Romance que tem o país como narrador
PublishNews, Redação, 20/10/2023
Celebrado por obras que abordam as relações humanas, autor de 'O arroz de Palma' apresenta uma história incomum sobre duas pessoas comuns pela voz de um Brasil desperto e solidário

Quando se encontram pela primeira vez, a adolescente Inaiê e o menino Caíque seguem a voz desse Brasil, um narrador incrivelmente sábio, amoroso e consciente da própria história. Inaiê mistura em seu sangue três raças, tem uma voz inconfundível e canta na rua em troca de dinheiro; Caíque perambula sem destino, à espera de uma oportunidade qualquer ― um bico, uma comida, um trocado, um carinho ―, mas é guiado por um Algo Maior que lhe dá carisma e estrela, que nem as enchentes, a falta dos pais e da escola podem apagar. Os dois se cruzam num largo movimentado no centro de uma cidade grande. Por todo lado, pessoas passando sem se olharem. Mas eles estão predestinados a uma conexão muito maior do que pode parecer à primeira vista. Às voltas com o passado para resolver questões familiares, Inaiê e Caíque serão aqueles capazes de enxergar o fio condutor que nos une a todos. Tudo parece tão conectado, que logo a razão nos diz que os tempos de hoje estão mais para a distopia do que para a utopia. Mas será mesmo? Ou será que apenas não conseguimos ver? Francisco Azevedo retoma em O fio condutor (LeYa, 416 pp, R$ 70) os elementos que conquistaram público e crítica em suas obras anteriores: uma prosa carinhosa e lírica que traduz a complexidade dos conflitos humanos em emoções e imagens vívidas. E vai mais além: nos mostra um Brasil eloquente, desperto, inventivo, solidário e inclusivo, condizente com a diversidade de seu povo e a abundância de sua natureza.

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[20/10/2023 07:00:00]