No início deste ano, a Apple publicou novas regras para vendas nos aplicativos que rodam no seu sistema operacional, o iOS. Os botões de compra que existissem dentro dos aplicativos deveriam ser removidos ou alterados, porque a nova regra estabelece que toda compra feita de um App (iPhone, iPad ou iPod Touch) tem que ser feita por meio do In-App Purchase (IAP) - sistema de pagamento da Apple - que “cobra” uma comissão de 30%.
O barulho maior foi no mercado editorial - tanto de livros quanto jornais e revistas - uma vez que as vendas de livros e assinaturas são feitas com margem pequena de lucro e deixar 30% na carteira de Mr. Jobs pode inviabilizar o negócio. Kobo, Nook e Kindle já removeram os botões de compra, mas ontem, dia 10 de agosto, a Amazon lançou o Kindle Cloud Reader, que já começa a driblar a nova regra da empresa da maçã.
Em comunicado da empresa, Dorothy Nicholls, diretor da Amazon Kindle, comentou: "Para facilitar o trabalho de encontrar novos livros, adicionamos uma loja diretamente no Cloud Reader, que permite ao usuário acessar com apenas um clique um grande número de livros." A novidade inclui ainda uma nova Kindle Store otimizada para iPad, desenvolvida para aproveitar a interface de toque do tablet e permitir a compra imediata e direta no site.
A Amazon desenvolveu um Web App (como ela mesma o define), que a grosso modo dá pra dizer que é um aplicativo que funciona “na” web, e mantém a biblioteca do seu cliente na nuvem. Se o cliente já está lendo “na” internet, ele já faz a compra lá também. O botão da Kindle Store dentro do Amazon Kindle Cloud Reader funciona como que direcionando o leitor a uma outra “página” do site, onde ele acessa a lista completa de e-books disponíveis e pode fazer sua compra. Depois de comprado, o e-book vai para a biblioteca na nuvem, onde pode então ser acessado do novo aplicativo ou também pelos antigos Apps de aparelhos móveis, PCs e Macs – com os quais se mantém sincronizado. Assim, na prática, a Amazon não tem um botão de compra dentro de um App nos aparelhinhos da Apple (o botão de compra está na web), portanto não está quebrando a regra estabelecida no início deste ano e colocada em prática em meados de julho.
A Amazon promete para breve o Kindle Cloud Reader também rodando no Internet Explorer, Firefox, browser do BlackBerry PlayBook e outros.