Nos EUA, mulheres são maioria no mercado editorial, porém homens ganham mais, aponta pesquisa
PublishNews, Talita Facchini, 20/12/2022
Estudo da Publishers Weekly aborda ainda a diversidade de gêneros, títulos e mudanças salariais no mercado norte-americano

Depois de um hiato de três anos, por conta da pandemia, o Publishers Weekly retomou sua tradicional pesquisa anual sobre salários e empregos no mercado editorial norte-americano. O estudo reúne dados de 2021 e analisa, dentre outros temas, como a pandemia afetou certas práticas do mercado.

Mesmo com um número relativamente baixo de respostas – foram 577 no total, sendo 60% de editoras comerciais – ainda assim a pesquisa traz dados interessantes e que merecem ser analisados.

Nos EUA, funcionários brancos representam 83% os entrevistados – queda de um ponto percentual em relação a 2019. Ainda assim, 59% dos entrevistados disseram que suas empresas tentaram diferentes abordagens para diversificar suas equipes nos últimos 12 meses.

Diversidade de títulos

Sobre a diversidade de títulos, 70% dos entrevistados brancos disseram que suas empresas fizeram melhorias, enquanto 55% dos entrevistados não brancos (que inclui hispânicos, asiáticos, africanos, pretos e outras raças) disseram que a diversidade de títulos melhorou.

Apenas 40% dos entrevistados não brancos acreditam que esses esforços continuarão, enquanto 60% dos brancos acreditam no contrário.

Gênero e salários

Outro dado interessante, e que não é exatamente uma surpresa: a composição de gênero dos entrevistados permaneceu predominantemente feminina, em 77%, com homens compreendendo 20% da força de trabalho e funcionários não-binários com apenas 3%.

A diferença salarial entre homens e mulheres também persistiu, com a remuneração média para homens em US$ 90 mil e para mulheres, em US$ 70 mil. Os valores, no entanto, foram U$$ 10 mil maiores do que a pesquisa de 2019.

Já as razões para essa diferença salarial também continuam as mesmas: os homens tendem a se concentrar na gestão, o segmento mais bem pago do negócio, e tendem a ter mais anos no cargo – possivelmente porque mais mulheres tiram folga para criar os filhos ou deixam o emprego justamente porque têm mais dificuldades de conseguirem cargos com alta remuneração.

Embora as mulheres representem 78% dos entrevistados da pesquisa nos departamentos editorial, de vendas/marketing e de operações/produção, elas representavam apenas 54% no gerenciamento. Ainda assim, essa porcentagem (54%) é a maior desde os dados da pesquisa de 2017.

Remuneração no mercado

No quesito de “remuneração por tempo de experiência”, o valor médio para alguém que trabalha a menos de cinco anos na área editorial é de US$ 46 mil (anual) e sobe para US$ 87 mil para alguém com 11 anos de experiência ou mais.

No geral, a remuneração média dos entrevistados foi de US$ 72,5 mil em 2021, ante os US$ 63,7 mil registrados em 2020.

Além disso, 24% dos entrevistados disseram que não receberam aumentos no ano passado. Outros 24% receberam aumentos entre 0,1% e 2,9%. E outros 26% tiveram aumentos entre 3% e 5,9% e 26% tiveram aumentos de mais de 6%.

Mesmo assim, 88% dos entrevistados disseram que estão satisfeitos com seus cargos, com 52% relatando que estão extremamente/muito satisfeitos e 36% dizendo que estão um pouco satisfeitos.

Baixo salário (58%), aumento da carga de trabalho (53%) e falta de oportunidades de promoção (47%) foram os principais motivos para a baixa satisfação no trabalho, seguidos por problemas com a gestão (40%) e falta de reconhecimento (37%).

A pesquisa completa você confere clicando aqui.

[20/12/2022 10:40:00]