Diógenes Moura realiza sessão de autógrafos de livro no A Dama e os Vagabundos Bar
PublishNews, Redação, 03/10/2023
Lançamento do novo livro de crônicas de Diógenes Moura ocorre nesta quinta (5), às 18h30

Capa do livro 'O pinguelo rígido'
Capa do livro 'O pinguelo rígido'
Escrito entre 2015 e 2023, O pinguelo rígido – um surto baiano (Exu de dentro) constrói uma polaroide urbana com textos precisos, a partir de cenas que o autor presenciou nas ruas de Salvador, cidade que conhece desde o dia 2 de julho de 1971, quando, vindo do Recife, chegou com sua família para viver no bairro da Liberdade. O lançamento do novo livro de crônicas de Diógenes Moura ocorre em São Paulo, dia 5 de outubro, às 18h30, no A Dama e os Vagabundos Bar (Casa anexa, Rua Camerino, 94 – São Paulo / SP).

Com uma narrativa repleta de personagens reais, ao lado da ficção poética e limítrofe sempre presente na obra do autor, O pinguelo rígido – um surto baiano também diz sobre a violência embutida nas ruas da cidade; as cenas absortas dentro dos hotéis; o aluguel dos pa­lácios tombados pelo patrimônio histórico para “eventos” feito pelos carnegões da casa grande; a cadeira elétrica infra-humana que carrega os animais para o abate na feira de São Joaquim; os últimos dias de Kelly Cyclone, a Dama do Pó; a exploração do homem do ferro que tra­balha dentro de um dos arcos da Ladeira da Conceição da Praia.

No livro, entre violência e paixão, o escritor fala sobre o seu incômodo com os turistas e/ou agregados que, vindos em grande parte do Sudeste do país, chegam à cidade para, em menos de uma semana, se tornarem filhas ou filhos de santo, entre outros detalhes de intimidade perversa e sintomática.

Com sua dicção peculiar, sua geografia humana muito particular e uma escrita concisa e abundante em acontecimentos, O pinguelo rígido – um surto baiano faz um retrato veloz, realista e tragicômico de uma cidade devastada pela alegria, sempre de braços abertos para ser explorada física e mentalmente, sobretudo nas fatídicas tem­poradas de verão. Na apresentação do livro, o editor Igor de Albuquerque, escreve:

“Sob o sol negro brilhando visgo, soa nas ruas uma voz que cavalga no lombo das bestas pingueludas da destruição. Voz escrita – alcaloide – a única que até agora foi capaz de, enfim, pôr em prática o processo de zumbificação definitivo do turista, do cheirador de axé. Vocês irão entender muito bem quando, nas ruas claras do Santo Antô­nio Além do Carmo, cruzarem com aquele sorriso-wanna-be-influen­cer: sinta logo a morrinha do morto-vivo antes dele sair rastejando cidade abaixo. Diz a voz. E quando perguntarem o que havia de bom, de belo, de justo, lem­bremos sempre que, antes da queda, da boca-de-se-fudê, da imo­lação, antes de morrerem, de morrermos, essa gente esteve viva. Desmedidamente viva”.

[03/10/2023 09:30:00]