Série de matérias do PublishNews mapeia a indústria editorial em diversos países
PublishNews, Leonardo Neto, 08/03/2017
França é o primeiro país retratado na série #PubMagNet, que reúne informações cedidas por parceiros na Alemanha, China, Dinamarca, EUA, Espanha, Holanda, Itália, Japão, Reino Unido e Suécia

Há dez anos, um grupo de jornalistas e observadores do mercado editorial mundial se reúne duas vezes por ano: em fevereiro, em geral em alguma cidade da Europa, e em outubro, durante a Feira do Livro de Frankfurt. O grupo, do qual o PublishNews faz parte, foi apelidado de PubMagNet e tem como objetivo o intercâmbio de informações, dados e notícias vindos de diversas partes do mundo. Participam também do PubMagNet representantes dos seguintes países: Alemanha (buchreport), China (bookdao), Dinamarca (BogMarkedet), EUA (Publishers Weekly), Espanha (Dosdoce), França (Livres Hebdo), Holanda (Boekblad), Itália (Informazioni editoriali), Japão (BunkaNews) Reino Unido (The Bookseller) e Suécia (Svensk Bokhandel). Da última edição do encontro de fevereiro, que aconteceu em Paris, com a participação de Carlo Carrenho, fundador e CEO do PublishNews, saiu a proposta de uma troca de dados referentes a 2016 sobre o mercado editorial em cada um dos países. Os dados consolidados resultaram numa série de matérias que começam a ser publicadas hoje pelo PublishNews.

Colegas que integram a PubMagNet, rede de jornalistas, analistas e observadores do mercado editorial em diversos países do globo | © Divulgação
Colegas que integram a PubMagNet, rede de jornalistas, analistas e observadores do mercado editorial em diversos países do globo | © Divulgação

O primeiro país mapeado pela série #PubMagNet será a França, que, além de ser a sede do último encontro da rede, é também o país homenageado da próxima edição da Feira de Frankfurt marcada para acontecer entre os dias 11 e 15 de outubro.

O país produziu cerca de 68 mil novos livros (incluindo lançamentos e relançamentos) em 2016. Isso representa crescimento de 1,5% do total publicado no ano anterior.

As vendas se mantiveram estáveis, com ligeiro crescimento de 0,5% na comparação com 2015. O e-commerce é responsável por 17% das vendas totais, tendo a FNAC e a Amazon como os principais players neste segmento. As vendas em supermercados e hipermercados apresentaram queda, como já vinha acontecendo nos últimos anos. As vendas em livrarias se mantiveram estáveis. Destaca-se ainda um dinâmico mercado de livrarias independentes. Muitas, incluindo algumas lojas grandes, abriram suas portas em 2016.

O mercado de e-books ainda é modesto na França. Representa menos de 3% das vendas. Cresce um pouco a participação de e-books nos mercados de ficção e não ficção, que ficam em torno de 6%.

“Depois de muitos anos ruins e depois de um encorajador crescimento de 1,5% em 2015, o mercado francês se manteve, finalmente, estável em 2016. O que não é ruim, considerando a situação econômica e política que o país e o mundo têm sofrido. Isso graças aos livros didáticos. Tivemos uma grande reforma escolar o que levou a uma completa renovação dos livros. Além disso, houve um crescimento nos livros sobre políticas, graças às eleições presidenciais marcadas para 2017, e também nos livros infantojuvenis”, explicou Fabrice Piault, editor da Livres Hebdo.

Mais vendidos

O livro mais vendido do ano foi Harry Potter e a criança amaldiçoada, que vendeu 851,8 mil cópias em francês e outras 152,2 mil cópias em inglês. “Os top 50 dos relatórios da GfK confirmam o sucesso de uma nova ficção popular na França. Dos 20 mais vendidos, oito títulos (escritos por seis autores) são escritos por representantes desta geração: Guillaume Musso, Marc Levy, Michel Bussi, Laurent Gounelle, Raphaelle Giordano, Olivier Bourdeaut”, destaca Fabrice. A lista inclui ainda grandes best-sellers internacionais como Paula Hawkins, Elena Ferrante e Harlen Coben.

Fabrice aponta ainda que em 2016 não houve um sucesso de vendas que se comparava com Asterix, que vendeu 1,6 milhão de cópias em 2015. Os Top50 de 2016 perfizeram 174,6 milhões de euros. Valor 17,3% menor do que o apurado em 2015. Queda também no número de unidades vendidas. Foram vendidos 12,7 milhões de exemplares dos 50 títulos mais vendidos em 2016, uma queda de 18,1% na comparação com o ano anterior.

[08/03/2017 09:33:00]