Testemunha ocular do Dia D, desertor da Guerra da Argélia, confeiteiro em Paris, executivo da Odeon, Phonogram e WEA, pioneiro na iniciativa de análises qualitativas de mercado, negociador da libertação do publicitário Washington Olivetto. A autobiografia de André Midani é mais do que um depoimento de quem observa os bastidores do mercado musical brasileiro sob um ângulo privilegiado desde a década de 1950. Além de viver alguns dos grandes momentos da história, ele participou ativamente do nascimento da Bossa Nova, da Tropicália e do rock nacional, dos grandes festivais de música e das fantásticas jogadas de marketing das gravadoras para projetar seus ídolos. Essa trajetória agora pode ser conferida no livro Música, ídolos e poder: do vinil ao download (Nova Fronteira, 336 pp., R$ 39,90), que aponta como a crescente dependência do jabá levou a indústria musical a um beco sem saída. E mostra o que acontece quando as gravadoras submetem os seus líderes criativos aos ditames traçados pelos tecnocratas do mercado.