Saraiva fecha primeiro trimestre de 2023 com diminuição da sua dívida
PublishNews, Talita Facchini, 31/05/2023
Resultado se deve à amortização da dívida com o Banco do Brasil e que envolveu a loja do Shopping Ibirapuera

A Saraiva divulgou este mês os resultados do seu primeiro trimestre de 2023. Em recuperação judicial desde 2018, a rede de livrarias anunciou o fechamento de seis lojas em abril e termina o primeiro trimestre do ano com 31 lojas físicas.

A receita líquida da varejista alcançou R$ 16,9 milhões, o que significa uma redução de 4,8% se comparado com o primeiro trimestre de 2022. A queda é explicada pela redução do número de lojas, que passou de 36 para 31.

Porém, a receita líquida das lojas físicas nesse 1T23 atingiu R$ 16,6 milhões, um aumento de 0,1% quando comparada ao mesmo período do ano anterior. E o Same Store Sales, ou seja, as vendas das mesmas lojas comparadas entre o 1T23 e 1T22 teve aumento de 12%.

No e-commerce a história é outra. A venda líquida no site da rede foi de R$ 0,3 milhões, registrando uma queda de 76,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. “A baixa performance de venda do site se deve a problemas estruturais na solução, motivo pelo qual foi totalmente reformulado em outubro de 2022 e se encontra em processo de recuperação”, justifica a rede.

No documento de divulgação dos resultados, a Saraiva disse enfrentar um “cenário desafiador” no seu plano de manter as operações e o pagamento da sua dívida por conta de uma combinação de fatores no cenário macroeconômico de alta de preços, como reflexo da pressão inflacionária e da taxa de juros elevada; de famílias brasileiras endividadas e com poder de compra reduzido; e escassez de crédito.

O lucro/prejuízo líquido ajustado da Companhia, antes do resultado líquido de operações descontinuadas, foi de R$ 17,8 milhões negativos no 1T23, indicando melhora de 11,7% em relação ao 1T22.

A dívida líquida da rede passou de R$ 156 milhões no primeiro trimestre de 2022 para R$ 22,4 milhões este ano. A redução se deve à amortização da dívida com o Banco do Brasil, cedida para a empresa Travessia e que acabou assumindo a loja do Shopping Ibirapuera.

Sobre o relatório, a Saraiva informa que a revisão das demonstrações contábeis realizada pela auditoria externa “não identificou deficiências significativas de controles internos” e que a Administração “acredita na recuperação e na Nova Saraiva que está em construção e está empenhada em identificar formas de garantir a manutenção da atividade operacional, o cumprimento do Plano de Recuperação Judicial e a consequente continuidade operacional e sustentabilidade do negócio”.

Pedido de decretação de falência

Em abril, a empresa de tecnologia Websoul pediu a falência da Saraiva na 1ª Vara de Falências e Recuperação Judicial, em São Paulo. A empresa cobra dívida de R$ 241,4 mil e acredita que a rede não tem como parcelar a dívida.

A Saraiva, por outro lado, informou estar ciente do pedido, apresentado fora do processo de RJ e portanto, sem relação com o seu Plano de Recuperação que, segundo ela, “vem sendo devidamente cumprido nos termos do 2º aditamento ao PRJ”.

[31/05/2023 11:00:00]