Prêmio Livro-Reportagem Amazon: O Jornalismo feito para livros
PublishNews, Redação, 13/02/2019
‘Biografia’ de um jornal e reportagem sobre soldados desconhecidos da Guerra das Malvinas ganham Prêmio Amazon de Livro-Reportagem

Ferdinando Casagrande foi o vencedor do Prêmio Livro-Reportagem Amazon pelo livro 'Jornal da Tarde: uma ousadia que reinventou a imprensa brasileira' | © Marcelo Bruzzi / Divulgação
Ferdinando Casagrande foi o vencedor do Prêmio Livro-Reportagem Amazon pelo livro 'Jornal da Tarde: uma ousadia que reinventou a imprensa brasileira' | © Marcelo Bruzzi / Divulgação
Em um evento na sede da Amazon no Brasil na noite desta terça-feira (12) foram anunciados os ganhadores da primeira edição do Prêmio Livro-Reportagem Amazon. Criado pela gigante de Seattle em parceria com a Editora Record e com o portal Jornalistas & Cia, o prêmio tem por objetivo incentivar a produção e publicação de títulos do gênero por jornalistas e estudantes por meio do KDP, a plataforma de autopublicação da Amazon.

Na categoria profissional, o ganhador foi Ferdinando Casagrande, autor do livro Jornal da Tarde: uma ousadia que reinventou a imprensa brasileira, que já tinha sido publicado pela Alpendre (o prêmio recomendava, mas não exigia ineditismo nas publicações concorrentes). Ele levou para casa um prêmio de R$ 10 mil, além da possibilidade de assinar contrato com a Record para a publicação do livro em papel. O título reconta a história do JT, jornal criado no fim da década de 1960 e cuja trajetória foi encerrada em 2012. Nascido no ventre de uma das empresas jornalísticas mais tradicionais do Brasil, o Grupo O Estado de S. Paulo, o JT era feito, no seu início, por talentosos jovens na casa dos 20 e poucos anos e rompeu com todos os conceitos do que se conhecia por jornal na época. Por meio de entrevistas e depoimentos colhidos por três anos, Casagrande remonta essa história que foi a vencedora do prêmio. O livro foi um dos mais de 160 inscritos e ficou entre os finalistas ao lado de Campeões de raça: os heróis negros da Copa de 1958, de Fábio Mendes; O infiltrado: Um repórter dentro da polícia que mais mata e mais morre no Brasil, de Raphael Gomide, e O Mário do rádio, de Tatiana Lanzelotti.

Na categoria Destaque Universitário, o premiado foi Eduardo Gayer, que transpôs o seu trabalho de conclusão de curso, Outras guerra das Malvinas: Os corpos identificados 36 anos após o conflito, para o formato de livro por meio do KDP. Gayer não esteve na cerimônia de entrega do prêmio porque estava justamente colando grau em Jornalismo na noite de ontem. Pelo livro que conta a luta de famílias argentinas para a identificação de 123 soldados mortos na Guerra das Malvinas e até então enterrados no cemitério de Darwin sob inscrição “Soldado argentino só conhecido por Deus”, Gayer leva para casa prêmio de R$ 5 mil.

No seu discurso, Carlos Andreazza, editor-executivo de não ficção e literatura brasileira da Record, defendeu o prêmio no atual cenário: “Em um momento em que o jornalismo está sob ataque, o prêmio ganha um valor imensurável. A qualidade dos trabalhos prova que não é o Jornalismo que está em crise”. Quem concordou com ele foi Eduardo Ribeiro, diretor do Jornalistas & Cia: “Vivemos um tempo de transformações por meio das mídias sociais com reflexos diretos sobre o Jornalismo, mas jornalistas têm dirigido esforços crescentes para a literatura. O prêmio é prova viva de que o Jornalismo continua relevante, seja em canais tradicionais, seja na literatura”.

[13/02/2019 10:00:00]