TOC Frankfurt debate o presente digital do livro
PublishNews, Maria Fernanda Rodrigues, 11/10/2011
Durante todo o dia, profissionais da indústria do livro avaliarão seus negócios agora que o livro digital já é realidade

O TOC – Tools of Changes, um dos seminários mais esperados (e mais caros) que acontecem paralelamente à Feira do Livro de Frankfurt foi aberto na manhã desta terça-feira, dia 11 de outubro, pelo presidente do Instituto para o Futuro do Livro, Bob Stein. Se você foi ao Congresso do Livro Digital em São Paulo, em julho, não perdeu muito dessa abertura. A apresentação foi basicamente a mesma e tratou do livro social, a nova invenção do criador do primeiro CD-ROM, nos anos 80, e do primeiro e-book, na década de 90. “O livro se tornou um lugar, e o conteúdo não vale nada. Agora, as pessoas vão pagar por contexto e pela possibilidade de compartilhar esse conteúdo”, disse.

Mais interessante foi a apresentação do marqueteiro Mitch Joel, que já chegou dizendo que não tinha bola de cristal e que por isso preferia falar sobre o presente. “Nenhum editor depois de Gutenberg teve a oportunidade que vocês estão tendo de mudar a história”, disse. Mas, como disse, todo mundo ainda usa as técnicas tradicionais para promover, e fazer, livros. “Gostaria que todos considerassem a opção de dar um ctrl+alt+del. Temos que rever a forma como nos comunicamos com o nosso público porque o consumidor de hoje não é o mesmo de 10 anos atrás e não é o mesmo de 24 horas atrás”.

Segundo Joel, aumentou em 74% o número de pessoas acessando o conteúdo de varejistas a partir de seus telefones celulares. Além disso, eles estão mais informados que as próprias pessoas responsáveis pelo marketing das editoras. Comentou também que os leitores se tornaram fragmentados, que o livro digital é apenas um jeito mais simples de consumir porque os leitores não se interessam por tecnologia e só querem simplificar as coisas, e que as editoras devem se concentrar hoje no mundo que ainda está por vir.

Ele disse também que não é papel do leitor ir até o Facebook e curtir a página da editora, mas que são as editoras que devem ficar amigas de seus leitores. Outra coisa que acontece hoje e que foi criticada por Joel é que as editoras não estão presentes nas conversas e enchem o Facebook e o Youtube com informações e vídeos sobre seus livros e autores e não entendem que milhares de pessoas estão procurando constantemente um livro editado por eles. Se estiverem por ali na conversa, respondendo e indicando, já é meio caminho andado para que o assunto que querem promover seja comentado nas redes sociais. “Se você não fizer isso, o escritor e as livrarias vão fazer”.

Por fim, comentou que só terá sucesso quem conseguir promover interação real entre pessoas reais agora também no mundo digital.

O TOC continua durante o período da tarde. Novas informações podem ser conferidas na edição de amanhã do PublishNews.
[11/10/2011 00:00:00]