A 13ª Publishers Conference da Feira Internacional do Livro de Sharjah iniciou os trabalhos na manhã deste domingo (29), dessa vez, em um formato diferente com mesas-redondas ao invés de painéis.
Em seu discurso de abertura, Bodour Al Qasimi disse que a indústria do livro deve lutar para recuperar o papel vital que desempenhou durante séculos. “Na nossa busca pelo progresso, é essencial que continuemos comprometidos com a nossa crença fundamental no poder da palavra escrita e no papel que ela desempenha em nos unir ou nos dividir. Para continuar a cumprir a nossa promessa, a indústria editorial tem de se adaptar às rápidas mudanças do nosso tempo. Estamos numa intersecção única entre tradição e inovação e devemos navegar neste cenário emocionante de constante disrupção”, observou ela.
País Convidado de Honra da 42ª Feira do Livro de Sharjah, a Coreia do Sul deu um panorama sobre o seu mercado editorial. “O mercado coreano permanece resiliente aos recentes desafios globais através da sustentabilidade e das nossas tecnologias avançadas, criando um impacto positivo significativo na nossa indústria. Vimos isso através do extenso aumento de livros digitais, bem como da aplicação de inteligência artificial. Continuamos empenhados em colmatar as lacunas entre editores e o setor editorial, preservando informações e inovando em novos sistemas para avançar ainda mais a indústria”, disse Yoon Chul Ho, presidente da Associação de Editores Coreanos.
A inteligência artificial também fez parte da conversa entre Núria Cabutí Brull, CEO da Penguin Random House Grupo Editorial e Porter Anderson, editor-chefe de Publishing Perspectives. “É bastante óbvio que a inteligência artificial tem um impacto significativo no mercado editorial. Contudo, ainda é muito cedo para compreender a natureza deste impacto. O que é crucial neste contexto é que esta tecnologia oferece muitas oportunidades em diversas frentes, especialmente com tradução, criatividade, bem como edição e desempenhará um papel importante na capacitação e melhoria do processo de publicação. Dito isto, a criatividade humana ainda é a coisa mais importante e não será substituída por máquinas”, destacou Brull.
Mesas-redondas
Ao invés dos painéis que estamos acostumados a acompanhar em eventos do mercado, a Publishers Conference de Sharjah adotou um modelo diferente com mesas-redondas.
O que está vendendo bem na China, Hong Kong, Taiwan e EUA e como acessar esses mercados; como comprar e vender para o mercado árabe; atualizações sobre os mercados africano e japonês; a evolução do mercado de audiolivros para crianças; graphic novels; como apresentar ficção adulta e livros infantis aos editores para tradução; o caminho das pedras para o audiovisual; direitos autorais; como se preparar para novos modelos de negócios; como abordar e se aproximar da imprensa especializada; como acessar a Amazon e outros marketplaces; como os editores estão lidando com a inteligência artificial; e o papel da mulher na indústria do livro foram alguns dos temas presentes nas diferentes mesas.
De hora em hora, os editores tiveram a oportunidade de circular pelas mesas e ouvir as mini-palestras – que levaram a conversas informais e oportunidades de negócio – com profissionais como Porter Anderson (Publishing Perspectives), Nathan Hull (Beat Technology), Arpida Das (Yoda Press), Michael Baskar (Canelo Publishing), Pablo de La Veja (Base Press), Carla Herbertson (Small Wardour), entre outros.
“Foi uma dinâmica diferente e importante porque já conseguimos fazer vários contatos logo de cara, no primeiro dia. Os líderes das mesas tiveram assuntos muito interessantes e sempre no final os participantes trocaram cartões, o que acabou trazendo mais efervescência e conversas depois das mesas”, comentou Juliana Farias, agente literária.
"A dinâmica foi bem interessante e com assuntos diversos. Criar essas pequenas ‘salas’ em forma de mesas rápidas possibilitaram acessar muito mais informações e conteúdos de interesse individual", avaliou Rayanna Pereira, coordenadora de Relações Internacionais da CBL.
