Uma jovem psicanalista no limite da esquizofrenia, confundindo seus pacientes com personagens, tentando delimitar as fronteiras de seu próprio ser e arrastando-se por um cotidiano frágil no qual cada suspiro é um sufoco. Essa é Isabela, a protagonista de Gonzos e parafusos (LeYa, 172 pp., R$ 34,90), primeiro romance da carioca Paula Perisot.

A autora promete um lançamento excêntrico: na quinta-feira (11), às 10h, Paula entrará num quarto de 3X4 m construído no meio da Livraria da Vila (Rua Fradique Coutinho, 915 – Pinheiros. São Paulo/SP – Tel.: 11-3814-5811) para sentir na pele uma das passagens de sua personagem. De lá, Paula sairá uma semana depois.

Nesse tempo, vestida como a baronesa Elisabeth Bachofen-Echt, do quadro do Klimt, só poderá escrever, desenhar e falar...sozinha. A sessão de autógrafos será no dia 18 de março, às 18h30, na própria Livraria da Vila.

Inspirada no trabalho de artista alemão Joseph Beuys, Paula Parisot decidiu que iria recriar, em três dimensões, uma parte de seu romance e fazer, assim, um contraponto entre a permanência do livro e o respeito que ele inspira, e a arte performática, efêmera, fugaz.

O espaço criado pela cenógrafa Lolla Tolentino, do Grupo Tapa, reproduz a clínica de repouso descrita em Gonzos e Parafusos. É lá que a personagem se interna, por um curto período de tempo, para sair reformulada. Trata-se de espaço de uma sobriedade espartana, com apenas uma cama de solteiro, uma mesa, uma cadeira e um espelho.

Na noite de autógrafos saberemos como foi a experiência de viver a vida que ela mesma inventou.

Sobre a autora

Paula Parisot nasceu no Rio de Janeiro. É bacharel em desenho industrial pela PUC-RJ e foi bolsista da New School University, em Nova York, onde fez mestrado em belas artes. Trabalhou como ilustradora para várias revistas e atualmente mora em São Paulo. Seu primeiro livro de contos, A dama da solidão, foi publicado em 2007 pela Companhia das Letras.