos sofrer uma redução por essa queda da matrícula. O que não é possível dizer, a partir desses dados (do Inep), é se a rematrícula para 2022 vai crescer. Pode ser que parte desses alunos volte para as escolas, sejam públicas ou privadas, a partir do retorno às aulas, que começou a acontecer agora na última semana de janeiro e início de fevereiro. Essa é a dúvida: se esses alunos voltam para as escolas a partir de 2022. Mas, de fato, 2021 comparado a 2020, houve redução, e isso se refletiu nas vendas do ano passado. E pode, sim, impactar a venda de livros este ano, reduzindo o mercado de livros escolares”, disse ao PN.

A segunda etapa do Censo Escolar 2021 será realizada a partir de fevereiro. O Inep aplicará o questionário “Resposta educacional à pandemia de covid-19 no Brasil” pelo segundo ano consecutivo. O objetivo é verificar as consequências da crise sanitária no sistema educacional, além de mapear as estratégias adotadas para minimizar os danos no ensino e na aprendizagem.

[01/02/2022 11:40:00]
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