Antes de se tornar o grande propagador do Cristianismo pela Europa e Ásia Menor, o apóstolo Paulo - mais tarde conhecido por São Paulo - era um implacável perseguidor de cristãos. A curiosa história deste homem, cujo nome seria utilizado para nomear a maior metrópole brasileira, sempre esteve restrita a textos acadêmicos e à própria Bíblia. Daí a importância do romance bíblico-histórico O Livro de Paulo (Editora Mundo Cristão, 496 pp., R$ 59), de Walter Wangerin, lançado no ano 2000 nos EUA e recém-publicado no Brasil. Wangerin, que já havia lançado O Livro de Deus, utiliza os próprios personagens bíblicos contemporâneos de Paulo para narrar sua história, criando um livro de múltipla narração e dando ao livro um clima cinematográfico de documentário. Afastando-se um pouco de sua inspiração fundamentalmente bíblica, o autor ainda intercala os capítulos sobre a história de Paulo com cartas do filósofo Sêneca escritas a sua família e amigos, obtendo assim a contextualização histórica do romance.