Rushdie foi atacado quando se preparava para dar uma palestra numa organização beneficente em Chautauqua, cidade pequena no estado de Nova York. Ele foi esfaqueado inúmeras vezes, na cabeça, no pescoço e no abdômen por Hadi Matar, detido pela polícia.
Não há informação se Rushdie continua internado ou já está fora do hospital. Wylie afirmou que localização de Rushdie não será revelada, Assim, o autor de 75 anos volta a uma rotina de permanecer escondido, algo que já vivenciou por muitos anos.
Rushdie recebe ameaças de morte do governo do Irã desde os anos 1980. Ele é perseguido por autoridades iranianas que o acusam de blasfêmia pela publicação de Os versos satânicos, em 1988. O romance, uma peça lírica de fantasia, foi considerado pelo aiatolá Khomeini, líder iraniano à época, como ofensiva a Maomé e a fé islâmica.
Desde então, prêmios pela cabeça do escritor continuaram subindo. Há uma entidade iraniana que oferece US$ 3 milhões por sua morte. E Rushdie não é o único a sofrer ataques. Editores e até tradutores da obra já foram agredidos em vários países desde a publicação do livro. No Japão, um tradutor de Os versos satânicos foi assassinado.
Rushdie se acostumou a um constante estado de alerta, se escondendo, trocando de habitação de tempos em tempos, passando por vários países, e andando com seguranças. Vivendo nos últimos anos em Nova York, relaxou sua segurança, porque conseguia se movimentar pela cidade se sentindo seguro no meio de das grandes aglomerações nas ruas. Durante a pandemia, isso se tornou impossível, além do fato do próprio Rushdie ter contraído o covid-19.
Considerado um dos maiores escritores vivos em língua inglesa, Rushdie tem em pré-venda seu novo livro, Victory City, que deve ser lançado em 07 de fevereiro do ano que vem, pela Random House. O atentado provocou um aumento de vendas das atuais impressões de Os versos satânicos. No Brasil, a obra do autor pertence ao catálogo da Companhia das Letras.
