Literatura estrangeira tem o maior peso nas vendas de livrarias
PublishNews, Roberta Campassi, 16/05/2012
Para vice-presidente da ANL, literatura brasileira “parece estar aquecendo”, mas mercado ainda é dominado por livros traduzidos

As cinco áreas que mais geraram vendas para livrarias em 2011, conforme a percepção dos livreiros, foram (nesta ordem): literatura estrangeira, infantojuvenil, livros acadêmicos, autoajuda/esotéricos e livros didáticos. E as que mais cresceram: infantojuvenil, literatura estrangeira, autoajuda, literatura brasileira e livros acadêmicos de ciências humanas. Os rankings fazem parte do Levantamento anual do segmento de livrarias da ANL, divulgado ontem. Os livreiros também apontaram os dez livros mais vendidos no ano passado. Entre eles estão Ágape, Steve Jobs, As esganadas, O guia politicamente incorreto da história do Brasil e os livros da série Diário de um banana.

Os livreiros consultados – 333 lojas, num total de 3.481 livrarias existentes no país – não tiveram que apontar números de vendas no levantamento. “Muitos não têm sistemas ou ferramentas de controle para saber exatamente quanto cada segmento faturou, mas eles sabem quais áreas são mais importantes”, diz Ednilson Xavier, presidente da ANL. Veja aqui o levantamento de 2011 completo, disponibilizado no site da entidade ontem.

A pesquisa revelou que as livrarias cresceram 5,26% no ano passado, abaixo da inflação de 6,5% e bem abaixo do que o crescimento dos últimos anos.

As cinco áreas de maior representatividade no faturamento de 2011

2011

1º Literatura estrangeira*

2º Infantojuvenil

3º Acadêmicos

4º Autoajuda/esotéricos

5ª Didáticos

2010

1º Infantojuvenil

2º Autoajuda/ esotéricos

3º Acadêmicos

4º Literatura geral – Ficção

5º Literatura geral – Não Ficção

*Segundo a ANL, até 2010, o levantamento dividia livros de literatura em ficção e não ficção. Em 2011, o critério mudou para literatura estrangeira e literatura nacional, para que a representatividade da produção brasileira pudesse ser medida.

Xavier, da ANL, destaca que o segmento de didáticos, que aparece em quinto lugar em 2011, é fundamental para sustentar alguns negócios. “Muitas livrarias só sobrevivem ao longo do ano, e é no período de vendas dos didáticos que conseguem fazer seu pé de meia”, afirma.

As áreas incluídas no questionário da ANL foram: literatura brasileira (ficção/ não ficção), literatura estrangeira (ficção/ não ficção), idiomas, infantojuvenil, autoajuda/esotéricos, religião, culinário/gastronomia, viagem/turismo, ciências humanas e sociais, ciências biológicas, ciências exatas, didático e outros.

As cinco áreas que mais cresceram em vendas em 2011

2011

1º Infantojuvenil

2º Lit. geral estrangeira

3º Autoajuda/esotéricos

4º Literatura geral brasileira

5º Acadêmicos: ciências humanas/sociais

2010

1º Infantojuvenil

2º Literatura geral – ficção

3º Literatura geral – não ficção

4º Acadêmicos: ciências humanas/sociais

5º Autoajuda/esotérico

Neste item do levantamento, vale a mesma observação sobre a mudança no critério para a classificação da literatura. “Embora a literatura brasileira pareça estar se aquecendo, esta é uma premissa que podemos assumir: ainda é um mercado que vende muito mais literatura estrangeira do que brasileira”, afirma Guto Kater, vice-presidente da ANL. Segundo ele, a literatura estrangeira é ainda mais dominante nas livrarias que vendem “modismos”. Para Xavier, o fato de literatura brasileira aparecer como a quarta área que mais cresceu em 2011 é um “alento”.

Os dez mais vendidos em 2011

Ágape (Globo Livros)

A cabana (Sextante)

Querido John (Novo Conceito)

Steve Jobs (Companhia das Letras)

Porque os homens amam as mulheres poderosas (Sextante)

Guia politicamente incorreto (Leya)

O pequeno príncipe (Agir)

As esganadas (Companhia das Letras)

Mulheres inteligentes, relações saudáveis (Academia)

Diário de um banana - vários títulos da série (Vergara & Riba)

[16/05/2012 00:00:00]