Contratar um profissional com vasta experiência no mercado varejista e que não tivesse vínculos com a família dos controladores da Saraiva já era o perfil divulgado em fevereiro, quando Marcos Guedes deixou o cargo. Benelli traz experiência de 35 anos atuando em empresas como Corello, GPA, Carrefour e Casino (na França).
Depois de ter o seu primeiro plano judicial aprovado em fevereiro de 2021, a Saraiva abriu um edital para tentar vender parte da sua operação com o objetivo de levantar dinheiro para pagar parte de seus credores e ainda gerar caixa. Por conta da pandemia – e depois de três tentativas – a empresa não conseguiu encontrar compradores e, por conta de determinação da Justiça, a varejista tentou novamente aprovar o plano desde novembro passado.
Depois de seis adiamentos, no dia 07 de março, a Saraiva finalmente teve seu plano de recuperação judicial aprovado por 63,09% do valor dos credores presentes.
Primeiro lucro desde 2015
Nas demonstrações de resultados para os exercícios encerrados em 31 de dezembro de 2021 e 2020, a Saraiva exibe R$ 46 milhões de lucro em 2021, contra R$ 419 milhões de prejuízo no ano anterior. É o primeiro lucro registrado pela empresa desde 2015.
Em seu relatório mensal de atividades referente ao quarto trimestre de 2021 (4T21), a varejista apresentou prejuízo líquido de R$ 18,6 milhões. Em comparação com o mesmo trimestre de 2020, esse resultado representa um crescimento de 8,5%.
No 4T21 a receita bruta da varejista alcançou R$ 24,1 milhões, uma queda de 41% quando comparada com o 4T20. A receita líquida seguiu a mesma tendência no trimestre, apresentando redução de 41,6%.
A receita bruta de lojas físicas no 4T21, atingiu R$ 22,5 milhões, o que representa redução de 33,1% quando comparadas ao mesmo período do ano anterior. Já o e-commerce, no 4T21, as vendas brutas apresentaram declínio de 78,3% em relação ao ano anterior, enquanto as vendas líquidas reduziram em 79,6%. Quanto a isso, a Saraiva reitera que continua com a estratégia de rentabilidade, buscando maior margem bruta e menores despesas variáveis, gerando um ganho adicional na margem de contribuição para os próximos períodos.
O Ebitda (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), totalizou R$ 13,1 milhões negativos no 4T21, apresentando um ganho de R$ 3,2 milhões em relação ao 4T20.
A Saraiva alega que desde o início da pandemia, “sofreu os efeitos das políticas de restrição no varejo físico brasileiro, acentuando as dificuldades enfrentadas desde a crise econômica de 2015” e que com a redução gradativa de casos de Covid e a flexibilização das medidas de restrição “foi possível perceber a força de captação das lojas físicas, aumentando a confiança da Administração na sua capacidade de entregar resultados melhores em breve”.
