Por que a ciência econômica precisa do feminismo e vice-versa
PublishNews, Redação, 08/03/2023
Livro de Hélène Périvier apresenta um panorama da presença das mulheres no campo do pensamento econômico e como a economia feminista se impõe renovando os temas e as abordagens da disciplina

A ciência econômica tem sido pensada por homens para servir a uma sociedade dirigida por homens. Ela é, também, a ciência social com menor presença de mulheres. No entanto, ao longo da história, muitas delas fizeram importantes contribuições para a construção da área, vencendo um permanente processo de desqualificação, como revela Hélène Périvier, que apresenta em A economia feminista (Bazar do Tempo, 184 pp, R$ 68 – Trad.: Maria Alice Doria e Milena P. Duchiade) um inédito panorama da presença das mulheres no campo do pensamento econômico. Desde as pioneiras Jane Marcet (1769-1858) e Harriet Martineau (1802-1876), também Flora Tristan (1803-1844), Harriet Taylor (1807-1858), chegando ao século XX com Margaret Reid (1896-1991) e Joan Robinson (1903-1983), e ainda Elinor Ostrom (1933-2012) e Esther Duflo (1972-), vencedoras, respectivamente, do prêmio Nobel em Economia em 2009 e 2019. Nesta abordagem, não ficam de fora os pensadores da economia que tiveram posições a favor das mulheres, como John Stuart Mill e John Maynard Keynes, este último parceiro de Virginia Woolf no grupo Bloomsbury. Em uma análise amparada por exemplos e dados, a autora refuta a aparente neutralidade dos conceitos e análises da economia, evidenciando como seus conceitos têm sido o motor de uma organização social baseada no modelo patriarcal.

[08/03/2023 07:00:00]