A silenciosa explosão dos audiolivros
PublishNews, Iona Teixeira Stevens, 20/08/2013
Segmento estoura nos Estados Unidos

O audiolivro já foi considerado, assim como o e-book é hoje, o formato que seria responsável pelo fim do livro impresso – inclusive antes mesmo de existir, já havia quem previa que o desenvolvimento da indústria fonográfica seria o fim da revolução de Gutenberg. Não somente não aconteceu, como o audiolivro caiu um pouco em desuso. Até recentemente. O jornal Wall Street Journal apontou este mês a nova explosão do segmento nos Estados Unidos, que caiu no gosto das massas.

Na matéria, Alexandra Alter conta que a receita dos audiolivros explodiu nos últimos anos e chega hoje a US$1,2 bilhões nos EUA – entre 2010 e 2011 o crescimento foi de 30% de downloads unitários. As novas tecnologias (mais especificamente os smartphones) são unanimemente apontadas como causa desse crescimento vertiginoso.

“Editoras investem milhões em produções com dúzias de narradores”, diz Alter, “e alguns produtores, inspirados no modelo do Netflix, estão experimentando trabalhar com conteúdo exclusivo para audiolivros”.

Uma veterana dos audiolivros é a Penguin, que comemora essa semana 20 anos de publicações em áudio, e colocou em seu site um panorama com os destaques da produção, desde o primeiro, Madame Bovary, em fita cassete. A Amazon também é destaque nesse segmento, para variar. Segundo o WSJ, a Audible, que pertence à varejista, já colocou 26 mil e-books em formato de áudio, e publica cerca de mil audiolivros por mês – o objetivo é chegar aos 100 mil.

E, com o aumento dos audiolivros, os narradores famosos voltam a ter um papel central. Desde o Madame Bovary de 1997 da Penguin, narrado por Claire Bloom, na época uma atriz famosa, audiolivros narrados por estrelas são os mais populares e muito bem remunerados, com cachês da ordem de centenas de milhares para os mais famosos.

[20/08/2013 00:00:00]