Cadê a compra de livros de literatura, ministro?
PublishNews, Leonardo Neto, 04/09/2017
Ana Maria Machado cobra Mendonça Filho a criação de novo programa para compra de livros de literatura

Em evento na Bienal, Ana Maria Machado cobra ministro da Educação retomada das compras de livros de literatura | © Leonardo Neto
Em evento na Bienal, Ana Maria Machado cobra ministro da Educação retomada das compras de livros de literatura | © Leonardo Neto

Na abertura da Bienal do Rio, na última quinta-feira (31), era forte o tititi entre os editores sobre o possível anúncio de um novo programa para compra de livros de literatura por parte do Ministério da Educação (MEC). Isso porque, na manhã do dia seguinte, a Bienal receberia o ministro Mendonça Filho para uma cerimônia na qual se comemorou os 80 anos da política pública dos programas do livro.

O anúncio não aconteceu frustrando a turba. Mas o ministro não saiu do Café Literário, espaço da Bienal onde aconteceu a reunião, sem antes ouvir uma cobrança.

É que Ana Maria Machado era uma das homenageadas da manhã e a Hans Christian Andersen foi enfática em cobrar o ministro. “Ao incentivar livros na escola, precisamos reforçar muito a literatura. Não só os livros didáticos. Eu, muitas vezes, me preocupo que, em um momento de contenção de despesas, a literatura vá perdendo esse espaço que foi conquistado pelo seu próprio mérito. Nós precisamos ter professores que leiam e que possam escolher bem os livros que vão usar em sala de aula. Tivemos exemplos de programas excelentes que foram interrompidos, como o PNBE, um programa muito bem concebido e que ajudou muito a aumentar os índices de leitura no Brasil. Quero enfatizar a importância disso e deixar meus votos para que projetos como este sejam retomados”, cobrou.

Recentemente, o presidente Michel Temer assinou um decreto que praticamente refundou o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), dando a ele, inclusive, um novo nome: Programa Nacional do Livro e do Material Didático. Já no primeiro parágrafo, o decreto de número 9.099 diz que o PNLD passa a ser destinado a comprar obras didáticas, pedagógicas e literárias. Se por um lado a inclusão da compra de obras literárias no escopo do PNLD foi uma boa notícia, por outro, preocupou muitos editores já que não há sinalização de aumento no orçamento para a compra de livros pelo MEC.

Segundo o Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão responsável pelas compras de livros, o governo brasileiro adquire, anualmente, cerca de 150 milhões de exemplares, o que representa um investimento de R$ 1,9 bilhão.

[04/09/2017 09:12:00]