Há quem diga que o livro digital só se tornará realidade no Brasil quando os e-readers se popularizarem. A Callis não quis esperar e apresenta, no dia 7 de dezembro, a Biblioteca Callis de Livros Encantados, com 40 títulos infantis de autores brasileiros que foram totalmente reformulados. As histórias são todas narradas e uma trilha sonora criada por Kalau ajuda a dar movimento às páginas animadas.
Essa coleção não foi idealizada para ser vendida em livrarias ou para ser lida em tablets e coisas do gênero (embora também possa). A editora vai oferecê-la às escolas, que pagarão uma assinatura para ter acesso aos livros. Como eles são destinados ao uso em sala de aula, cada título virá com um plano de atividade. E se aparecer uma palavra mais difícil no meio do texto, é só clicar no link e ir para o significado. Por isso, o que a escola precisa ter basicamente é um computador com acesso à internet. E vale até a discada! Os livros também poderão ser usados em lousa digital.
Com esta iniciativa, a editora, em parceria com a Retoque, pretende levar livros para lugares mais distantes – seja o interior da Paraíba ou uma das mais de 70 escolas brasileiras no Japão. Miriam Gabai, diretora da Callis, lembra que cerca de 300 mil brasileiros moram fora do país e as crianças costumam ter acesso apenas aos livros didáticos.
Outra ideia da editora é aproximar os professores da tecnologia. “O que queremos é ajudar na iniciação tecnológica dos professores. Estamos fazendo uma coisa muito simples, que não tem segredo, e que vai aproximar as pessoas da tecnologia”, disse. Ela comentou que neste momento não estão preocupados com os leitores digitais, um mercado que ainda está se desenhando. Ela destacou também o baixo custo da assinatura, o que permitirá um maior acesso aos livros.
A parte mais difícil foi assinar os contratos de direitos autorais com os escritores, mas a diretora conseguiu mostrar a possibilidade de uma receita estável por meio das obras digitais, em vez da sazonalidade das vendas tradicionais do meio impresso. “Tivemos dois tipos de autores: o que perguntava ‘onde assino’ e o que queria ler cada letra do contrato”, comentou. Esses últimos ajudaram a aperfeiçoar o texto e no fim a Callis não teve nenhuma recusa.
O lançamento acontece durante o seminário que a Callis está organizando com o Instituto Canal do Livro, o “Letramento Digital na Escola 3.0”, que vai reunir diretores, professores e demais interessados em educação no dia 7 de dezembro, a partir das 8h, no Centro Brasileiro Britânico em São Paulo (Rua Ferreira Araújo, 741 – Pinheiros – São Paulo/SP). As inscrições, pagas, podem ser feitas no site da Callis.
Estão programadas três palestras: “As tendências do uso da tecnologia educacional via web”, com César Nunes; “Os professores e o desafio da leitura: O que fazer para que nossos alunos leiam mais e melhor”, com Débora Vaz; e “Letramento digital na sala de aula: um mundo a explorar”, com Luiz Chinam. Depois, os participantes vão conhecer a Biblioteca Callis de Livros Encantados e ouvir sobre os livros digitais como objeto educacional em duas oficinas. Para a programação, clique aqui.
