Um peixe fora d´água na CCXP
PublishNews, Cassia Carrenho, 13/12/2016
Cassia Carrenho esteve na Comic Con Experience e conta como foi

Cassia
Cassia
Se eu fosse escolher um cosplay para desfilar na CCXP 2016, certamente seria de “peixe fora d’água”. Conheço pouco desse universo. Para mim, dos convidados, o Vin Diesel era o mais conhecido e tenho um certo pânico de multidões. Ou seja, tudo para dar errado, mas deu tudo certo.

A minha primeira vez na Comic Con no Brasil começou com pânico e terminou com uma sensação de “precisamos (nós que trabalhamos com livros e eventos) aprender alguma coisa com esses caras”.

Quando cheguei no pavilhão de exposição, tomei um susto ao ver o tanto de gente que esperava na fila para entrar. Literalmente um andar inteiro de um estacionamento! Por alguns segundos enfartei, ao ser informada que pegaria essa filinha, mas logo meu crachá de imprensa me levou a um atalho. Agradeci muito ter essa credencial!

Mas, gente reclamando nesse monstro de fila? Que nada! Tinha até animador que interagia e de tempos em tempos a galera respondia levantando suas espadas, sabres de luz, martelo, machados etc. Tá, para quem é como eu, pareceu um pouco infantil, mas bem que fiquei com vontade de gritar com minha escova de dente na mão!

Entrar no pavilhão é um outro negócio mágico. De cara, o estande da Fox para divulgar o filme Assassins creed, baseado no famoso game, onde você podia se jogar de uma altura de 6 metros. O objetivo? Ter a mesma sensação do game. Esse eu ia, mas tava de saia.

Outro concorrido era o da Netflix, que quando vi foi um oásis, afinal, disso eu manjo! Uma das atrações era a sala dos cubos da série nacional 3%, onde o visitante podia entrar e passar pela mesma prova exibida na série para passar pelo processo. Ah, esse deu bem vontade, mas tinha fila.

E tinha muito mais, HBO com figurinos do Game of Thrones, lojinha com produtos de Harry Potter e até uma loja da Riachuelo com produtos geeks e nerds.

Bom, mas e livro, tem? Sim, tem. Visitei os estandes da LeYa, Record, Plataforma 21 (Vergara&Riba), havia muitos outros, e embora mais modestos (nem vamos comparar orçamento da indústria de filme com o editorial, né?) estavam alí, com seus títulos voltado ao público geek.

Já o estande da JBC era um caso à parte. Com o tema Japão Pop, inspirado no bairro de Shibuya, tinha palco, programação musical e atrações internacionais, como o mangaká Tsutomu Nihei (Knights of Sidonia). Estande cheio o tempo todo e muito trabalho para toda equipe da editora.

Tainan Rocha e Felipe Castilho no Artists’ Alley | © Cassia Carrenho
Tainan Rocha e Felipe Castilho no Artists’ Alley | © Cassia Carrenho
Agora, o que mais me impressionou mesmo foi o Artists’ Alley, um espaço para quadrinistas independentes mostrarem seus trabalhos, e para artistas de grandes editoras ficarem mais perto do público. Em 2016, foram mais de 400 artistas nesse espaço, já que ao comprar esse espaço, por cerca de R$ 700, cada mesa pode ser dividida por dois autores. Falando assim, só em números e cifras, vocês podem não imaginar o que eu vi, então, vou tentar ser mais descritiva: bem no meio da feira, quatro blocos, com cerca de 260 mesas no total, com artistas nacionais e internacionais, inclusive aquele seu favorito, separados por uma única mesinha... Além dos livros à venda, desenhos exclusivos, pôsteres e muita disposição para interagir, autografar e tirar fotos.

Bem no meio disso tudo, encontrei o Felipe Castilho e o Tainan Rocha, que junto com o Wagner Willian, que estava em outra mesa, lançaram Savana de Pedra (Astral Cultural) na CCXP. Fiz meu papel de fá direitinho, comprei (por sinal, fui a primeira), pedi autógrafo e tirei foto!

Tainan, que já participou de outras edições, disse que o maior objetivo é a divulgação do trabalho. “Percebi que depois da minha última participação, aumentou muito o número de seguidores nas redes sociais, e com isso seu trabalho se espalha”, comentou.

Já Felipe Castilho, estreante como “expositor” no Artists’ Alley, ressaltou que o espaço físico aumentou, comparado com a última edição, e que percebeu a presença de vários escritores, além de quadrinistas e ilustradores. A expectativa do autor era divulgar seu trabalho, mas também ter retorno comercial. Segundo ele, os dois objetivos foram atingidos.

Bom, falar de CCXP sem falar de cosplay num pode. Sim, tem de tudo! Famílias inteiras, fantasias beirando a perfeição, outras nem tanto. E eu, que entendo pouco desse universo, consegui reconhecer o Homem-Aranha, o Batman, o Coringa e a Arlequina, campeã na quantidade de pessoas fantasiadas.

As lições aprendidas? A CCXP não é para crianças, é para gente grande que quer investir. A CCXP não é para amadores, tem que produzir, trazer autores. A CCXP tem um público exigente, mas que consome. E, por último, a CCXP não é para ir de saia, nem para quem não gosta de multidão e filas! Eu!

Mas, foi épico!
Tags: CCXP 2016
[13/12/2016 09:47:00]