Flip e CPF Sesc promovem o Ciclo sobre Pagu, autora homenageada na Flip 2023
PublishNews, Redação, 25/10/2023
Até 28 de outubro, especialistas debatem a importância da obra de Patrícia Rehder Galvão, a Pagu, autora homenageada da 21ª edição da festa Literária

Pagu © Divulgação Flip
Pagu © Divulgação Flip
Entre os dias 24 e 28 de outubro, a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF/Sesc) promovem uma série de debates que tem como foco a discussão da obra de Patrícia Rehder Galvão, a Pagu. Considerando a vasta produção de Pagu e suas múltiplas facetas, o ciclo promoverá uma série de encontros ao longo de cinco painéis, nos quais especialistas irão refletir sobre aspectos específicos da importância da obra da autora para a literatura brasileira. Nos dias 25, 26 e 27 outubro, os debates vão das 19h30 às 21h30, e no dia 28, no sábado de encerramento, o painel será das 15h às 18h.

O evento é gratuito e acontecerá em formato híbrido, na sede do CPF Sesc, em São Paulo (é necessária a inscrição prévia, através do site do CPF/Sesc), com transmissão virtual pelos canais de Youtube da Flip e do Sesc, ficando disponível posteriormente.

Lúcia Maria Teixeira, Marcelo Ariel e Rudá K. Andrade abriram o primeiro dos cinco encontros. No segundo, “Pagu e a escrita de mulheres”, Mirian Santos reúne-se com Adriana Armony, Constância Lima Duarte e Maria José Silveira em uma conversa sobre o legado de Pagu para as gerações de autoras que a sucederam.

Cida Pedrosa, Nádia Gotlib e Telma Scherer estão na mesa do terceiro encontro, “Poéticas de Pagu”, com mediação de Natália Agra. Em “Arte, Jornalismo e Prisão: A vida intensa de Pagu”, o quarto encontro, Gênese Andrade, Lia Zatz e Preta Ferreira, mediadas por Flip Fernanda Bastos, conversam sobre as muitas facetas de Patrícia Galvão.

Para finalizar, o quinto e último encontro começa com leitura dramática realizada pela atriz Martha Nowill. Em seguida, Noemi Jaffe reúne-se com Christiane Tricerri, Gilka Verana e Lilian de Lima para “Pagu e o teatro”.

AS CURADORAS

“Quantas escritoras se manifestaram em Pagu? Quantos universos a autora criou e expandiu por meio de suas produções? Muitas são as paisagens de dentro e de fora que ela nos mostra com suas múltiplas linguagens, todas trazendo em comum uma contestação incansável diante do mundo rígido”, explica Fernanda Bastos.

“Com seus modos de dizer e desenhar mundos, Pagu desenvolve uma paisagem em que são retratadas diversas mulheres brasileiras: operárias, mães, boêmias, artistas, as que aspiram à liberdade. É transformador olhar o presente por meio das lentes de Pagu”, complementa Milena Britto.

Patrícia Rehder Galvão, a homenageada

Cartunista, jornalista, dramaturga, poeta, tradutora, crítica literária e multiartista, Patrícia Rehder Galvão atuou ativamente nos movimentos feminista, vanguardista e antifascista. O ativismo da autora e a dedicação à causa proletária, junto ao PCB, rendeu diversas passagens pela prisão, um trauma que deixou cicatrizes em seu estado psíquico. Pagu publicou os romances Parque Industrial (edição da autora), em 1933, sob o pseudônimo Mara Lobo, considerado o primeiro romance proletário brasileiro, e A Famosa Revista (Americ-Edit), de 1945, em colaboração com Geraldo Ferraz.

Parque Industrial foi publicado nos Estados Unidos em tradução de Kenneth David Jackson, em 1994, pela University of Nebraska Press, e na França, em tradução e edição crítica de Antoine Chareyre, em 2015. Escreveu também contos policiais, sob o pseudônimo King Shelter, publicados originalmente na revista pulp Detective, publicada pelo Diários Associados. Alguns desses textos foram dirigidos pelo dramaturgo Nelson Rodrigues, e depois reunidos em Safra Macabra (Livraria José Olympio Editora, 1998). Para o teatro, traduziu grandes autores até então inéditos no Brasil, como James Joyce, Eugène Ionesco, Fernando Arrabal e Octavio Paz. Profundamente engajada com as questões sociais e anticonvencional por excelência, a obra de Galvão foi, ao longo do tempo, abraçada por mulheres, feministas, concretistas, marxistas, além das mais variadas correntes artísticas e sociais, que enxergam na figura de Pagu um emblema da força feminista e vanguardista.

Programação:

  • 24/10 - 19h30 às 21h30 - Mesa 1: As Pagus de cada um

Convidados: Lúcia Maria Teixeira, Marcelo Ariel e Rudá K. Andrade
Mediação: Fernanda Bastos

  • 25/10 - 19h30 às 21h30 - Mesa 2: Pagu e a escrita de mulheres

Convidados: Adriana Armony, Constância Lima Duarte e Maria José Silveira
Mediação: Mirian Santos

  • 26/10 - 19h30 às 21h30 - Mesa 3: Poéticas de Pagu

Convidados: Cida Pedrosa, Nádia Gotlib e Telma Scherer.
Mediação: Natália Agra

  • 27/10 - 19h30 às 21h30 - Mesa 4: Arte, Jornalismo e Prisão: A vida intensa de Pagu

Convidados: Gênese Andrade, Lia Zatz e Preta Ferreira
Mediação: Fernanda Bastos

  • 28/10 - 15h às 18h - Mesa 5: Pagu e o teatro + Leitura dramática: Martha Nowill

Convidadas: Christiane Tricerri, Gilka Verana e Lilian de Lima
Mediação: Noemi Jaffe

[25/10/2023 09:30:00]