Em 2012, quando a Anel (Associação Nacional dos Editores de Livros) entrava com ação no STF contra os artigos do Código Civil que protegem os biografados, a Cosac Naify colocou nas prateleiras das livrarias brasileiras o livro João Gilberto, de Walter Garcia. Os jornais da época, contaram que João Gilberto não gostou do livro. Não tardou muito, o biografado – conhecido pelas suas idiossincrasias – notificou judicialmente a editora, solicitando o recolhimento do livro das livrarias, como fizera seu colega Roberto Carlos entre 2006 e 2007. Em novembro passado, o STF rejeitou a reclamação do compositor, que apelou. Na última quarta-feira (27), o Tribunal de Justiça de São Paulo deu ganho de causa à Cosac Naify. A decisão confirmou o veredito da 9ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que indeferiu, em junho de 2013, o pedido de busca e apreensão do livro sob o argumento de que se tratava de censura. O volume de mais de 500 páginas que repassa a carreira do músico segue nas lojas. "A decisão consagra o princípio democrático do direito de acesso à informação e pode abrir o caminho para que novas publicações venham à tona”, afirma Bernardo Ajzenberg, diretor executivo da Cosac Naify.