Eduardo Cunha, o liberto, vai ter que esperar
PublishNews, Leonardo Neto, 26/04/2017
Advogados de Eduardo Cunha, ex-parlamentar preso, entram com mandado de segurança e Record novamente adia a distribuição de 'Diário da cadeia'

Após novo mandado de segurança, a Record adia mais uma vez a distribuição de 'Diário da Cadeia | © Agência Senado
Após novo mandado de segurança, a Record adia mais uma vez a distribuição de 'Diário da Cadeia | © Agência Senado
Eduardo Cunha, o que não está preso e é consultor do mercado editorial, disse, no início dessa semana que estava ansioso para ler Diário da cadeia, editado pela Record e assinado por Eduardo Cunha, pseudônimo usado por Ricardo Lísias para compor a obra que está às voltas com a Justiça desde o anúncio do seu lançamento.

Só que Eduardo Cunha, o liberto, terá que esperar se quiser ler o livro em papel. É que os advogados de Cunha, o ex-parlamentar preso em Pinhal, na Região Metropolitana de Curitiba, impetraram um mandado de segurança no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro pedindo novamente a suspensão da circulação e distribuição do livro.

A iniciativa da banca constituída por Cunha veio logo depois de o desembargador Augusto Alves Moreira, da oitava Câmara Cível do Rio de Janeiro, divulgar despacho contrário às argumentações de Cunha de que o uso do pseudônimo é “uma estratégia comercial ardil e inescrupulosa”. O desembargador proferiu, no fim da última semana, que “em uma análise preliminar, conclui-se que não houve anonimato, vedado pela Constituição Federal, e sim a utilização de um pseudônimo em uma obra ficcional”.

O novo capítulo da novela está nas mãos do desembargador Nagib Slaibi Filho, o quinto juiz a ter o processo nas mãos. Pelas contas do PublishNews, o processo já foi recusado por pelo menos três desembargadores, que declararam suspeição ou inabilitação para tocar o pleito.

Carlos Andreazza, editor executivo do Grupo Editorial Record observou que o conteúdo do livro está livre para ser distribuído, tanto que o título está disponível para compra em formato digital, mas que a editora decidiu esperar para iniciar a distribuição do livro físico. "A Record avaliou que convinha esperar a apreciação do mandado antes de distribuir o livro, até em respeito aos livreiros. Podemos distribuir, mas não o faremos por considerar que deve esperar a apreciação desse mandado. É uma decisão estratégica. Caso o mandado seja acolhido, teríamos que recolher o livro novamente. Acredito que essa apreciação acontecerá em breve e, se prevalecer a decisão do relator anterior, o livro vai continuar livre e, enfim, chegará às livrarias", disse Andreazza.

[26/04/2017 10:42:52]