De acordo com a assessoria do vereador Eliseu Gabriel (PSB), tudo começou em 2005, à sombra dos eucaliptos da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Padre Antônio Vieira, zona Leste. Lá, naquele 30 de maio, a então professora de Língua Portuguesa, Maria Sueli Fonseca Gonçalves, conhecida por todos como Suelizinha, instituiu a primeira Academia, que leva o mesmo nome da escola, com apenas uma dezena de alunos. “Utilizar a literatura como fator de humanização e de resgate de valores foi a estratégia que abracei para dar início ao projeto”, explica ela, que estará presente à cerimônia.
Com o passar dos anos, o projeto cresceu para além das escolas da Zona Leste, tornou-se conhecido dentro da Secretaria Municipal de Educação (SME), alçou voos, ganhou prêmios, inclusive fora do país, e passou a fazer parte da Rede Municipal de Ensino, por meio de portaria.
Por iniciativa do vereador, a Academia Estudantil de Letras, desde setembro de 2020, passou a ser lei (17.459/2020) na cidade de São Paulo. Hoje, são 192 AELs com patronos definidos, instituída nas 13 Diretorias Regionais de Educação (DREs).
Os encontros da AEL buscam privilegiar os aspectos lúdicos presentes na leitura e trazer outras formas de expressão para os gêneros literários trabalhados, permitindo que os estudantes expressem a literatura de forma adaptada pelas artes visuais, dança, música e artes cênicas. A Academia valoriza a convivência, o acolhimento igualitário, a continuidade dos estudos, a promoção do acesso à cultura, o interesse pela leitura, a inclusão social e o desenvolvimento da competência leitora e escritora de crianças, jovens e adultos.
Segundo Samir Mustapha, atual coordenador da AEL dentro da SME, “é emocionante ver um projeto que começou em uma escola, uma experiência tão sensível e rica, ser expandido de forma tão bonita na rede municipal”.
Sobre a AEL
A Academia Estudantil de Letras é uma autêntica Academia de Letras com as devidas adaptações para o público estudantil. É desenvolvida nas unidades escolares da Rede Municipal de Ensino de São Paulo que se interessam em implantá-la, abrangendo as Escolas Municipais de Ensino Fundamental – EMEFs, Escolas Municipais de Ensino Fundamental e Médio – EMEFMs, Escolas Municipais de Educação Bilíngue para Surdos – EMEBSs e Centros Integrados de Educação de Jovens e Adultos – CIEJAs.
Dentro da dinâmica da AEL, são os próprios acadêmicos que escolhem, por meio de pesquisas e afinidades literárias, um escritor para representar na Academia, para dar nome a ela. São representantes autores como Mauricio de Sousa, Pedro Bandeira, Monteiro Lobato, Paulo Leminski, Vinícius de Moraes, Ferreira Gullar, Adélia Prado, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Fernando Pessoa, Pedro Bandeira, Carolina Maria de Jesus, Dias Gomes, Marina Colasanti e tantos outros.
Além dos encontros no projeto, os alunos participam também de eventos culturais, solenidades de fundação de novas Academias, festas anuais de posse e mostras de criação artística. E o principal, eles são os autores do livro “Descobrir-se Autor”, que já está em sua sétima edição e é editado como parte da Semana Municipal de Incentivo ao Estudo e à Leitura.
A forma de participação foi organizada em três ciclos: Alfabetização, Interdisciplinar e Autoral. Com o tempo, os mais experientes vão assumindo, de forma processual, a titularidade das cadeiras pretendidas. Outros, mais novos, dos anos precedentes, também são estimulados, nas mediações literárias, a assumir a vacância da titularidade das cadeiras literárias, quando esta ocorrer.
Solenidade em comemoração aos 18 anos da Academia Estudantil de Letras
Dia: 30/05
Horário: das 14 às 18h
Local: Câmara Municipal de São Paulo (Viaduto Jacareí, 100 – Auditório Prestes Maia Plenarinho - Bela Vista / SP)
