Poeta ganhou prêmio por melhor livro do ano de ficção e jornalista, pelo melhor de não ficção
O 53° Prêmio Jabuti entregou ontem à noite o prêmio de Livro do Ano de Ficção ao poeta Ferreira Gullar, pela obra Em alguma parte alguma (José Olympio). O título de Livro do Ano de Não Ficção foi dado ao jornalista Laurentino Gomes por 1822 (Nova Fronteira). As duas categorias são as mais importantes da premiação e cada vencedor receberá R$ 30 mil.
O Jabuti, a mais abrangente e uma das mais importantes premiações literárias brasileiras, organizada pela Câmara Brasileira do Livro (CBL), também entregou os prêmios a todos os vencedores das 29 categorias que abarca, que já haviam sido anunciados em outubro. Foram contempladas três obras vencedoras em cada categoria, sendo que apenas o primeiro lugar de cada uma receberá prêmio no valor de R$ 3 mil.
Em alguma parte alguma foi o vencedor da categoria Poesia, enquanto 1822 foi primeiro lugar em Reportagem. Ao receber o prêmio, Gullar agradeceu a “generosidade” do Jabuti e lembrou os 80 anos da editora José Olympio, completados nesta semana. Encerrou o discurso dizendo não saber se poesia é literatura, mas que “fazemos poesia porque a vida não basta”.
Já Laurentino Gomes afirmou que recebeu o prêmio com o senso de uma missão que tem por objetivo promover a educação, a ampliação de conhecimento e a História do Brasil. “Uma sociedade que não entende a si própria provavelmente não conseguirá entender seu futuro”, disse. Para ele, o prêmio confirma o interesse dos brasileiros pela sua história e mostra que, no país, não é só escritor de livros de “autoajuda, esoterismo e literatura barata que faz sucesso”.
Neste ano, os livros do ano do Jabuti, tanto em ficção quanto em não ficção, foram escolhidos a partir da seleção de primeiros colocados nas diversas categorias do prêmio. Anteriormente, eram os três primeiros colocados de cada categoria que concorriam aos títulos. As regras mudaram depois do episódio, em 2010, envolvendo a escolha de Leite Derramado (Companhia das Letras), de Chico Buarque, como Livro do Ano, apesar de ele ter ficado em segundo lugar em Romance. A escolha provocou a contestação da Record, editora de Se eu fechar os olhos agora, de Edney Silvestre, que ficou em primeiro lugar na mesma categoria. A Record chegou a abandonar o prêmio, mas depois voltou atrás.
Ontem, a CBL também se preocupou em soltar um comunicado sobre a desclassificação da obra Alceu Penna e as garotas do Brasil, de Gonçalo Jr, pelo fato de que a obra tinha sido lançada originalmente em 2004. Alguns cartunistas haviam dito que protestariam na Sala São Paulo, local da premiação, o que não ocorreu.
Neste ano, a categoria Capa foi a que mais teve inscritos: 244. Ao todo, o Jabuti teve menos inscrições do que no ano passado: foram 2.618, contra um recorde de 2.867 em 2010. A CBL acredita que a mudança do regulamento, que reduziu o número de finalistas para o Livro do Ano de Ficção e de Não Ficção, tenha desestimulado o aumento no número de concorrentes.
Em tempo: a apresentação do prêmio deste ano foi de Pedro Bial que, diferentemente de quando apresentada o reality show Big Brother Brasil, não citou nenhum trecho de livro para entreter o público. Mas, em compensação, fez a alegria da plateia feminina.
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Ambas já figuraram nas listas da premiação em anos anteriores; Anne concorre com obra que acompanha três gerações de mulheres e Grenville com um relato ficcional da vida de sua avó; vencedora será anunciada em 13/06
Livro escolhido foi 'Emaranhado', publicado pela Principis; premiação realizada pela Cátedra Unesco de Leitura PUC-Rio selecionou outras 51 obras em sua oitava edição
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