Como estrelas no céu, os pixels podem parecer pontos minúsculos e individuais. Mas, quando vistos à distância, podem criar imagens elaboradas. Cada pixel contribui para essa matriz, mas nenhum ponto individual pode criar o todo. As trinta histórias que compõem Pixel (DBA, 176 pp, R$ 64,90 – Trad.: Zsuzsanna Spiry), de Krisztina Tóth, também produzem uma rede interconectada. Através dessa abordagem única, a autora nos convida a examinar cada detalhe minuciosamente, reconhecendo a beleza e a complexidade que reside em momentos aparentemente insignificantes. Dividido em narrativas breves, o livro funciona como um mosaico de ressonâncias múltiplas e tira sua força incomum de recortes arbitrários da vida. Circunstâncias que parecem não estar relacionadas podem convergir em harmonia ou em desgosto, assim como os eventos da vida que parecem mais importantes podem não produzir o resultado desejado. Esses fios muitas vezes determinam o curso de vidas de maneiras imprevisíveis – às vezes cômicas, às vezes trágicas, mas raramente da forma que originalmente prevíamos. O amor, as crises europeias – imigração, fanatismo, xenofobia – e a falência do indivíduo são alguns dos temas da obra.